Imprensa, CPI e subjornalismo

A cada dia que passa este jornalista tem uma certeza: é um mero passageiro deste veículo da história da imprensa sergipana. Enquanto aumenta o número de leitores da coluna, também aumenta o desencanto com o que bem define o jornalista Luciano Correia: o subjornalismo raquítico que não tortura apenas ele, mas também outros grandes jornalistas como o saudoso Fernando Sávio e quem sabe, o também grande Pascoal Maynard.

    Em Sergipe, muita gente está acostumada com a falta de memória de grande parte da sociedade. Parece que fatos que ocorreram ontem são esquecidos rapidamente. Um exemplo desta realidade crua e consciente: Muitos que fazem o famoso “jornalismo chapa branca” , através de artigos e matérias com maquiagem, eufemismo e até mesmo canalhices num passado bem recente,  se acham  hoje no direito de hoje serem juizes dos colegas, tentando até mesmo pautar o que eles devem escrever. Esquecem que há pouco tempo enquanto eles “pecavam” pela omissão (é uma palavra bem amena) este jornalista e alguns outros colegas foram alvos de diversos processos por não titubearem na busca da verdade descortinando a sujeira que ocorre nos bastidores da política sergipana. Eis a diferença, e que diferença.

   Essa coluna sempre teve como objetivo principal conjeturar criticamente com seus leitores, levando-os a uma reflexão e politização do que ocorre nos bastidores através de um jornalismo crítico e sério. Aliás, esta coluna publica diariamente a opinião do leitor que tornou-se não apenas co-participe, mas participante direto da formulação de vários artigos e analises publicadas neste espaço.

   O leitor já percebeu que este artigo está sendo escrito em forma de desabafo. E é verdade. Não dá para aceitar algumas indagações de “colegas” que escrevem sobre ética hoje, depois de manipular a informação para a sociedade por muito tempo. Os recados que estão sendo mandados a este jornalista são por conta da “CPI da Comunicação” e da publicação (que ocorrerá em breve) dos contratos existentes no governo passado. Os contratos com os veículos de comunicação são normais, porém existiam outros com empresas de alguns “profissionais” em várias secretarias e empresas estatais, com o Banese, que juntos chegavam a mais de R$ 20 mil. O leitor começa a entender o que é o jornalismo chapa branca. E entenderá mais quando for publicado o nome das empresas.

   Estes “profissionais” da imprensa (que são poucos, mas influentes) não aceitam que apesar do “Monopólio da Palavra” (termo usado por Emir Sader em um artigo da revista Caros Amigos que cabe bem a realidade de Sergipe) armado para que a campanha eleitoral em Sergipe tivesse apenas uma voz, surgiram diversos espaços alternativos na mídia, como esta coluna onde o próprio leitor, telespectador e ouvinte, usaram como expressão de suas vozes já que não tinham espaços em outros meios. Em todo este período esta coluna teve como objetivo maior levar ao leitor a opinião, a informação e os fatos escritos com independência e espírito crítico. E isso incomoda. Essa campanha eleitoral em Sergipe, que foi histórica por conta da vitória da oposição, mostrou também (como no Brasil), que a grande maioria do povo começa a não acreditar naqueles órgãos até o momento majoritários da imprensa sergipana. “Formou-se uma espécie de opinião pública alternativa, que difundiu e consolidou as versões populares, contrapostas às das oligarquias da mídia”. Outra frase de Emir Sader, usada nacionalmente, mas que cai como uma luva para Sergipe.

   E agora, alguns “profissionais” que não aceitaram a derrota deste esquema de subjornalismo raquítico começam a bombardear alguns poucos jornalistas que não se renderam. Alguns até hoje não digeriram a reeleição de Lula (quem lembra dos textos de puro preconceito?) e nem de Déda. Estão incomodados porque a divulgação dos contratos do governo passado vai mostrar a realidade nua e crua de quem é quem na imprensa de Sergipe e a falta de espaço no atual governo. Sem meias verdades. Estes “profissionais” em todo o sentido da palavra não aceitaram a derrota do esquema que sempre deram “amém” como também partem com agressões aos jornalistas que não aceitaram essa “chapa branca”. Dentro da nova realidade governamental estes “profissionais” tentam agora se aproximar da maneira mais espúria possível: denegrindo a imagem de outros colegas, que ao contrário deles, não têm e não terão esquemas dentro do governo e não fizeram lobby por cargos públicos. Quando forem publicados os contratos que existiam no governo passado o leitor terá conhecimento de tudo.

