Diego Leonardo Santana Silva
Doutorando em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com bolsa Capes
Integrante do Grupo de Estudos do Tempo Presente (GET/UFS/CNPq)
E-mail: diego@getempo.org
Recentemente, a comunidade relacionada à tecnologia vem se interessando por um tema em particular, a Web 3.0. Prometendo descentralização e maior controle do usuário, a nova fase da web promete ser um passo adiante em relação ao modelo de navegação de internet atual.
Para compreender como isso ocorreria, vamos recapitular um pouco as coisas. O que conhecemos hoje como internet é fruto da evolução e desenvolvimento da antiga Arpanet, criada em 1969, nos Estados Unidos. Durante os anos 1980, surgiu uma maneira específica de acessar a internet através do sistema web – a palavra web significa teia ou rede em inglês -, com o famoso World Wide Web (WWW), o que chamamos de Web 1.0. Ela era uma internet estática com o usuário mais passivo quanto à produção de conteúdo, enquanto os sites eram uma espécie de portfólio com o conteúdo disponível, mas com pouca interação.
A interatividade foi uma das grandes características que contribuíram para a popularização da internet. Poder escolher o que consumir na hora que desejar foi um dos aspectos que diferenciaram a rede da televisão ou do rádio, tornando-a uma mídia específica. Para que isso ocorresse, era preciso dar um passo adiante. Foi aí que nos anos 2000 veio a Web 2.0. Com ela, foi possível dar ao usuário um mundo virtual no qual serviços como o antigo MSN eram possíveis enquanto as redes sociais engatinhavam. A escala de evolução do acesso à internet, juntamente com o desenvolvimento de dispositivos de acesso cada vez mais sofisticados, transformou a rede no que ela é hoje.
Em um mundo no qual a internet é acessada por bilhões de usuários em uma velocidade e eficiência tão grandes que serviços de streaming chegam a fazer transmissões online, um novo modelo de acesso à internet está prestes a surgir, a Web 3.0. Mas qual seria a diferença? Ela consistiria na descentralização da informação, maior controle da privacidade por parte do usuário e virtualização do acesso possibilitando maior imersão no mundo virtual, o que vem ficando cada vez mais acessível a todos.
Outro fator que gera empolgação por parte de alguns entusiastas da tecnologia é referente aos avanços no campo da inteligência artificial. A Web 3.0 e os dispositivos por meio de algoritmos simplificariam o processo de acesso à rede fazendo com que isso seja realizado de maneira mais rápida, eficiente e ocupando menos espaço de armazenamento dos dispositivos. Isso junto ao 5G dariam mais velocidade e a possibilidade de virtualizar em uma escala ainda maior. Basicamente, você tem uma reunião de trabalho, coloca um óculos em realidade aumentada e entra em uma sala virtual. Parece coisa de ficção científica, mas não é.
Seus reais benefícios e problemas somente serão observados de fato quando a Web 3.0 chegar até nós. Até lá, vamos acompanhando o avanço dos recursos tecnológicos e aprendendo a lidar com eles.