INOVAÇÃO SEM CRIATIVIDADE: Isto pode acontecer?(*) No momento atual é muito comum encontrarmos, nas mais diferentes mídias do Brasil, a palavra inovação como um grande destaque. Parece que virou uma palavra da moda: institutos para inovação, empresas para inovação, escolas que ensinam a inovar e por ai vai. Todavia, o que significa mesmo inovação? Muitos autores definem a inovação em três contextos diferentes[1]: 1º – É um sinônimo de invenção, isto é, refere-se a um processo criativo em que dois ou mais conceitos ou entidades existentes são combinados de alguma forma nova para produzir uma configuração não conhecida previamente pela pessoa envolvida. 2º – O termo inovação é também utilizado para descrever somente o processo em que uma inovação existente torna-se parte do estado cognitivo e repertório comportamental de um adotante. 3º – Finalmente, o terceiro uso refere-se aquela idéia, prática ou artefato material que foi inventado ou é visto como novo, independentemente de sua adoção ou não adoção. Portanto, seja em que campo de atuação estejamos falando (serviços, processos ou produtos), o que pode se constatar é que o processo de inovação está associado e atrelado a um processo criativo que aconteceu anteriormente. Lamentavelmente no Brasil o que se constata é que fala-se muito de inovação, as empresas querem inovar os seus processos, produtos e serviços,, mas esquecem – em sua maioria – de que para se inovar a contento é necessário se criar um ambiente favorável ao pensamento criativo, ou seja, a geração de idéias que irão virar experimentos, que poderão se transformar em inventos, novos processos, serviços e que poderão, em seguida, passar por uma infinidade de processos de inovação. Por outro lado, deveria ser uma preocupação das escolas, faculdades e universidades desenvolver desde a idade jovem o potencial criativo dos seus alunos.Portanto, o que não dá para pensar é em inovação dissociada da criatividade. Em 2006, durante a realização do Fórum Econômico Mundial foram realizados vários seminários sobre criatividade como uma maneira de chamar atenção aos líderes mundiais que não é possível solucionar os seculares problemas do mundo se esses problemas não forem analisados com a ótica de solução criativa de problemas, ou seja se não forem olhados com outro viés de como têm sido analisados nos últimos anos. “As hipóteses, ferramentas e conjecturas que os líderes vêm usando para tomar decisões na última década passada parece ser inadequada. Portanto, é imperativo para líderes em todos os cenários da vida desenvolverem novas capacidades se esperam ser bem sucedidos e se manterem relevantes”, disse o Prof. Klaus Schwab, Fundador e Principal Executivo do Fórum Econômico Mundial. “A criatividade é necessária para encontrar novas ferramentas e soluções que ajudarão a dissolver as nuvens cinzentas como do desequilibrio global, concorda Mukesk Ambani, Executivo e Diretor, Reliance Industries, India e Co-Executivo do Encontro Anual de 2006. “O mundo tem chances reais se conseguirmos formar uma parceria global para banir a pobreza e nós precisamos de soluções criativas. O que nos estamos fazendo quando vamos para o Encontro Anual é provocar um diálogo entre diferentes constituintes para formar uma parceria para criar um mundo mais equilibrado”, diz ele. E dando continuidade a esse processo e bastante preocupada em como será possivel melhorar a criatividade das pessoas e, consequentemente, conseguir-se inovar processos, produtos e serviços a Comunidade Econômica Européia se preparar para definir 2009 como o Ano Europeu da Criatividade e da Inovação. “Europa precisa desenvolver competências essenciais como criatividade e inovação por razões sociais e económicas. É por isso que a Comissão adotou hoje uma proposta de declarar 2009 o Ano Europeu da Criatividade e da Inovação. A decisão será tomada ainda este ano pelo Conselho e pelo Parlamento Europeu. O mundo moderno coloca a ênfase na melhor utilização do conhecimento e da inovação rápida. É por isso requer um alargamento das competências criativas base envolvendo toda a população. Em particular, há uma necessidade de aptidões e competências que permitam que as pessoas a aceitar a mudança como uma oportunidade e de estarem abertas às novas idéias em um mundo culturalmente diverso e em uma sociedade baseada no conhecimento. A educação e a formação são fatores determinantes no presente. As atividades do Ano Europeu deverão concentrar-se em criar um ambiente favorável à criatividade e à inovação e tornar-se um forte impulso para uma política a longo prazo prioridade. A ênfase deve ser colocada por exemplo sobre a educação em toda uma vasta gama de assuntos, incluindo matemática, ciências e de informação e de outras tecnologias. Destacando criatividade através dessas habilidades deve promover a resolução de problemas ea aplicação prática dos conhecimentos e idéias. Todas as formas de inovação, incluindo a inovação empresarial e social devem ser tidos em conta. Criação artística e de novas abordagens no campo da cultura também deve receber a atenção devida, como importante meio de comunicação entre as pessoas na Europa e no follow-up para o curso Ano Europeu do Diálogo Intercultural (2008). O Ano Europeu da Inovação e Criatividade é proposta como uma iniciativa transversal que abrange não só da educação e da cultura, mas também outros domínios, tais como empresas, meios de comunicação social, investigação, social e política regional e de desenvolvimento rural. Ele deve incluir informações e campanhas de sensibilização, promoção das boas práticas, debates, reuniões, conferências e promover uma ampla variedade de projetos a nível regional, nacional e europeu. Lamentavelmente, para muitas pessoas (e empresas) a palavra criatividade ainda é vista com uma certa reserva. Os motivos são muitos e de certa forma fazem sentido: para muitas pessoas E, no mundo atual, cada dia mais exigente e competitivo, Acredito que, infelizmente, no Brasil muitas vezes as pessoas que falam de criatividade misturam tudo e o que ofertam ao seu público é Ao longo desses anos temos procurado ensinar às pessoas que Logo, o indivíduo criativo é justamente aquele que luta contra a mesmice, contra a chatice dos modelos mentais ultrapassados, procura transformar problemas em oportunidades, não tem medo de mudanás e está sempre preparado e disposto para enfrentar desafios. Por outro lado, é preciso entendemos por “criatividade” como um produto, ou mesmo, o resultado de um processo (criativo); de maneira que, nesse processo estará sendo considerado um atitudinal, o qual por sua vez influencia e, muitas vezes, até determina, a qualidade de todo o processo. Vale considerar que quando falamos em criatividade precisamos entender que estamos considerado também o conhecimento, a imaginação e a avaliação de uma determinada pessoa. Portanto, quando dizemos que alguma coisa é criativa, subentendemos que ela é original e útil para uma determinada pessoa, não importando se não for para outro. Partindo-se desse princípio, torna-se claro que é impossível avaliar O processo de criar é uma habilidade fantástica da mente humana, que é a de, justamente, traduzir as percepções e os entendimentos (escondidos no fundo do nosso inconsciente) e levá-los para a arte, para a ciência, para a medicina, para Em resumo, pode-se afirmar que Todavia, a inovação é resultante da criatividade; portanto sem que se estimule a criatividade no ambiente de trabalho, sem desenvolvermos o nosso pensamento criativo é muito dificil haver inovação. Portanto, por mais que se queira as empresas não colhem inovação quando não plantaram (*) [1] Inovação Organizacional e Tecnológica – Moreira, D.A e Queiroz, A.C – Ed. Thompson, São O 36o. Encontro Anual do Fórum Econômico Mundial realizado
O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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