A chegada do homem à Lua: um marco do século XX

Diego Leonardo Santana Silva

Pós-doutorando no PROFHISTÓRIA/UFS

Doutor em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGHC/UFRJ)

Integrante do Grupo de Estudos do Tempo Presente (GET/UFS/CNPq)

E-mail: diego@getempo.org

Imagem: https://www.jornalbomdia.com.br/noticia/65553/data-para-lembrar-da-chegada-do-homem-a-lua

 

O mês de julho é especial para cientistas, pesquisadores e entusiastas da astronomia. No dia 20 de julho de 1969, a missão tripulada por Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins a bordo da Apollo 11 conseguiu êxito. O homem pisava na Lua pela primeira vez em um dos acontecimentos mais surpreendentes do século XX. Ao olhar para tal acontecimento podemos ver como ele abrangeu várias áreas e teve vasta representatividade.

Primeiro porque a chegada do homem à Lua foi um marco da Corrida Espacial. Durante a Guerra Fria (1945-1991), a disputa entre os Estados Unidos e a União Soviética aconteceu em campos diversificados como o ideológico, político, econômico e o cultural. Em meio a isso, uma corrida tecnológica tanto do ponto de vista armamentista quando comunicacional ocorreu. Qualquer vantagem poderia ser importante para vencer seu adversário e fazer com que seu modelo de sociedade prosperasse. Tudo deveria ser explorado, estudado, dominado. Qualquer vitória nessa luta era vendida como uma vantagem de um modelo de sociedade sobre o outro com estadunidenses e soviéticos disputando os futuros imaginários conforme explicou o cientista político Richard Barbrook. Por essa razão, olhar para o espaço seria uma alternativa e uma forma de demonstrar poder e tecnologia.

Além disso, a Corrida Espacial representou uma disputa que foi além do campo tecnológico. Ela também se tornou parte de um imaginário construído neste período. Livros, filmes e séries que contavam histórias sobre outros mundos já existiam antes como contos de Júlio Verne (1828-1905). Mas, durante a Guerra Fria produções culturais sobre seres de outro planeta ou sobre a exploração de outros mundos, como no caso da série norte-americana Star Trek, ganharam espaço e foram consumidos pelo público. Chegar à Lua era um primeiro passo para explorar esse universo de maneira que a famosa frase de Neil Armstrong faria sentido: “esse é um pequeno passo para o homem, mas um gigantesco salto para a humanidade”.

Por fim, a chegada do homem à Lua foi também um ato político. Por essa razão, a imagem do homem na Lua com a bandeira dos Estados Unidos transmite a mensagem que foi o país da América do Norte o que conseguiu tal façanha. Os astronautas foram celebrados como heróis nacionais e, para os estadunidenses, a chegada do homem à Lua pode ser vista como um dos apogeus de sua civilização.

Olhar para tal acontecimento 55 anos depois nos fala sobre um mundo que existiu e também sobre os passos que a humanidade pode dar. Em nosso tempo, cientistas e entusiastas da astronomia ainda sonham com a exploração de outros mundos.

 

Para saber mais:

BARBROOK, Richard. Futuros imaginários: das máquinas pensantes à aldeia global. Editora Peirópolis LTDA, 2009.

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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