GENEALOGIA MÉDICO-FAMILIAR

Jornalista Antonio Conde Dias
A Medicina é uma presença constante na nossa família. Pelo que pude observar, ancestrais pelo lado paterno já exerciam a nobre profissão na cidade de Capela, pelos idos do século XIX, com o  Dr. Manuel Simões de Mello, que se formou pela Faculdade de Medicina da Bahia em 1852, aos 25 anos de idade.  Para receber o título de doutor, Manuel Simões defendeu a tese “Breve reflexões higiênicas sobre o casamento”.  Após a formatura, ele retornou para Capela, cidade natal, onde exerceu a profissão por muitos anos com elevado destaque. Ele ainda atuou em Itabaiana. “Posteriormente se dedicou à vida da lavoura, em que auferiu resultados compensadores do seu trabalho inteligentemente encaminhado para este fim. Conseguindo tornar-se fazendeiro abastado, soube dar por mais de uma vez aplicação útil à sua fortuna, até mesmo em proveito dos cofres públicos, cedendo por empréstimo quantia avultada em uma das crises financeiras da província”.

Entrou para a política, um caminho aberto para os “doutores’ médicos, advogados, padres e militares da época. “No tempo da monarquia ocupou cargos de eleição popular e de nomeação do governo, como também o de 4º vice-presidente da província, por nomeação do governo geral, tendo feito parte no regime atual da Assembléia Constituinte Estadual de 1891. Crente sincero da religião católica, fazia anualmente no mês de janeiro, com a maior solenidade, em cumprimento de voto seu, a festa do Senhor do Bomfim celebrada na antiga capela do engenho Dira, construída em 1703”. ( vide Dicionário Biobliográfico de Armindo Guaraná, 1925). Faleceu em 1905, com 78 anos, no Dira, onde foi sepultado.

Seu filho, Aurélio de Mello Rezende, nascido em 1861 no engenho da família, também foi médico, colando grau pela vetusta Faculdade de Medicina do Terreiro de Jesus, em Salvador, em 1889, aos  28 anos de idade, após defender a tese “Considerações acerca da distocia fetal”.  Atuou como médico em Itaporanga.  Ainda estudante em Salvador,  conheceu  D. Laurinda Magalhães, natural de São Félix, com quem se casou.  Dona Senhora, como era mais conhecida,  uma pessoa de fino trato e bastante culta, era irmã de Theolinda Magalhães Conde, esposa do imigrante italiano Ângelo Conde, meu bisavô.

Dr. Aurélio estudou preparatórios em Aracaju e de posse do diploma do curso superior, fixou residência em Itaporanga, onde a um só tempo se dedicou à clínica, à agricultura e à política. Ali foi delegado de higiene, juiz preparador e Intendente Municipal, cujas funções desempenhava ao falecer, em 10 de outubro de 1913 em Aracaju, poucas horas após a sua chegada daquela vIla, já em precário estado de saúde. O seu corpo foi inumado na capela do engenho Dira.

Pois bem.  Dr.Aurélio era tio de Carmelita Conde Dias, minha avó paterna. Seu esposo,

Aurélio Dias e Carmelita
também de nome Aurélio ( Aurélio Rezende Dias) não foi médico, dedicando-se à agricultura e à pecuária, à frente da Usina Dira. Depois ocupou o cargo de Prefeito de Itaporanga. Com a sua prematura morte, meu pai teve que assumir o comando da família por ser o único varão, exercendo as funções de coletor federal em sua cidade natal e jornalista correspondente dos principais jornais do estado e de outras capitais brasileiras. Quis o destino que todos os seus filhos seguissem a profissão médica. O primogênito, Marcos Aurélio Prado Dias, foi o primeiro a colar grau, há 40 anos, depois veio Magali , especializando-se em pediatria e finalmente eu,  que neste ano, comemoro 30 anos de formatura. Todos colaram grau pela Faculdade de Medicina de Sergipe. Dando sequência à arvore médico-genealógica, dois filhos meus, Lucio e Bruno, resolveram seguir a mesma profissão. O primeiro, já formado pela nossa faculdade, está concluindo a residência médica de anestesiologia em São Paulo e Bruno está cursando a Faculdade de Medicina da UFS.

Mas o nosso envolvimento com a Medicina não pára por aqui. Isso porque um outro tronco médico-genealógico cruzou o meu caminho. Mas isso é uma outra história que contarei depois.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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