  Leitor entenda que este jornalista é apenas um passageiro desta imprensa, que ocupa hoje este espaço que pode ser o último e num futuro bem próximo pode não mais escrever fazendo parte destes colegas desencantados com este subjornalismo raquítico. Mais uma vez: aqui não está o dono da verdade, é apenas um jornalista com dezenas de defeitos, mas com a história recente de Sergipe como prova maior de tudo que foi escrito acima. Basta relembrar, caro leitor. Não dá para aceitar que alguns “profissionais” – que sempre atuaram em defesa dos políticos de plantão – nos últimos dias comecem a passar a defensores da ética e da verdade absoluta. Os verdadeiros jornalistas com certeza apóiam este artigo, não vestem a carapuça e sabem muito bem quem são estes “profissionais”…

 

Desafio para “profissional” da imprensa

Por qual motivo alguns esquecem de olhar para a própria casa e não publicam o que acontecem. Um exemplo. No Diário Oficial do dia 29 de dezembro, que circulou há cerca de 15 dias, foi publicada a exoneração – ainda pelo governador João Alves – de um Editor Geral de um veículo onde um colunista critica hoje os colegas por publicarem e-mails e telefonemas de petistas e eleitores de Déda descontentes com o rumo do governo. O chefe do colunista – que nunca foi trabalhar – recebia pela Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais um cargo em comissão especial bem gordinho…

 

Pobreza de espírito de algumas pessoas

A coluna faz eco na nota publicada no último final de semana no Jornal do Dia, sobre os e-mails e telefonemas recebidos com o descontentamento de petistas e eleitores de Déda. Leia a nota publicada no JD: “é muita pobreza de espírito algumas pessoas acharem que jornalistas legislam em causa própria ao registrar o descontentamento de ações do governo manifestado por grupos políticos ou pessoas isoladamente através de e-mails e telefonemas”.

 

Reforma vem sendo feita sem alarde

Ao contrário do que se pensa o atual governo continua exonerando cargos comissionados. O número já passa de dois mil e como disse na campanha eleitoral os técnicos (que não são políticos) estão sendo aproveitados. Porém a reforma continua e só deve acabar em março. Em fevereiro outras mudanças vão ocorrer numa máquina que é grande e inchada.  É tudo uma questão de tempo, principalmente no interior do Estado. Na área administrativa foi grande a economia feita este mês com a utilização de veículos, celulares e até de note books. O uso continua, mas de acordo com o interesse e a prioridade administrativa, sem “jeitinhos”. A ansiedade de alguns aliados do governador é natural, já que “mudança” é a palavra da vez.

 

Deu no JC: A política Urbana

Excelente o levantamento feito pelo jornalista Marcos Cardoso (também colunista aqui da Infonet) no Jornal da Cidade do último domingo mostrando que a grande maioria dos deputados estaduais e federais eleita na eleição passada tem origem em Aracaju. Leia uma parte do texto: “O fenômeno de migração do campo para a cidade chegou definitivamente à política. Dois terços do eleitorado de Sergipe está no interior, mas quase todos os eleitos no ano passado para a Assembléia e o Congresso são aracajuanos – se não de nascimento, por adoção. Maria do Carmo Alves, que se reelegeu para o Senado, nasceu em Cedro de São João, mas tem a vida toda ligada à cidade de Ignácio Barbosa. Dos 32 deputados sergipanos que serão empossados quinta-feira, pelo menos 26 são de Aracaju, têm base eleitoral ou no mínimo uma vinculação muito forte com a capital…”

 

Gabiru não precisa de remédio, precisa de um veneno: chumbinho

Na coluna política do Jornal da Cidade do último final de semana foi publicada a nota “A revolta dos Gabirus” dando conta que os famosos ratos de rádio estão injuriados com a secretária Eloísa Galdino, da Secom, porque não renovaram seus gordos contratos. Eloísa deve aproveitar a detetização que está sendo feita no Palácio de Veraneio, onde foram encontrados dezenas de ratos e baratas, para pedir um pouco do veneno chumbinho. Uma boa solução. Aliás, se rato de rádio desse voto, o ex-governador seria reeleito com uma margem significante, porque nunca na história do rádio sergipano se ouviu o que aconteceu em 99% das emissoras de rádio.

 

Entrevista de Cezar Britto na Folha de São Paulo

A Folha de São Paulo de hoje entrevista o novo presidente da OAB, o sergipano, Cezar Britto. Por ser extensa não dá para publicar na coluna. Com o título “Novo presidente da OAB afirma que as mudanças políticas da Bolívia e da Venezuela são reflexos da vontade do povo”, leia a entrevista em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc2901200716.htm

 

 CPI da Comunicação

Deu no JC de domingo na coluna de Ivan Valença: “O publicitário Walfran Soares está só esperando a nova Assembléia Legislativa começar seus trabalhosa para sensibilizar um dos 24 deputados com um pedido que deverá ser corroborado com um manifesto com dezenas, até centenas de assinaturas de jornalistas, publicitários, artistas, etc. Walfran acha que há necessidade de se abrir uma CPI para apurar onde a Secom gastou R$ 30 milhões o ano passado e quais foram os critérios seguidos. Para Walfran, os dois últimos anos do governo João Alves Filho, na área da comunicação, foram “um escândalo”.

