A participação acionária de Heráclito Dantas de Oliveira representava, com quarenta contos de réis, o acervo constante da firma Silva Matos & Dantas, fundada por  Leonardo da Silva Matos, em 1914, localizada  na então avenida Barão do Rio Branco (hoje avenida Ivo do Prado, 564, trecho entre a Travessa João Quintiliano da Fonseca e a praça Almirante Tamandaré) nº 16, com comércio de importação e exportação. A firma, refundada individualmente no mesmo ano, em 1919,  sob a mesma denominação de Silva Matos é formalmente declarada extinta em 1932, depois de tornar-se exportadora de sal. Aparentemente Heráclito Dantas de Oliveira troca de sócio e amplia os negócios, anunciando que o contrato da empresa deveria ser cumprido por cinco anos, devendo ser encerrado em 1924. Em 1925, no entanto, continuava com registro na Junta Comercial e com atividades crescentes, que formariam o núcleo dos negócios.  Assim começa a trajetória dos investimentos de Heráclito Dantas de Oliveira, reorientados em 22 de fevereiro de 1945, quando troca a denominação da empresa para H. DANTAS & FILHO, colocando seu filho Emanuel Fonseca de Oliveira como seu sócio, passando a construir uma marca – H. Dantas – que corre mundo até hoje, como um dos maiores grupos empresarias sergipanos.

Nos anos de 1920 José Alcides Leite passa por sérias dificuldades e tem seus bens leiloados para cobrir dívidas. Heráclito Dantas de Oliveira adquire bens de José Alcides Leite, e refaz o projeto do ARAGIPE, navio de madeira idealizado como o maior a ser construído no pequeno estaleiro daquele empresário nascido em Estancia, e que foi, no seu tempo, um exemplo de trabalho, competência e pioneirismo. O ARAGIPE, finalmente pronto, teve participação notável salvando vidas quando dos torpedeamentos de navios mercantes pelo submarino alemão U-507, na costa sul sergipana, em agosto de 1942, certamente estimulou a criação do Estaleiro, na Barra dos Coqueiros, um empreendimento sólido, consolidado, vitorioso.

Em fins de 1951 o contrato social é novamente modificado, passando a empresa a receber o nome de H. DANTAS Comércio, Navegação e Indústrias Ltda. O capital social, que era então de doze milhões de cruzeiros, passou para 210 milhões de cruzeiros, depois da avaliação de bens adquiridos pelo empresário, feita pelos engenheiros Fernando de Figueiredo Porto e Jorge de Oliveira Neto. A morte do filho Emanuel Fonseca de Oliveira coloca na empresa a viuva Maria Celi Prado de Oliveira, e outros familiares – Heráclito Dantas de Oliveira Filho, Augusto Fonseca de Oliveira, José Fonseca de Oliveira -, todos empenhados no comércio, importação, exportação, navegação a motor e a vela, salinas e indústrias em geral, perfil que marcaria nos seguintes 50 anos, a sobrevivência da empresa. Por alguns anos o comando empresarial instalou-se na praça General Valadão, 188, mudando depois para a avenida Rio Branco, 186, sala 803, edifício Oviêdo Teixeira, sem descartar os mais de 2.250 metros quadrados do velho endereço da avenida Ivo do Prado, 564, onde tudo começou.

De 1957 em diante o grupo H. DANTAS modificou seu contrato social. Em 1964 mostrou-se proprietária de diversos bens, destacando-se o Saveiro Rio Grande, as Canoas Canaan e Suzana, os Iates/motor Palmares, Criciuma e Maria Tereza, as Salinas, Guaray, em Aracaju, Maratay, em Nossa Senhora do Socorro e São Bento, em Acaraú, no Ceará, Mangaba, na Barra dos Coqueiros, todas com grandes armazéns de madeira. Continuou adaptando ao contrato novas modificações em1968, 1969, 1973, 1974, 1977, 1978, 1979, 1981, tendo nas duas últimas – 1979 e 1981 – crescido o capital social, o que lhe garantia ampliar, vigorosamente, sua atuação dentro e fora de Sergipe.

Heráclito Dantas de Oliveira fixou, durante muitos anos, residência em Salvador, na Bahia, onde morreu, no Hospital Português, às 9:30 horas do dia 14 de julho de 1979, aos 85 anos (completaria 86 no dia 22 de agosto) sendo trasladado para Aracaju, como era do seu desejo, e sepultado em mausoleu da família, no Cemitério Santa Isabel.