Candice

Candice

Baseado em um desenho animado da rede de canais youtube, Candice e Jhon eram jovens profundamente apaixonados e acalentados pelo desejo de se unirem em matrimônio e, mais ainda, de serem pais. Tudo ocorrera conforme o planejado e, dentro do cronograma do casal, Candice agora estava grávida de uma menina. Atingidos pelo impiedoso destino, os amantes viram naufragar os seus sonhos no dia que deveria ser de extrema felicidade. Abatida por uma doença terminal e desconhecida, Candice sucumbiu às manobras do parto, sem ao menos contemplar o rosto de sua linda filha. Com o passar do tempo, Jhon, ainda inconformado com a tragédia, decidiu que, de um jeito ou de outro, cumpriria a promessa que fez a Candice, de que ela assistiria o crescimento de sua filha. Naquele dia, foi até a sepultura de sua amada, violando-lhe o corpo, ainda intacto, e sacando-lhe o coração. Com o órgão vital de Candice em suas mãos, julgou poder eternizá-la, costurando-o dentro do ursinho de pelúcia de sua filha.

O inconformismo muitas vezes nos faz querer romper as leis universais e até as mais simples e incontroversas regras de civilidade e convivência humana.

A Federação Brasil da Esperança (FE Brasil) é uma organização política brasileira, formada em 2022 pelo Partido Comunista do Brasil (PC do B), Partido dos Trabalhadores (PT) e Partido Verde (PV). Trata-se de uma novidade criada pela Lei 14.208/2021, que inseriu o artigo 11-A na Lei dos Partidos Políticos (Lei 9.096/1995). A ideia é que duas ou mais legendas se unam e atuem como se fossem uma única agremiação partidária pelo prazo mínimo de, pelo menos, quatro anos. Uma espécie de estágio probatório antes de uma definitiva fusão. Durante esse período, os partidos federados fazem votos e juras recíprocas e precisam dançar no mesmo ritmo, sem sobreposições de interesses, egos ou quebras de braço, regra que vale para a escolha dos seus candidatos.

Em Aracaju, o Senador Rogério Carvalho parece desafiar até mesmo o poder das alianças partidárias quando insiste em emplacar o nome do seu amor, Candisse Matos, nas cabeças do jogo político da capital.

Diferente da nossa macabra personagem, Candisse Matos, felizmente, esbanja vitalidade e saúde, tendo sido inclusive recentemente comparada à nossa rainha do forró Elba Ramalho, pela similaridade dos traços físicos. Politicamente porém assume uma áurea fantasmagórica, deixando de cabelo em pé até mesmo os mais impávidos federados Márcio Macedo, Ivânia Pereira e Reinaldo Nunes, que se arrepiam ao seu nome, mas seguem ignorando sua presença.

O Partido dos Trabalhadores em Sergipe, agremiação filiar da nossa ilustre jornalista, encontra-se claramente dividido. Sobrevive a uma patologia rara de policefalia e tenta levar vida normal mesmo tendo que conciliar três cabeças: de um lado Márcio Macedo e João Daniel, ressentidos com o último pleito, não apóiam o nome de Candisse; de outro, o obstinado esposo Rogério Carvalho. Por outro lado, o PV de Reinaldo Nunes e o PC do B de Ivânia Pereira não acreditam na musculatura eleitoral da ex-assessora parlamentar. À boca miúda, sabe-se que Márcio Macedo, o petista de estimação da Presidência da República, trabalha o nome do ex-deputado federal Valadares Filho para ser vice de Luís Roberto. Nessa corrida majoritária, João Daniel se faz de desentendido, enquanto que Eliana Aquino segue muda.

Não bastassem os desentendimentos internos do Partido dos Trabalhadores, Candice não convidou para o evento de lançamento de sua pré-candidatura os demais membros da federação, cerimônia que contou com a presença do senador Jaques Wagner, do secretário-geral nacional do PT, Henrique Fontana e do deputado João Daniel, visivelmente desconfortável.

Garfes, saias justas e muita incipiência política permeiam a campanha da Sra. Carvalho rumo ao palácio Inácio Barbosa. Jornalista do Senado, por indicação do seu marido, Candisse não tem qualquer histórico de militância ou ativismo político, marca registrada da esquerda raiz, que em Sergipe encontra representação em nomes como as das ex-deputadas Ana Lúcia e Conceição Vieira, das ex-secretárias de Governo Heloísa Galdino, Núbia Marques e Lúcia Fálcon. Uma petista sem DNA, retirada das catacumbas do grande cemitério político nacional, um verdadeiro filme de PTerror.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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