A partir de amanhã não se discute mais fechamento de atas. Elas já estarão sendo levadas para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Até ontem nada expressivo havia sido alterado, mas se percebeu uma movimentação de deputados estaduais do bloco de apoio ao governador João Alves Filho (PFL), visivelmente irritados em ter que dividir o coeficiente eleitoral com candidatos do PSDB que, no entender deles, não vão trabalhar para reeleger João Alves, embora o candidato a deputado federal Albano Franco considere que não haverá esse tipo de comportamento dos seus aliados. A reclamação do pessoal que sempre apoiou o governo é porque os adversários vão pegar carona em uma chapão proporcional e eleger uma bancada mais robusta, coisa que eles não queriam quando defendiam um PSDB saindo apenas com uma chapa de deputados estadual e federal. Ontem, a procissão de Frei Paulo serviu de comentários. Um deles foi de que o candidato federal Jerônimo Reis (PFL) chamou o candidato estadual José Teles (PSDB) para ir com ele juntar-se ao grupo da nova coligação que pertenciam. Teria ouvido a resposta: “aguarde que você vai ver com quem eu vou”. Na realidade foi ao lado do candidato a governador pelo PT, que tinha do outro lado o tucano Jorge Araújo. O ex-governador Albano Franco admitiu que isso não surpreende, porque o ex-prefeito de Frei Paulo, Manoel Souza Soares, sempre vota com Jorge. Tudo bem. E Zé Teles? Lógico que isso é um problema de legendas e preferências políticas, mas está mexendo diretamente com todos aqueles que não pensaram duas vezes para uma composição com o PFL. Ontem à tarde houve um encontro sobre isso, mas não deu para fazer nada, porque a ata da convenção tucana fora fechada imediatamente após a homologação dos nomes que disputariam mandatos para a Assembléia e Câmara. Este domingo que passou foi cheio de reuniões. Muito mais acomodativa do que estratégica. O ex-governador Albano Franco conversou seriamente com o seu pessoal e mostrou que não era possível o partido demonstrar uma rebeldia, que termina pondo em dúvida uma convenção que contou com a participação e aprovação de uma maioria. O governador João Alves Filho também teve uma conversa com o novo aliado Albano Franco e discutiu exatamente esses problemas de coligação. Albano foi claro com João: “não há como controlar as divergências regionais de um lado ou de outro”, disse. Citou, por exemplo, o município de Itabaiana, onde não há forma de unir os Bispos com os Teles de Mendonça. Acredita, entretanto, que em outras cidades tudo está sob controle. A mesma coisa é com Ulices Andade (PSDB), em relação a Canindé do São Francisco. O governador João Alves Filho, ao lado de Albano, terá uma conversa com todos os integrantes do bloco que o apóia, para traçar diretrizes e até estratégia de campanha. Mas, principalmente, a necessidade de que todos estejam juntos nesta nova empreitada, que não será fácil. Todos sabem que há muito a conversar e convencer, porque os deputados que preferiam um PSDB independente, mesmo que não fosse bom para eles, ainda continuam conscientes de que não estão na composição dos sonhos. Vai precisar de paciência e sentimento de equipe, mas principalmente de uma ação que reforme esse pensamento, já que essa foi a vontade do partido. O candidato a governador pelo PT, Marcelo Déda, também se reuniu com membros dos partidos que integram o bloco de oposição. Déda enfrenta casos parecidos, como o de Itabaiana. Também sai de lá dividido. O pior: do outro lado estão membros do partido que fechou uma coligação com ele, que é o ex-prefeito Luciano Bispo. No encontro de ontem, segundo um dos integrantes da oposição, foi tratado do fechamento das atas, dentro das condições expostas, com o objetivo de iniciar a campanha eleitoral. Marcelo Déda mostrou-se feliz em ter peemedebistas ao seu lado, tanto pelos políticos que trouxe, quanto pelos generosos sete minutos que conquistou no horário do programa de televisão. A partir de já, os opostos estão nas ruas e, nos bastidores, os marqueteiros já pensam na melhor estratégia para vencer o adversário. Sem dúvida, será uma das eleições mais disputadas. REUNIÕES O candidato a deputado federal pelo PSDB, Albano Franco, passou o domingo exercitando o ato de convencer. Reuniu-se com todos os deputados estaduais do partido. Albano quer que eles se unam em torno da candidatura de João Alves Filho (PFL) a governador, porque essa foi uma decisão homologada em convenção. COM JOÃO Albano Franco também teve algumas reuniões com o governador João Alves Filho para fazer acertar como será a campanha e falar sobre os deputados rebeldes. Albano mostrou a João que em algumas cidades fica difícil fazer mudanças e citou Itabaiana, onde o problema é meramente paroquial. AVISO O deputado Bosco Costa avisou a Albano Franco (PSDB), desde o começo da semana anterior, que se retiraria do PSDB caso não tivesse sua candidatura ao Senado registrada e homologada. “Eu merecia registrar minha candidatura a senador pelo meu partido”, disse ele, domingo, quando participava de uma procissão no interior. SUBLEGENDA Agora sem partido, mas também sem pensar em filiações, o deputado federal Bosco Costa disse que não fica mais em nenhuma sigla partidária que seja uma mera sublegenda. “A minha próxima filiação será em um partido que tenha propostas e saiba exatamente o que deseja”, disse ele. LADO OPOSTO Bosco Costa declarou que o seu maior constrangimento é estar em lado oposto do ex-governador Albano Franco. A “pior coisa é alguém cuspir no prato que comeu”, reconheceu Bosco. Ele vota em Albano para deputado federal e está conversando com os seus eleitores, para que eles façam o mesmo. CHAPÃO Os candidatos