 

Esposa de senador também tinha cargo em comissão

A coluna pede desculpas porque esqueceu de publicar na última sexta-feira que não eram apenas dois filhos do senador Almeida Lima (PMDB) que tinham cargos no governo João Alves Filho (o senador não devia saber), mas também a esposa dele, Maria Helena Tavares de Lima. No Diário Oficial que circulou na última sexta-feira, com a data de 19 de janeiro deste ano, foi publicado o ato de exoneração dela do cargo de assessora especial da Secretaria de Estado do Combate a Pobreza e da Assistência Social.  Maria Helena tinha um cargo em comissão especial (CCE-09), cujo valor é cerca de R$ 5 mil.

 

Mais uma informação da Sefaz

A coluna recebeu outra informação da Secretaria da Fazenda de que o servidor Sandoval Barros Filho, sub-gerente de desenvolvimento de Pessoas, ligada a Superintendência de Administração e Finanças, na gestão passada dedurava os colegas que votavam em Déda. Agora, com o novo governo, continua dedurando para agradar, desta vez os alvistas, já que virou “vermelho” desde criança.

 

Grave denúncia de esquema de enriquecimento ilícito

A coluna recebeu – como alguns colegas de imprensa também – denúncia de enriquecimento ilícito por parte de alguns membros da SSP envolvendo uma empresa de segurança. A pessoa que enviou a denúncia mandou diversos dados consistentes inclusive de um contrato de R$ 60 mil mensais. A denúncia foi enviada a uma autoridade do novo governo para averiguação. É uma verdadeira bomba.

 

 

Ministério Público pede fim de nepotismo

Calma leitor! Ficou alegre, pensando que era em Sergipe? Não é não! É no Ceará, leia a matéria publicada ontem na Folha de São Paulo: “O Ministério Público Estadual quer que, em até 60 dias, o governo do Ceará, a Assembléia Legislativa e os tribunais de contas do Estado e de Fortaleza exonerem parentes em até o terceiro grau, exceto os concursados. Um dos afetados pela medida é o irmão do governador Cid Gomes (PSB), Ivo Gomes, seu chefe-de-gabinete. Braço direito do irmão, que assumiu o Estado neste ano, Ivo também tem mandato de deputado estadual pelo PSB. Pessoas ligadas ao governo ouvidas pela Folha afirmam que ele não causa ônus ao Estado, pois optou por receber apenas o salário de deputado. O governo não comentou o assunto”.

 

 

DRT deve fiscalizar prestadoras de serviços

A Delegacia Regional do Trabalho precisa fiscalizar algumas empresas prestadoras de serviços terceirizados ao governo estadual. Por exemplo, no final do governo anterior terminaram diversos contratos com a empresa Ravele. No lugar dela, em vários órgãos estaduais entrou outra empresa de nome Valor Humano, que incorporou grande parte dos funcionários. Mas e as obrigações trabalhistas? Não é necessário o pagamento do FGTS e tudo mais? Muitos destes funcionários não denunciaram a DRT com medo de não serem aproveitados na outra empresa. Somente a DRT pode resolver este problema.

 

 

Programação da FM Liberdade está mudando

Quem é ouvinte da FM Liberdade já notou que a programação musical mudou sutilmente. No meio da programação com músicas da MPB, de repente, começa a tocar o estilo imitando o country americano que alguns insistem em colocar  como forró. Ai entra a banda Calcinha Preta e outras. Se ao menos fosse o autêntico forró, mas imitação…

 

ASL promove concurso de poesia

O presidente da Academia Sergipana de Letras, José Anderson Nascimento, informou  que essa instituição está promovendo um concurso denominado de Prêmio de Poesia Centenário de Silva Ribeiro Filho. O regulamento do concurso também já está sendo divulgado podendo ser solicitado utilizando os e-mails: asletras@bol.com.br ou wagnersribeiro2005@yahoo.fr ou está ä disposição dos interessados na ASL, ä rua Pacatuba, 288-centro- Aracaju.O concurso premiará os três melhores sonetos, inéditos ou não, podendo inscrever-se poetas de qualquer nacionalidade, vedando-se a inscrição  aos membros ou servidores da ASL. O candidato deverá inscrever-se com o mínimo de dois sonetos ou o máximo de quatro e os mesmos, rimados ou não, deverão ser metrificados. As inscrições estão abertas, no prazo de l6 janeiro a 15 de maio de 2007. O concurso é uma homenagem ä memória do acadêmico Silva Ribeiro Filho, estabelecendo-se três prêmios, com certificados e em dinheiro, podendo ser concedidas menções honrosas.

 

Explicação sobre coluna

A coluna não foi publicada no último final de semana por problemas de saúde deste jornalista, que agradece a preocupação de alguns leitores que telefonaram e enviaram e-mails.

 

Frase do Dia

“Feliz ano-novo para quem conhecem coleciona utopias faz de suas mãos arado e com o próprio sangue, rega as sementes que cultiva. Sejam muito felizes os velhos que não se disfarçam de jovens e os jovens que superam a velhice precoce; seus corações tragam a idade alvíssaras de emoções férteis… Conceda-nos Deus a bênção de tantos dons, livres de políticos que constroem para si o céu na terra com a matéria-prima do inferno coletivo”. Frei Betto, no artigo “Feliz ano-novo” publicado na revista Caros Amigos este mês.

 

 

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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