A capital do estado de Goiás é uma surpresa. Conhecida por ter uma boa qualidade de vida, por ser compassada pelo ritmo do sertanejo e áreas verdes e arborizada em sua linha urbana, Goiânia (GO) turisticamente em dois dias passa por feira e mercados tradicionais, gastronomia bem ao estilo agro e muitos prédios históricos em estilo art déco. Goiânia é conhecida por ser a capital mais expressiva desse estilo arquitetônico no Brasil.

O Tô no Mundo lista aqui o porquê que Goiânia deve estar na lista dos turistas que gostam de conhecer o novo, de desfrutar do gostinho dos pratos à base do milho e prédios centrais bem ao estilo moderninho. Fundada em 1933, é considera uma capital recente e planejada para substituir a antiga Cidade de Goiás, hoje também chamada de Goiás Velho.

No primeiro, conheça a história da cidade e não se assuste se o nome Pedro Luduvico Teixeira estiver bem presente em ruas, prédios e história. Sim, o então governador que projetou a cidade e a fez erguê-la entre 1933 a 1942, tem casa que virou museu, tem praça, tem ruas, nome de museu. A cidade foi erguida antes de Brasília (196) para dar uma nova fase a região central do Brasil e visava ser uma cidade planejada para 50 mil habitantes. Hoje ultrapassa 1 milhão.

Essa história pode ser conferida, primeiramente, na Praça Cívica com o pavilhão das bandeiras ao Centro, ao fundo o icônico Palácio das Esmeraldas, o Museu Goiano Zoroastro Artiaga (fechado para restauro), o Monumento as Três Raças, o Monumento à Pedro Luduvico e prédios públicos, todos eles pintados em cores bem sóbrias. Mais à frente, na avenida Goiás, a Torre do Relógio, o Correto da Praça e não deixe de ver os primeiros prédios do Tribunal Eleitoral de Goiás e do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan).

Ainda no primeiro dia, a pé, a art déco ainda se mostra em sua plenitude com linhas geométricas e ornamentações simplificadas e retas, além do uso de materiais luxuosos como o aço inoxidável, o vidro e laca. Arquitetonicamente, a composição desses itens transmite a ideia de modernidade, elegância e futurismo. O acervo de Goiânia é considerado um dos maiores do Brasil, cujas influências egípcia e romana foram, por vezes, substituídas por traços indígenas. O roteiro de dois dias também deve incluir uma passagem pela antiga Estação Ferroviária, pelo Teatro Goiano e Catedral devotada à Nossa Senhora Auxiliadora.

Em uma voltinha a pé pelas ruas do Setor Oeste e Central, o turista vai perceber que há uma predominância do estilo. Em um olhar mais atento na região Central, percebe-se as fachadas cobertas por letreiros comerciais.

Da Praça Cívica, percorra a avenida Araguaiana e bem pertinho dali fica o Mercado Central de Goiás, que merece um tempinho a mais para desfrutar do gostinho do Empadão Goiano do Mário, que desde 1951 serve as delícias em massa fina com recheio de frango com pequi, frango com guariroba, palmito ou camarão.

Ainda para aguçar o paladar goiano, não deixe de sentir o gostinho do milho nas deliciosas pamonhas recheadas doces ou salgadas. A tradicional leva o recheio de queijo, uma linguiça levemente apimentada e cebolinha. Também há a galinhada com arroz com pequi e a Chica Doida, um prato gratinado e recheado à base de milho reconhecido como patrimônio cultural e imaterial de Goiás. Com a sustança em dia, conheça os doces de frutas do Cerrado, como de buriti, de goiaba… Ou até mesmo uma empadinha doce.

Goiânia já se revela por seus prédios e sua gastronomia. Hora de curtir um bom show sertanejo que com certeza a cidade terá para lhe oferecer em um dos bares ou restaurantes dos setores Marista, Bueno ou Sul.

