Ninguém em plena consciência é contra o trabalho da Polícia Militar em todo país. Na sua grande parte a corporação é formada por homens oriundos da classe baixa que com muito suor conseguem galgar posições, se formarem e chegar ao topo máximo da carreira. Se alguns vão por caminhos errados, estes são poucos. Porque a grande maioria merece o respeito de toda população. Em Sergipe, a Polícia Militar sempre foi um exemplo de correção, credibilidade e respeito à hierarquia. Em 1998, na campanha à reeleição do então governador Albano Franco, a PM passou por sérios problemas de indisciplina e falta de hierarquia por conta do comandante da época, o coronel Hélio Silva, por ter extrapolado na sua liderança e ter literalmente, vestido a camisa de Albano Franco na eleição confundido seus subordinados. Foi um tempo de contestação, mas que foi superado depois de alguns meses. A PM de Sergipe tem hoje quadros capazes e que servem de exemplo para qualquer polícia do país. Um exemplo claro, o tenente-coronel Carlos Augusto que recentemente comandava os agentes de trânsito da SMTT de Aracaju. Carlos Augusto tem 19 anos na polícia, e no mínimo passaria mais 11 anos prestando serviços à comunidade. Cada policial formado pela PM tem um custo alto. Mas que vale a pena porque é revertido em bons serviços para a comunidade. Ontem, aconteceu algo que pode mudar a relação entre a Polícia Militar e o governador João Alves Filho. Por conta dos incidentes ocorridos durante a greve da Prefeitura e a prisão de dois sindicalistas, três oficiais (Carlos Augusto e mais o major Eduardo e o major Lima Alves) foram chamados de volta à corporação e ontem foram enviados para a reserva remunerada. Os três oficiais têm fichas exemplares sem nenhuma condenação e com alto grau de qualificação. Este artifício da reserva remunerada, com o oficial recebendo proporcionalmente pelo tempo de serviço prestado existe. Porém, nas situações em que o policial ocupou um cargo público por dois anos ou ficou agregado pelo mesmo período numa função de natureza civil. Carlos Augusto, por exemplo, não se encaixa nestes casos, já que em 2004 foi candidato a vereador e retornou a Polícia Militar por um tempo. Aliás, além disso, os oficiais não perderam o vinculo com a PM, pelo contrário faziam procedimentos de inquérito, davam instrução e prestavam serviço a corporação. O governador João Alves Filho, homem sábio e inteligente tomou essa decisão sem ouvir seus verdadeiros amigos. Com certeza só ouviu os chamados “tapinhas nas costas”, “ta tudo bem”, “é isso aí governador”. A decisão do governador vai gerar um fato de risco muito grande dentro da Polícia Militar, que certamente vai refletir junto à sociedade sergipana. Um fato que será o divisor de águas na campanha eleitoral que se inicia. Ele conseguiu deixar insatisfeitos até aqueles fervorosos adversários de Carlos Augusto, Eduardo e Lima Alves. Os oficiais sabem que uma decisão como essa abre um grande precedente para que o governante de plantão passe por cima de tudo. E aí é melhor fechar os quartéis… Recurso O capitão Samuel, presidente da Associação dos Oficiais disse ontem que a decisão do governador em colocar os três oficiais na reserva pegou todo mundo de surpresa. Ele disse que a assessoria jurídica da entidade está analisando a melhor forma de recorrer da decisão. Decisão I No afã da decisão adotada pelo TSE relacionada ao comportamento dos partidos coligados no processo de verticalização, houve quem sentenciasse que agora o PSDB vai ter que se unir ao PFL, sem a necessidade do PFL negociar posições. Decisão II Quem avaliou dessa forma esqueceu que uma coisa é a coligação imposta pela legislação, e outra coisa é o comportamento do aliado, quando estiver nas ruas recomendando o voto, o processo eleitoral a cada dia fica mais democratizado e reduz significativamente os espaços reservados às imposições. Verticalização I A maioria da classe política do país respirou aliviada ontem com a decisão, por unanimidade, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que reformulou o entendimento de dois dias atrás e flexibilizaram a verticalização nas coligações eleitorais. O primeiro a reformar seu voto foi o presidente do Tribunal, ministro Marco Aurélio Mello, que admitiu que a última decisão do TSE era “passível de falha”. Verticalização II O ministro sergipano, Carlos Ayres Britto disse que reconsiderava a decisão anterior, embora avalie sua validade. “Mas é preciso saber com antecedência as regras do jogo.” Com esse novo entendimento, o TSE abre espaço para os partidos fecharem alianças informais nos Estados diferentes daquelas fechadas na disputa presidencial. Pelo decisão de terça-feira, os partidos coligados na disputa pela Presidência da República estavam proibidos de ser adversários nos Estados. Verticalização III Com o entendimento de ontem, os partidos que não tiverem candidatos à sucessão presidencial poderão fazer alianças nos Estados com qualquer sigla. Esse entendimento beneficia diretamente o PMDB, que ficará livre para se aliar nos Estados com o PT ou PSDB. Em Sergipe o quadro volta a ficar como na semana passada onde o PSDB, do ex-governador Albano Franco procura fazer uma coligação proporcional com alguns partidos para “fugir” da aliança forçada com o PFL. Candidato I O superintendente licenciado do Sebrae, Zezinho Guimarães, disse ontem que estão querendo lhe tirar “na tora” do processo eleitoral. Ele se referiu a notas plantadas na imprensa de que tinha desistido da candidatura a deputado federal. Candidato II Zezinho afirmou que está tranqüilo e que é pré-candidato a deputado federal esperando o que será definido no processo eleitoral. “Tenho uma vida planejada, estão se descabelando porque estou tranqüilo”, alertou. Vândalos O deputado federal Mendonça Prado (PFL) condenou a atitude do grupo de vândalos do MLST que invadiu o Congresso Nacional e causou danos ao patrimônio público e à saúde de alguns servidores do Legislativo. De acordo com o parlamentar sergipano, a atitude é inconcebível em uma democracia e deve ser apurada profundamente visando descobrir quais foram as reais motivações para a prática de tão grave ilícito. Shows Importante a decisão do Tribunal de Contas do Estado em realizar inspeção extraordinária nas prefeituras de Siriri e de Brejo Grande, para analisar se houve ilegalidades nos gastos com shows nos últimos três anos. Só a Prefeitura de Siriri gastou R$ 426.353,00 mil, enquanto Brejo Grande gastou R$ 183.800,00 mil. Algumas das empresas contratadas tinham como procurador “Zé de Helena”. Só falta agora inspecionar também outras prefeituras e o Governo do Estado. Frase do Dia “Tomei deste veneno em 2002 e agora muita gente começou a ingerir aos poucos dele”, do ex-deputado Pedrinho Valadares (PFL) se referindo a verticalização.
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