De um modo geral, tanto as pessoas como as organizações têm muita dificuldade para entender a importância da criatividade como uma habilidade que uma vez desenvolvida provoca transformações pessoais, empresariais e sociais, além de ser um elemento essencial na geração de negócios, produtos e serviços inovadores.
Só depois que o Prof. Klaus Schwab, principal executivo do Fórum Econômico Mundial, declarou em 2006, a importância e a necessidade de se resgatar a criatividade como a única maneira de se conseguir resolver os graves problemas da humanidade foi que o mundo começou a enxergá-la como um diferencial de competência. Por este motivo a Comunidade Européia definiu 2009 como o Ano Europeu da Criatividade e da Inovação e 30 países europeus estão disseminando esse conhecimento através de ações variadas. Portanto, a criatividade passou a ser um diferencial de competência essencial para qualquer indivíduo, organização ou país que busque soluções inovadoras no campo tecnológico, educacional ou empresarial.
A competência criatividade (C) pode ser traduzida como: C = fa (Cn x I x Av), ou seja, uma força atitudinal (fa) que está diretamente ligada a três elementos essenciais: o conhecimento (Cn) , a imaginação (I) e a capacidade de avaliação (Av).
Portanto, um indivíduo para ser criativo precisa possuir um determinado conhecimento sobre um assunto, precisa ser capaz de imaginar e gerar muitas opções para a sua ideia e, concomitantemente, possuir um forte senso critico. Associado a tudo isto, precisa também possuir uma força atitudinal que o impele a agir, a se mostrar presente, a se posicionar, a dizer para que veio. Portanto, são aqueles indivíduos que têm uma força visceral para estar enfrentando continuamente o novo, os desafios e não são capazes de se deixarem atingir por sua “zona de conforto”.
Ao longo da nossa experiência trabalhando com pessoas e instituições ajudando-as a resgatar o seu potencial criativo o que mais observamos que na maioria das vezes, por conta da nossa educação formal e estruturada as pessoas literalmente perdem a sua capacidade de imaginar, de se visualizar em situações futuras, de imaginar-se cinco anos à frente. Daí, não conseguem formular um projeto de vida, um fato tão essencial e fundamental para cada indivíduo justamente pela dificuldade que têm em se imaginar no futuro.
Depois do problema com a capacidade de imaginar deparamos com um segundo que trata das atitudes, por conta da nossa cultura nordestina, temos tendência a imaginar que não somos capazes, que o melhor vem de fora, e por conta disto, não valorizamos a nossa “prata da casa” que muitas vezes é ouro…
O trabalho mais árduo que temos quando estamos atuando no desenvolvimento e resgate da criatividade é o de ajudar às pessoas a entenderem que as suas atitudes mobilizadoras e proativas serão justamente o que irá servir de sustentáculo para a sua transformação pessoal e consequentemente irá trazer resultados compensadores também no campo profissional.
Portanto, finalizando criatividade e inovação andam juntas, poderemos dizer que são irmãs inseparáveis; todavia a criatividade é: imaginação, processo, geração novidade e trabalho leve; ao passo que inovação é: implementação, produto, resultado, desenvolvimento, utilidade e trabalho pesado.
(*) Fernando Viana
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