HOJE É DIA “35” DE JUNHO

Hoje é dia “35 de junho”, dia em que as atas das convenções partidárias, realizadas na última sexta-feira, serão finalmente entregues ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) para a devida homologação das candidaturas majoritárias e proporcionais que irão concorrer nas próximas eleições de outubro. Tudo rigorosamente dentro da Lei Consuetudinária.

 

Isso mesmo. Não adianta ninguém espernear. Como de praxe, os partidos políticos normalmente apresentam suas atas fechadas ao TRE no quinto dia do mês subseqüente às convenções. E não há o que se questionar. Está arraigado aos velhos e bons costumes da política brasileira. Todo mundo sabe, todos fecham os olhos…E pronto.

 

Esses cinco dias a mais são importantíssimos nesse jogo complexo e disputado, em que se transformam as convenções dos partidos. Os principais jogadores, por serem verdadeiros craques, tomam logo os seus respectivos lugares em campo. Os demais, no entanto, ficam no banco de reservas esperando a boa vontade dos técnicos, que têm, por conta dessa prorrogação, condições de escalar o que bem lhes convier. Ou seja: esses cinco dias a mais no calendário junino representam uma oportunidade única de negociar passes, alterar estratégias, comprar adversários.

 

Em Sergipe, por exemplo, até agora, é humanamente impossível dizer quais são os candidatos a deputado federal, deputado estadual e suplentes de senador sem incorrer na possibilidade de erro grave. Tem político que você jura ser candidatíssimo a algum cargo eletivo, mas que, por conta da “prorrogação”, deverá aparecer fora da listagem. Outros, porém, antes impensados, passam a figurar em campo prontinhos para o jogo.

 

Que ninguém se surpreenda com o que virá escrito nas súmulas, ou melhor, nas atas dos partidos. É que política no Brasil é um jogo pesado, bem ao estilo do futebol americano, que nós, brasileiros, assistimos sem entender bem as regras da disputa em campo. E nos enojamos com os ataques frontais, os golpes sujos e a baixaria reinantes.

 

Sem dúvida alguma, o esporte predileto de dez entre cada dez políticos brasileiros.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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