“Operação Farda & Terno”

Quero que vocês, meus leitores, saibam que escrevo por puro hobby – sem pressão, só por prazer mesmo. A escrita, para mim, é como um cantinho aconchegante onde eu posso brincar com ideias, fugir dos formatos caretas e, principalmente, conversar com vocês de um jeito leve e criativo.

Muitas vezes, meus textos viram fábulas (sim, aquelas com lições no final!) ou, mais recentemente, pré-enredos de filmes. Adoro pegar temas densos e dar a eles uma boa dose de humor e acessibilidade. Em vez de seguir a linha séria e rígida do jornalismo, prefiro dar vida a personagens e situações que, com um toque de graça, mostram a realidade de um jeito diferente.

E olha só: hoje, numa noite de insônia e com uma boa garrafa de vinho, estou escrevendo meu primeiro roteiro de filme policial. Espero que vocês curtam e, claro, deixem seus comentários – quem sabe esse vinho não rende mais histórias!

“Operação Farda & Terno” – Pré-roteiro

Sinopse: Em estado fictício chamada Sergipanópolis, um grupo de policiais e delegados resolve trocar a patrulha pelas campanhas eleitorais, acreditando que podem salvar a política brasileira com o mesmo rigor com que aplicam a lei nas ruas. Mas o cenário político é um campo minado, e, um a um, esses heróis acabam descobrindo que a política é um jogo bem mais complexo do que qualquer perseguição policial. Com personagens inspirados em figuras reais e seus dilemas na vida pública, este pré-roteiro traz uma dose de humor e drama para explorar a missão quase impossível de quem tenta enfrentar o parlamento como se fosse uma operação de combate ao crime.

Abertura: Luzes piscam no céu de Aracajúpolis, capital de Sergipanópolis, enquanto viaturas da polícia patrulham as ruas. Mas, em vez de estarem a postos, alguns dos policiais estão no prédio do parlamento e nas secretarias de estado e dos municípios, em meio a uma sessão acalorada. A câmera revela André Davi, Paulo Márcio, Danielle Garcia, Alessandro Vieira e Katarina Feitosa – todos vestindo ternos e gravatas.

Narrador: “Em Aracajúpolis, os heróis que um dia mantiveram a paz nas ruas agora enfrentam um novo tipo de combate – o poder. Mas será que são os heróis certos para esse tipo de missão?”

Cena 1: André Davi, o “Rambo Sergipano” – Estilo Bruce Willis

André Davi, conhecido nas redes sociais como o “Rambo Sergipano,” é o policial durão que acredita que o combate ao crime é tudo o que ele precisa para liderar uma cidade. Sempre com uma postura autoritária e um semblante de ação, André está em uma reunião política tentando convencer os outros parlamentares a apoiar seu projeto de “Justiça a Todo Custo.” Sua abordagem? Intimidar todos os outros a concordarem com ele.

Cena: André se levanta na reunião, bate com o punho na mesa e exige apoio ao seu projeto. Um dos parlamentares pergunta: “Mas, André, como você vai financiar isso?” E ele responde, de forma dramática: “Financiamento? Deixe que eu resolvo isso depois. Primeiro, a justiça!” Mas os parlamentares olham para ele, claramente confusos, e voltam para seus próprios interesses.

No fundo, a trilha sonora lembra um filme de ação, mas, enquanto ele fala, fica claro que suas bravatas não impressionam ninguém. No final, ele sai da reunião reclamando e frustrado, ao som de um hino dramático que evoca a derrota.

Cena 2: Paulo Márcio, o Delegado Nostálgico – Um Toque de Noir

Paulo Márcio é um tipo saído de um filme noir. Ele é o ex-aliado de políticos antigos e um apaixonado pelo “tempo em que a política era sobre a verdade”. Sempre envolto em sombras, Paulo faz discursos para poucos ouvintes, lamentando o “fim dos tempos de ouro.” Quando ele finalmente se candidata, acaba com uma votação minúscula, mas insiste que a culpa é do “sistema corrupto”.

