Há uma doença no mundo.

Há uma doença no mundo, uma espécie de esquizofrenia, coisa que só atinge os bem falantes, por melhor alimentados, gente que não tem do que reclamar,  os filhos já estão criados, ou não os tiveram, porque Deus não lhos deu, ou então preferiram assim, porque há gente que deseja mudar o mundo, mas não o tenta fazer na própria caminhada, na sua semeação vingada, ou na estada do lar, aconchegado, no clube ou templo de fé, frequentado para torcer ou rezar, ou então, e ainda, na insolvência de própria descrença, que tudo quer, mas não pode merecer tanto, porque ninguém tem o direito de aos outros julgar, uns como luzidios e assaz bem na moda, como execrados “esquerdopatas”, e outros mais fugidios e escorregadios pior abominados, em novilíngua, que os torna seus antípodas, seus falsos opostos,  “alfa brancos”, ou melhor “supremacistas brancos”, ambos lodosos e fungosos, por variação de uma mesma clamídia, por incontrolada cosseira em pior olor exalado.

Uma fedorentina que não é só local, nem paroquial, somente, por tratar-se de um  mal já pandêmico, por internacional!

E sem vacina, ao que parece, e sem possibilidade de saneamento via fármaco a produzir acalmia, reduzir seu furor, sua euforia.

Delírios e arrebatamentos à parte, quem passeia no entorno dessa briga, assume o risco de virar um esporulado comunista, sem ousar se confundir assim, por démodé, fora de moda, saudosista, ultrapassado, ou do lado oposto, demonizado, ser ferido a ferro em rubro na testa, no lombo, no queixo, no falo e no halo, e em ambas faces do glúteo, ou outro qualquer local a pensar e escolher, para ser bem explicitado como um criminal fascista, um carrasco nazista disfarçado, alguém que traz em si uma cruz gamada, não aquela brâmane-budista, enquanto sonho de felicidade, mas a herdade sinistra, dos pregados e prolatados no “Mein Kampf”, a obra proibida do alemão Adolf Hitler, em prévias renovadas de novos putschs programados, mas sem cervejas!

Porque com cerveja, a fúria rolada, sai vertida por disúria.

Mas, sem se verem na mesma clamídia urêmica, coçando demais e fedendo pior, os “esquerdopatas” e seus antíctones “supremacistas albinos” se nutrem no mesmo coxo e da mesma alfafa, sempre farta no noticiário, por forrageira suculenta destinada às alimárias que bem tudo consomem, sem necessitar de méis de engenho ou adocicantes cabaús, que lhes excitem as gustativas papilas.

Agora mesmo há uma ampla ausência de docilidade entre essas figuras em difícil papear.

Dissertam os “esquerdopatas” que estamos a viver uma perigosa ameaça à nossa democracia, só porque o Presidente Bolsonaro está a conquistar a alma do povo, em motociatas numerosas, que se afastou de seu antigo alcaloide, aquele ilusório opioide  que prometia desfazer o medo de ser feliz apenas, alcançando no aqui e no agora o feliz paraíso em edição digital, de realidade virtual na nossa terra pátria brasílica, o Estado podendo bancar tudo, inclusive toda esbórnia sonhada.

E a felicidade, sonho fugaz, esvaiu-se no ar, sem solidez, nem permanência, sobrando miséria e divida, e roubos!

Transitados, conferidos, perdoados e depois tudo anulado, requerendo agora a alforria da boa anistia, aquela que reagencia o esquecimento, por excedente carência de vergonha.

E nessa sem-vergonhice ninguém precisa que se doure a pílula, para se ver o que não carece de explicação, porque a verdade já se espraia na simples vontade de agarrar-se ao poder, e refazer tudo igual, somente, em prévias de eleição!

Como é triste a proximidade de uma eleição! A necessidade de sobreviver e não volver, de soçobrar, qual pau-de-cortiça, no mar revolto da renovação.

Sofrem os que temem perder o mandato curto de quatro anos, de oito anos reeleito, duas vezes, três vezes, e até mais, sucessivamente, em desejo incontido, insaciável, nessa democracia sem povo, porque esse mesmo povo, muito bravo e varonil, não possui o direito mínimo de deixar de votar, no domingo ou feriado que é seu, por lazer, sob dolo e multa imposta à sua mais-que-cantada: cidadania!

Ah, Cidadania! Quanto se falou de ti, Cidadania, após a “Constituição Cidadã” e a ampla varrição do “entulho autoritário”!

Tudo mentira! Porque se não restou igual, foi porque se fez pior.

Os militares coitados, ainda hoje são execrados, do mal que fez menor, em tantos cadáveres, ditos milhões de feridos, impossíveis de ser contabilizados nos cartórios,  em tantos falecidos nunca nascidos.

Eita cicatriz que não cura!

É igual ao crime da escravidão negreira, da colonização indígena e dos autos-de-fé da Santa Inquisição… Até quando a humanidade pagará por seus crimes!

No Brasil, pátria nossa e Mãe Gentil, chora-se tanto no entreato de 1964 a 1982, com cinco Generais Presidentes, e um Congresso aberto todo tempo para sobejos discursos mal solfejados, por vazios, que chega a causar inveja à Alemanha e seu passado de Pogroms com quebras de cristais, sem sentir nenhum remorso, sem netos recriminar avós, como nós que vivemos aqui, bem abaixo da linha do Equador, justo onde o pecado é maior, não há absolvição e nenhuma penitência é suficiente.