a deputado estadual de partidos que estão coligados com o PFL não aceitam que o governador João Alves Filho inclua no chapão os nomes do PSDB. A maioria diz que os tucanos foi radicalmente contra à composição e agora vai se beneficiar de uma coligação partidária proporcional e votar no majoritário de outro partido. DECIDIDO Não há mais como mudar esse quadro da coligação. A convenção tucana já fechou a ata em que consta a coligação com o PFL, através de chapão para proporcionais. Albano Franco acha que este será um período de conversas, para que tudo seja acomodado de acordo com o que fora decidido na convenção. SUPLENTE O PSC além de ter bons nomes para disputar a Câmara Federal e a Assembléia Legislativa, indicou o primeiro suplente da senadora Maria do Carmo (PFL). Será o pastor Virgínio. O pastor é uma grande liderança em sua igreja e integra o PSC há algum tempo. Se a senadora fizer como no mandato anterior, ele terá chances de assumir algumas vezes. BENEDITO O presidente regional do PMDB, Benedito Figueiredo, retorna à disputa eleitoral como candidato a primeiro suplente ao lado de José Eduardo Dutra (PT), candidato ao Senado Federal. A presença de Benedito foi importante para que o PMDB fechasse um acordo político com o Partido dos Trabalhadores. AVALIAÇÃO Dois experientes políticos que apóiam João Alves Filho acham que a coligação que vai juntar PFL, PSDB, PSC, PP, PPS, PV e PTN pode eleger de cinco a seis para a Câmara Federal. A outra composição, com PT, PCdoB, PSB, PMDB, PTB e PL certamente elegerá de dois a três deputados federais. CONVERSAS Até amanhã muita conversa vai rolar nos bastidores para novas conquistas e definições, os partidos ainda não fecharam as atas. Só o farão quando todos os diálogos sejam encerrados. Numa disputa acirrada desse tipo, ninguém perde uma única oportunidade de conquistar aliados, mesmo sendo no último segundo. AGUARDE Domingo passado, em Frei Paulo, o deputado Jorge Araújo, o candidato José Teles (ambos do PSDB) e o prefeito Marcelo Déda (PT), acompanhados do ex-prefeito Manoel Souza Soares. Os três saíram da casa de Soares para a procissão. Aliás, Manoel Souza Soares é um dos nomes que consta da relação de inelegíveis entregue pelo TCU ao TSE. OTIMISTA O candidato a deputado federal Nilson Lima (PT) está animado com o chapão que se fez para deputado federal pela oposição. Ele acha que dá para fazer, com uma certa tranqüilidade, três nomes para a Câmara Federal, podendo chegar a cinco. Notas INELEGÍVEIS Mais de 60 sergipanos estão na relação de inelegíveis por improbidade administrativa, que foi entregue ontem ao presidente do TSE, ministro Marcos Aurélio. A maioria é de ex-prefeitos, que inclusive estão no mandato. Tem nome de um político do PTdoB e de um ex-prefeito que é candidato a deputado estadual. Tem alguns que ainda pousam de importantes e honestos nas suas cidades ou quando estão em Aracaju. Alguns deles estão na relação por mais de três vezes. Tem também gente que prestou serviços em órgãos públicos. REFIS-3 Pelo menos R$ 230 bilhões de débitos tributários e previdenciários poderão ser renegociados no novo programa de parcelamento de dívidas com a União. O parcelamento foi autorizado, por medida provisória, em uma edição extra do Diário Oficial da União com data de 1º de julho. As pessoas física não poderão aderir programa. O chamado Refis 3 abrange dívidas com a Receita, a Previdência e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. o programa estabelece que débitos de empresas vencidos até 28 de fevereiro de 2003 poderão ser pagos em até 130 meses. PENSÃO O Projeto de Lei 6715/06, do deputado Ivo José (PT-MG) permite que o saldo da conta vinculada do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) seja penhorado para garantir o pagamento de pensão alimentícia. A proposta, no entanto, condiciona essa possibilidade à inexistência de outros bens do devedor. É fogo O economista Adelson Alves é cadidato a governador de Sergipe pelo PSDC com o número 27. Em proposta para mudanças que Sergipe espera há muito tempo. Uma boa notícia para quem não teve tempo de comparecer ao TRE para fazer o rezoneamento eleitoral. A decisão foi confirmada hoje pela manhã pela direção do Tribunal. Marcelo Déda (PT) disse que um dos discursos mais emocionantes que ouviu foi o de Benedito Figueiredo, quando fechou o acordo com a oposição para apoiá-lo a governador do Estado. A primeira aparição pública juntos que João Alves Filho e Albano Franco fizeram para confirmar a coligação foi no Forro Siri, em Nossa Senhora do Socorro. Há praticamente 12 anos Albano e João não subiam sós no mesmo palanque. O candidato à vice, Fabiano Oliveira, também estava lá. O senador José Almeida Lima (PMDB) não participou de nenhum entendimento do seu partido e sequer foi à convenção. É possível que Almeida deixe o PMDB porque é um dos que votam contra o PT a nível estadual e nacional. O deputado federal João Fontes (PDT) já está fazendo os primeiros contatos para disputar o governo do estado. É candidato com um discurso de mudança e afinado contra os seus adversários. Terá uma boa chapa proporcional puxada por vereador Fábio Henrique. Marcelo Déda (PT) está procurando convencer a todos os integrantes do PMDB que o melhor para o partido é retornar às suas origens. O Brasil foi desclassificado e o mundo não acabou. Dá para se contentar com a quinta melhor seleção do mundo. Ou não? brayner@infonet.com.br
Argumenta que, devido à alta rotatividade no mercado de trabalho, muitos pais se vêem impossibilitados de arcar com as pensões, “submetendo-se, muitas vezes sem culpa, à constrangedora situação de ser preso”.
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