Cena: Paulo entra em uma sala escura, acende um cigarro e começa a falar para a parede, como se houvesse uma plateia ali. “Eles não entendem… a política, antigamente, era digna. Hoje, é tudo uma farsa.” Do lado de fora da sala, alguém espia e murmura: “Quem é esse cara mesmo?” Paulo sai do prédio, ainda enrolado em sua própria nostalgia e, ao final, fica tão distante do público que até sua silhueta parece desaparecer.

Cena 3: Danielle Garcia, a “Implacável” – Com a Vibe de uma Anti-heroína Estilo Charlize Theron

Danielle Garcia, com um currículo impressionante e postura implacável, é a policial que acredita que política pode ser administrada como uma investigação rigorosa. Mas sua inflexibilidade a isola, e os eleitores começam a vê-la como uma figura rígida demais, mais uma autoridade do que uma governante.

Cena: Em uma sessão de campanha, Danielle confronta um grupo de eleitores, todos fazendo perguntas. Em vez de escutar, ela tenta impor seu plano como se fosse um caso de investigação criminal, acusando qualquer opositor de “falta de compromisso”. Em vez de conquistar a confiança, acaba deixando os eleitores assustados e se afastando. Ao final, a campanha é um fiasco, mas ela insiste: “As pessoas não estão prontas para a verdade.” Seus assistentes apenas a olham, balançando a cabeça.

Cena 4: Alessandro Vieira, o Solitário – Inspirado em Al Pacino no papel de anti-herói

Alessandro Vieira, o delegado que prefere estar só a ter que seguir ordens, entra na política com uma postura de “revolução.” Logo, ele rompe com qualquer aliança, convencido de que ele é o único com visão para liderar. Ao longo do tempo, sua solidão se torna evidente, e o apoio de seus eleitores começa a se esvair.

Cena: Alessandro entra no parlamento, caminha até o centro e diz: “Eu sou o partido! Não preciso de ninguém!” Mas quando ele olha ao redor, percebe que está literalmente sozinho. Os outros parlamentares cochicham entre si, e alguns tentam disfarçar o riso. Ao final, Alessandro sai, frustrado com o “sistema,” mas seus eleitores também começam a se questionar: “Será que ele sabe o que está fazendo?”

Cena 5: Katarina Feitosa, a Diplomata – Inspirada em Uma Thurman, em estilo elegante e estratégico

Em um tom mais leve e cativante, Katarina Feitosa é a única que percebe que a política exige mais do que ação direta. Ela cumpre promessas, negocia e consegue transitar entre os parlamentares, conquistando respeito. No entanto, suas habilidades na política ainda são questionadas, e ela sabe que será um longo caminho até que consiga conquistar um verdadeiro impacto.

Cena: Katarina está em um evento político e, em vez de brigar, opta por uma abordagem conciliadora. Com um sorriso confiante, ela convence outros líderes a apoiarem seu projeto. Os outros parlamentares aplaudem discretamente. Ela sai, satisfeita, mas ao olhar para o espelho, murmura: “Será que é o suficiente?”

Cena Final: A Conclusão – Estilo Clássico de Filme Policial, ao Som de Jazz

No fim, os delegados e policiais sentam-se em um bar decadente para discutir o que deu errado. Bebem silenciosamente, trocando olhares pensativos.

André Davi: “Talvez a política seja… diferente demais.”
Danielle Garcia: “A política não é como os crimes que eu costumava investigar…”

Paulo Márcio: “Tudo mudou, e a verdade não tem mais valor.”

Narrador: “E assim, a Operação Farda & Terno foi encerrada. A política continuou, e os heróis de Sergipanópolis voltaram ao seu verdadeiro campo de batalha, as ruas. No final, alguns perceberam que a política é para aqueles que têm paciência, habilidade de negociar e um pouco de sorte – e não para aqueles que combatem a força com a força.”

Moral do Filme: Nem todos os heróis conseguem se adaptar ao mundo da política. Para alguns, é melhor deixar o terno de lado e voltar para o distintivo – e para aquilo que realmente sabem fazer bem.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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