E haja insuficiência para exaltar tanto sofrimento, sobremodo agora em prévias eleitorais, em migrações partidárias, o PT não sendo o mesmo PT,  o PCdoB sem brigar para exaltar o “do”, ou mesmo o C, do quem é quem em Ex-“Partidão”, siglas muitas hoje reunidas em federações, todas juntas, e juntas misturadas, para mal falar e execrar contra o Messias Jair Bolsonaro, o “capitão de pijama”, ou de “Chegança”, desafiando maus olhados, facadas e outros alvos de excrementos lançados, igual à francesa, Marine Le Pen, a diabólica candidata da “extrema direita”, a direita que não pode existir, nem aqui nem ali, em qualquer lugar do mundo, por trazer consigo “amplo perigo à Democracia”.

Porque a Direita Francesa, no pensar de  René Remond, em seu notável estudo “Les droites en France”, publicado em 1954, e referenciado ainda hoje, está dividida em três ramos confiáveis: a “Direita Legitimista”, ou “Colbertista”, de natureza conservadora, apoiada nos valores da Ordem e da Hierarquia, herdeira da sociedade do “Ancien Régime”, o antigo e secular regime dos Reis Bourbons; a “Direita Orleanista”, nascida com a “Monarquia de Julho” de Luís Filipe de Orleans, cujo caráter era eminentemente Liberal , conclamando o povo a se enriquecer, “enrichissez vous!”; e a “Direita Napoleônica”, essa direita autoritária, mas respeitosa ao legado da Grande Revolução, sempre desconfiando das hierarquias tradicionais, e se apoiando nas massas populares. Direita que acredita no “Homem Providencial”, seja ele Napoleão Bonaparte ou Charles De Gaulle, o patrono da “VII República”, vigente desde 1954 até hoje.

Segundo os formadores de opinião franceses, o texto de René Remond se não exaure completamente o tema é bastante referido.

Na última eleição, quando se deu o 1º Turno Presidencial concorreram perto de vinte postulantes, um grande contingente, cerca de mais de quinze candidatos ditos de “esquerda”, em especial destaque para Jean-Luc Mélenchonda vertente “França Insubmissa”, e da Prefeita de Paris, Anne Hidalgo.

Sem ser de esquerda ou direita concorre como franco favorito o Presidente Emanuel Macron.

No campo da Direita, não sei de qual ramo delas, segundo os filiados de Remond, disputavam Valéry Pécresse pelo partido liderado pelos expoentes Nicolas Sarkozy e François Fillon, donos de muitos prefeitos e parlamentares, e o ensaísta Éric Zémmour, pelo movimento “Reconquista”.

Na minha leitura da imprensa francesa, havia uma preferência pelo Jornalista Zémmour, talvez por confraria, e sobremodo por Valérie Pécresse, por quem fizeram uma força danada em fotos e textos.

Quem mal aparecia na mídia parisiense era Marine Le Pen, sempre demonizada quanto esquecida.

Na apuração do 1º Turno, Emanuel Macron obteve 27,8% dos votos, seguidos de  Marine Le Pen com 23, 1%, e Jean-Luc Mélenchon com  22%, Eric Zémmour com 7,1%, Valérie Pécresse com 4,8%, seguido de sete outros abaixo votados, inclusive a Prefeita de Paris, Anne Hidalgo, do Partido Socialista, no décimo lugar com 1,7%.

Hidalgo é pessimamente avaliada enquanto Prefeita, inclusive por banir os automóveis das ruas privilegiando ônibus e ciclistas.

Quanto a Marine Le Pen, esta é tetanizada como pertencente à direita inconfiável, por perigosa, aquela que pode se apoiar no povo, via referendos e plebiscitos, um perigo para a democracia, porque sempre vale a chamada revolta das tesouras, hoje bastante em moda.

Quanto a Emanuel Macron, possivelmente reeleito em novo mandato no próximo domingo 24 de abril, já pretende ampliar o tal mandato para sete anos, com direito à reeleição sucessiva, um tapa na cara aos protestos dos “coletes amarelos”.

Do lado de cá falou-se do escândalo detectado no Supremo Tribunal Militar:, porque alguém estrelado fizera piada com uma gravação secreta de décadas passadas, só para dizer que o que merecia chorar, jamais devia: valer sorrir.

Ah, sorriso! Quanta falta de cizo no agora!

Coisa de novo, em velha luta de Idéias; de “esquerdopatas”, e os do lado opostos, meio mundo de gente: “supremacistas brancos”, “machos alfa”, e outra pérolas como “negacionistas”, “terraplanistas”, “fascistas”, “nazistas”, fachistas” com x ou ch, etecetera, etecetera e tal, agora em farta horda de barulhentos motoqueiros.

E aqui vale chamar atenção da última Motociata, que não aconteceu, porque ninguém quis ver, mas foi … O que foi? Monumental!

Isto é: não viu a grande imprensa; aquela que eu, como muitos, não mais a remunera nem lê.

Mas eu disse que os reclames “esquerdopatas” estão amplos no mundo.

Agora mesmo na França, há um choro incontido nos jornais por onde passeio: o LeMonde e o LeFigaro, ambos passando a apoiar a reeleição do Presidente Emanuel Macron, após cinco anos de fracassada administração.

Se os dois jornalões temem a possibilidade de Marine Le Pen da “extrema direita” vir a ganhar no 2º Turno, há uma comiseração com Valéry Pécresse, que saiu endividada da eleição em Cinco Milhões de Euros, porque a lei francesa prevê um reembolso de despesas dos candidatos que alcançam menos de 5% dos votos.

Grita Dona Valéry em apelo de urgência: “Je suis endettée personnellement à hauter de 5 millions d’euros”.

Quem tiver pena, por ser “branco alfa”, ou parecido, mande a sua espórtula, por “dindin”.

Nunca o meu “piquininin”, enquanto “branco supremacista”, enrustido, amorenado, só por ter o olho azul, de gato, caranguejo ou  guaiamum, mas bonito!

Bote bonito nisso, pintado e tingido por minha mãe!

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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