Aracaju e a Segunda Guerra Mundial

Maria Luiza Pérola Dantas Barros

Doutoranda em História Comparada (PPGHC/UFRJ)

Integrante do Grupo de Estudos do Tempo Presente (GET/UFS/CNPq)

Orientador: Prof. Dr. Dilton Cândido Santos Maynard

Cartaz de divulgação da exposição.

 

Há exatos 80 anos, na manhã de 18 de agosto de 1942, os aracajuanos puderam ler nos jornais notícias sobre o que ocorrera no litoral sergipano nos dias anteriores: os torpedeamentos de embarcações brasileiras pelo submarino alemão U-507, responsáveis pela morte de mais de 600 pessoas, entre soldados, mulheres e crianças de colo, no contexto da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Jornais como a Folha da Manhã divulgavam que aquele episódio alarmou a cidade inteira, fazendo com que o comércio encerrasse suas atividades mais cedo e com que a população fosse às ruas se manifestar contra o ocorrido e pedir desforra. Muitos, ao saberem dos fatos, foram às praias sergipanas na tentativa de prestar algum auxílio, quer recolhendo os corpos, quer ajudando os sobreviventes. A partir daquele ocorrido, é possível afirmar que o cotidiano de Aracaju foi impactado por um dos piores conflitos bélicos já travados.

Esse cenário é o tema da exposição “Aracaju: a capital que viu a Guerra”, idealizada pela Profa. Dra. Andreza Maynard e pelo Prof. Dr. Dilton Maynard, realizada pelo Grupo de Estudos do Tempo Presente (GET/UFS/CNPq) em parceria com a Funcaju e inaugurada no último 17 de agosto, no Centro Cultural de Aracaju, onde permanece aberta à visitação por dois meses.

Contando com objetos originais e réplicas, a exposição acaba por evidenciar como a Segunda Guerra Mundial se fez presente na cidade, tanto pelas notícias veiculadas nos meios de comunicação da época, como os jornais impressos, o rádio e o cinema,  quanto com os torpedeamentos ocorridos entre 15 e 17 de agosto de 1942, alterando a rotina dos aracajuanos, que passaram a conviver, entre outras coisas, com o medo de novos ataques.

Destinada aos mais diversos públicos, a mostra possibilita um olhar panorâmico de um momento singular em nossa história, em que a pequena cidade de Aracaju pôde sentir de perto os efeitos do maior conflito bélico do século XX.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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