Goiânia (GO) turisticamente em dois dias ainda tem muito a oferecer. O segundo dia reserva conhecer a cidade dos parques e bosques. Comece o dia com um café no Centro Cultural Mercado Popular 75, uma construção que passou a ser chamada de Mercado Marília Mendonça. Ao final do dia, já a partir das 17h, as mesas ficam lotadas para assistir aos shows de cantores regionais

O trânsito da cidade da qualidade de vida parece já dar sinais de desenvolvimento desenfreado como em outras capitais brasileiras, mas compensa com a oferta de áreas verdes, como o Bosque dos Buritis, o Parque Flamboyant, o Parque Vaca Branca e o Centro Cultural Oscar Niemayer. Caso esteja na cidade aos sábados, a praça Tamandaré, no Setor Oeste é uma boa pedida para ir a tarde e desfrutar da Feira da Lua, com seus quarteirões de barracas vendendo roupas, calçados, vestiários e muita comida, que varia desde yakisobas aos tradicionais sorvetes de frutas do cerrado e a Jantinha.

Para se despedir de Goiânia (GO) turisticamente em dois dias, ou a vista da cidade de cima, no GranBistrô Rooftop, no mais alto edifício de Goiânia, ou o anoitecer no Bosque dos Buritis. A vista compensa de qualquer lugar. Goiânia (GO) turisticamente em dois dias mostra-se surpreendente.

Na Bagagem

• Uma dica de hospedagem do “Goiânia (GO) turisticamente em dois dias” é o Setor Oeste, com bons hotéis custo/benefício e localização, em que se pode percorrer a pé até a Praça Cívica e outros pontos turísticos da cidade. As diárias são bem convidativas se comparadas as outras capitais brasileiras.
• O aeroporto Santa Genoveva fica a cerca de 12km do Setor Oeste e custa, em média, R$ 25 reais de carro de aplicativo. A rodoviária de Goiânia está bem próxima da Praça da Estação Ferroviária, na área central da cidade, onde também fica o polo de compras de roupa.
• Escolha ir no Mercado Central e no Mercado Popular 75 em horários com fome, pois lá você terá boas opções de desfrutar das gostosuras regionais.
• No Mercado Popular 75, há o famoso Pastel do Meu, considerado um dos melhores do país, acompanhado do drink de Marília Mendonça. O Centro Cultural Mercado Popular da Rua 74 Marília Mendonça funciona na Rua 74, nº 329, Setor Central. O horário de funcionamento é de segunda-feira a sexta-feira, das 8h à 23h, sendo que os shows são a partir de terça-feira. Aos sábados, funciona das 6h às 10h.
• No Mercado Central a dica é a Empada do Mário, que já passa de geração entregando os sabores do Cerrado desde 1951. O Mercado fica aberto de 7h às 18h, de segunda a sexta; e aos sábados e domingos, das 7h às 12h.
• A Feira da Lua também é uma pedida para “encher a pança de sustança” tamanha a diversidade de pratos e comidas. A feira acontece aos sábados, na praça Almirante Tamandaré, a partir das 16h.
• Conheça também o interior de Goiás, como Pirinópolis e Goiás Velho. O Estado também é repleto de atrativos naturais, como o famoso Salto Corumbá, na Chapada dos Pirineus.

Gastroterapia

Quando fui a Pirinópolis, provei da galinhada com arroz de pequi e dei o gosto por provado. O forte cheiro da fruta do Cerrado e o gosto apurado não fez meu paladar. A galinhada da região é uma das melhores. Em Goiás, não deixe de provar o empadão, a pamonha goiana e a Chica Doida. O empadão tradicional leva o recheio de galinha, azeitona e algumas vezes, o milho, com um creme que pode ser de tomate ou queijo.

A pamonha é minha preferida e até comprei uma caixa de isopor para trazê-las. Gosto do creme de milho verde com o apimentado da linguiça com um molho sem igual. Há outras opções de sabores, como a carne seca, o frango ou doces.

A Chica Doida é uma versão da pamonha que ganha o gratinado na massa com queijo, tipo uma torta de milho com recheio, considerado patrimônio de Goiás. Originário da cidade de Quirinópolis, criado por Dona Petronilha e seu marido, João Batista da Rocha, a receita ganhou o gosto dos visitantes e surgiu de uma improvisação quando a palha de milho acabou durante o preparo de pamonhas.

Jantinha, nome sonoro nas feiras e restaurantes populares de Goiânia, nada mais é do churrasquinho que na versão dos goianos ganha arroz, farofa, salada ou vinagrete.

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