Homenagem Justa para Antonio Garcia Filho

As entidades médicas de Sergipe, através de sua Federação, tomaram a iniciativa de promover

Antonio Garcia em 1958
gestões junto ao Governo solicitando a colocação de nomes de ilustres médicos em hospitais que são construídos nas cidades de Estância e Lagarto. Primeiro foi lembrado o nome do médico Jessé de Andrade Fontes para o Hospital de Lagarto, através de mobilização da família, de setores da imprensa (pelos artigos de Ivan Valença e Luiz Eduardo Costa) e por matéria por mim escrita e enviada ao Excelentíssimo Governador pela Federação das Entidades Médicas de Sergipe na semana passada.

Nesta semana, o médico sanitarista, professor universitário e historiador Antonio Samarone de Santana, atual Superintendente da SMTT em Aracaju, em artigo publicado no Jornal da Cidade na edição de quinta-feira próxima passada ( 12.02.2008 ), defende o nome do saudoso médico Antonio Garcia Filho para a unidade hospitalar, que servirá também como hospital-escola, e que está sendo erguida na cidade de Lagarto. Com dados irrefutáveis, Samarone apresenta para a sociedade de forma clara e consistente, o valor de Antonio Garcia para a medicina, para a cultura e para a educação de Sergipe.

Homem de profunda convicção humanista e empreendedora, Garcia foi um homem  à frente de seu tempo.  Fundou a Faculdade de Medicina de Sergipe em 1961. Até então, o sergipano que queria ser médico tinha que sair do estado para conseguir seu intento. Convenceu o irmão Luiz, governador, que uma escola médica era mais necessária que uma escola de engenharia. Luiz estava inclinado a promover os meios para fundar uma escola de engenharia, empreendedor que era, fez uma das administrações mais arrojadas da história de Sergipe, só para citar a criação do primeiro banco estadual, a fundação do IPES, do Condese,  construiu um novo aeroporto na zona sul e a rodoviária no centro da cidade, entre outras realizações.

Mas Sergipe não possuía médicos nas cidades do interior. A necessidade desses profissionais era enorme. Antonio convenceu o irmão a apoiar a fundação da Faculdade de Medicina, velho sonho acalentado de Garcia Moreno e Augusto Leite, mas nunca concretizado. Luiz deu o sinal verde. Mas não foi fácil. As rivalidades políticas da década de 50 entre os partidários da UDN, PSD e PR foram entraves quase intransponíveis para a realização do projeto. Mas Garcia foi obstinado, incansável, habilidoso, destemido, paciente e tolerante. A Faculdade de Medicina foi finalmente fundada e em 1961 pôde realizar o seu primeiro vestibular. Vitória da determinação, do esforço e da luta de Antonio Garcia, com a colaboração de outros médicos.

Garcia fundou e colocou para funcionar de fato o primeiro centro de reabilitação de Sergipe, no Bairro Industrial. O Museu Histórico foi outra grande obra, na cidade de São Cristóvão. A criação do Movimento de Apoio Cultural da Academia de Letras foi mais uma de suas idéias geniais e de vanguarda. Tirou a entidade do marasmo cultural, tão reclamado por Garcia Moreno em uma das suas crônicas, que publicava semanalmente no Jornal  A Cruzada.

Garcia foi escritor, poeta, contista, compositor ( fez o Hino do 28º BC, e a canção de Aracaju). Professor Émerito da UFS, da qual foi Pró-Reitor. Criou com Luiz Antonio Barreto o Encontro Cultural de Laranjeiras.

A proposta de Antonio Samarone é, pois, justa e oportuna. Reverenciar  a figura de Antonio Garcia Filho é um dever de todos. Na visão de Cabral Machado, Garcia era um homem de méritos – de inteligência e sensibilidade – , possuindo o que Aristóteles chamava de “excelência da alma”. Precisa dizer mais algo?

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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