Diego Leonardo Santana Silva
Doutorando em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com bolsa Capes
Integrante do Grupo de Estudos do Tempo Presente (GET/UFS/CNPq)
E-mail: diego@getempo.org
Milhões de mortos, nações divididas e um conflito que deixou marcas até os dias atuais. A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi um dos acontecimentos-chave do século XX e estudá-la se torna relevante para compreendermos o nosso tempo vislumbrando algo que não queremos repetir.
A Segunda Guerra Mundial compõe o nosso imaginário. Após a existência de Hitler e dos nazistas, para muitas pessoas, nada poderá ser pior. Livrarias, bancas de revistas e mesmo o catálogo de produções de streamings estão repletos de produções com a temática da guerra que, seja por meio da ficção ou com um fim documental e analítico, trabalham esse assunto e contribuem na elaboração desse imaginário. Os personagens e os relatos do conflito estão presentes em elementos que remetem à guerra tanto de forma direta quanto indireta. Personagens como o Capitão América e realidades alternativas com os nazistas vencendo a guerra como O Homem do Castelo Alto são pensadas em exercícios de história contrafactual que nos levam a refletir como o mundo seria diferente se o resultado tivesse sido outro.
Devemos lembrar da Segunda Guerra Mundial porque ela colocou em choque visões de mundo diferentes e antagônicas e isso fez com que mesmo os diferentes se unissem em prol do combate a um mal maior. Em uma época na qual o mundo transparece uma tendência de diminuição da globalização e afirmação de políticas isolacionistas por parte de algumas nações e expansionistas por outras, relembrar as consequências de um mundo dividido e sem diálogo se torna essencial.
Além disso, essa recordação é também um ato de respeito àqueles que se foram sendo vítimas das atrocidades e dos senhores da guerra. Essas pessoas tinham suas vidas, seus sonhos, seus objetivos que foram destruídos. A guerra, infelizmente, é um elemento da vida humana. Mas ela deve ser repudiada e não normalizada.
Cabe ao historiador a árdua tarefa de manter viva a lembrança daquilo que, muitas vezes, alguns querem esquecer. O esquecimento funciona como uma nova forma de assassinato. Esquecer é matar a memória e sem ela sofremos com a ausência da referência sobre os acontecimentos e seus impactos. Voltar à Segunda Guerra Mundial é buscar uma referência daquilo que não queremos repetir.