Futuro político de João: a grande incógnita

Estaria o governador João Alves Filho, decidido a após cumprir seu terceiro mandato executivo vestir o pijama (?) ou tentará pela primeira vez uma vaga no legislativo? Estas são as duas perguntas mais comuns no mundo político sergipano após o resultado das eleições municipais no estado. Até mesmo aliados de primeira hora do governador admitem que o comportamento do chefe do executivo estadual foi no mínimo estranho durante o processo eleitoral. E citam alguns exemplos: o governador sequer esteve em Lagarto, segundo maior colégio eleitoral do Estado, para manifestar apoio a um dos candidatos do seu bloco político (Cabo Zé e Valmir Monteiro).

-Em Itabaiana, teve uma atuação dúbia. Embora pessoalmente tenha se empenhado no processo eleitoral do município, permitiu que seu genro e seu secretário de Saúde, os irmão Amorim, injetassem recursos na campanha de sua adversária a deputada Maria Mendonça (PSDB). Em Itaporanga, dizem as más línguas, que setores “estratégicos” do governo deu mais atenção a candidatura da vitoriosa e opositora Gracinha, que ao candidato de César Mandarino. Em Estância, o governo também apoiou um candidato de oposição, Ivan Leite (PSDB), em detrimento dos aliados históricos.

-E, por fim, em Aracaju, o Governo, assumiu a mais dúbia posição. O próprio João Alves fez discursos efusivos dizendo que queria derrotar o opositor Marcelo Déda, mas na prática, fez muito pouco para viabilizar um dos três candidatos que disse ter apoiado: Susana Azevedo (PPS), Jorge Alberto (PMDB) e Renato Sampaio (PRP). Essa posição dúbia, segundo a maioria dos analistas, permitiu que a vitória de Déda, já projetada desde o início da campanha, assumisse o caráter plebicitário e mais que isso, o credenciou como o mais forte adversário de João Alves na disputa pelo governo em 2006.

Não dá para acreditar que o político João Alves, do alto de sua experiência, tenha cometido erros tão primários. Daí porque parece mais lógico entender que a reeleição não é sua principal meta nas eleições vindouras. O raciocínio não é apenas deste articulista, mas de muitas cabeças pensantes da política sergipana, entre elas, muitas pertencentes a aliados históricos e de primeira hora do governador João Alves. No mais é esperar pra ver onde irá desaguar essa enxurrada de erros.

Secretariado

Alguns secretários de Estado serão afastados de seus postos este mês e outros serão remanejados. “Não é bom demitir ninguém no mês do nascimento de Jesus (dezembro), por isso farei a reforma do secretariado ainda este mês”, garantiu o governador João Alves.

Afinados

Albano Franco e Edvaldo Nogueira, não se tornaram apenas aliados na política, mas também bons e fraternos amigos. Os dois não pararam de conversar animadamente durante a solenidade de entrega do título de cidadã sergipana à presidente do Tribunal Regional Federal, desembargadora Margarida Cantarelli, quinta-feira passada, um só segundo.

Não dá voto

Em conversa com jornalistas, quinta-feira da semana passada, o governador João Alves Filho (PFL) foi taxativo ao ser indagado porque ainda não havia recebido o secretário de Cultura, José Carlos Teixeira, para tratar da filarmônica – ameaçada de extinção. “Como vocês sabem, Cultura não dá voto”.

Excelente nome

Para o governador João Alves, a candidatura do senador Almeida Lima (PDT) ao Governo do Estado, não é preocupante. “Se trata de um excelente nome para disputar o governo”, sentenciou João.

Articulador

O principal articulador da candidatura do senador Almeida Lima ao governo do Estado é o ex-secretário de Indústria e Comércio, na gestão de Albano e atual presidente do Sebrae, Zezinho Guimarães.

Novo grupo

Zezinho, juntamente com o deputado estadual Walker Carvalho (PFL), vêm comandando a saída estratégica dos empresários do comércio da administração estadual para a montagem do novo agrupamento político em prol de Almeida Lima.

Senador

O deputado Federal José Carlos Machado (PFL) revelou a esta coluna que será candidato a senador em 2006. “Em política é preciso ousar”, explicou.

Racha

O PC do B está em processo de “rachadura”. É cada vez maior o número de líderes do partido que critica o adesismo ao governo Lula. Aqui em Sergipe o líder sindical José Souza, está sendo “triturado” por ter se lançado candidato a vereador contra a vontade da alta cúpula dirigente.

Ser ou não ser

O grande problema do PMDB é não saber a quem faz oposição e a quem apóia: se o governo Lula (federal), se o de João Alves (estadual) ou se o de Déda (Municipal). Isso é que é viver na eterna dúvida. Ta ganhando para o PSDB em matéria de muro.

josearaujo@infonet.com.br

 

 

 

 


 

 

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