Diego Leonardo Santana Silva
Doutor em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGHC/UFRJ)
Mestre em Educação pela Universidade Federal de Sergipe (UFS)
E-mail: diego@getempo.org
As redes sociais se tornaram parte do dia a dia de muitos brasileiros. À medida que o acesso à internet foi aumentando, milhões de pessoas começaram a lidar com uma tecnologia nova e fascinante. Os vídeos entretêm, as fotografias impressionam e os memes arrancam gargalhadas. Nas redes, é possível fazer e aprender de tudo. Pessoas ganham a vida produzindo conteúdo, empreendedores as usam para realizar negócios, empresas e organizações, governamentais ou não, ocupam esse espaço.
Quanto mais o tempo passa, mais ficamos conectados a essas redes. Porém, os efeitos disso vêm gerando uma série de debates quanto à forma como a saúde mental das pessoas pode ser influenciada pelo mal uso delas. Do mesmo modo que pessoas usam a internet para entreter, elas também podem usar para mentir, para difamar e humilhar pessoas. A busca obsessiva por likes pode acarretar uma difusão desenfreada e inconsequente de notícias. Com isso, vidas podem ser destruídas devido a informações falsas que são disseminadas.
De certo modo, o uso das redes sociais foi um ponto de transformação no comportamento humano. Por um tempo, acreditou-se que as pessoas passariam a ter duas vidas, uma no mundo real e outra no mundo virtual. Todavia, nos tempos atuais, a diferenciação entre o virtual e o real se tornou praticamente inexistente; o virtual acabou se tornando uma extensão do real e o “eu digital” fazendo parte daquilo que somos. Se, por um lado, há aqueles que preferem se esconder com perfis falsos, há outros que fazem questão de praticar atos hostis publicamente em busca de popularidade daqueles que adoram massacrar os outros.
As redes precisam de novidades e por isso temos uma superprodução de notícias. A todo momento, algo novo aparece e, em meio a um oceano de informações, para um tema viralizar, ele deve ser marcante; e, para isso, em muitos casos, ele deve chocar as pessoas. Mas, a que custo? Na busca pela atenção, as redes sociais precisam entreter e trazer sempre uma novidade para que as pessoas não se desconectem. Porém, o uso das redes de maneira desenfreada pode prejudicar a saúde mental tanto de quem utiliza quanto de quem é utilizado nessa onda de notícias. De certo modo, o letramento digital acabou se tornando um dos pontos de preocupação da nossa era. É preciso aprender a usar a internet, consumi-la e não ser consumido por ela.