Inovação: sem criatividade não acontece

 

O assunto inovação voltou à baila. Em tempos de dificuldades fala-se muito em inovação e em criatividade. Todavia, o problema persiste porque se acredita que é possível inovar sem trabalhar com a criatividade. A mim me parece algo como querer construir um edifício sem construir a fundação.

 

Na maioria das políticas sobre inovação o que verificamos é que a criatividade é uma etapa ainda desconsiderada do processo. É lamentável, mas essa é a verdade.

 

Por exemplo, numa pesquisa realizada pela Exame/Strategos, são apresentadas as cinco empresas mais inovadoras do Brasil, encontrando-se no topo a PETROBRAS. É certo que a PETROBRAS encabeça essa lista, disto não temos a menor dúvida pelos muitos feitos da empresa; mas é certo também que desde 2000 as habilidades criatividade e inovação foram incluídas entre as dez competências básicas dos empregados desta companhia e, ao longo desses anos, os investimentos maciços feitos pela empresa para desenvolver essas competências têm sido imensos. Portanto, as coisas são foram conquistadas ao acaso e sim, por sua visão vanguardista e visionária que caracteriza muito bem o espírito dessa empresa exemplar.

 

A crise mundial fez com que as empresas brasileiras voltassem a pensar na inovação como uma competência básica essencial para garantir a sobrevivência, mas também está deixando claro que não basta apenas pensar em inovação pontual que a sua sobrevivência estará garantida, mais do que isso, é precisa pensar profundamente em novas estratégias e, essencialmente, pensar de maneira bem diferenciada dos concorrentes. É o velho “pensar fora da caixa.

 

De uma forma geral, as empresas tendem a se espelhar nas ações das suas concorrentes e, a partir daí, gerar ações similares com estratégias diferenciadas de ataque; esse modelo deu certo por muitos anos, todavia, hoje é um modelo superado. O veloz e inexorável mundo globalizado já não perdoa aquelas empresas que subestimam a capacidade dos seus concorrentes e teimam em lutar com armas similares; portanto é preciso muito mais do que uma estratégia competitiva de sobrevivência.

 

Portanto, o tempo de maquilar produtos e dizer que são inovadores já está superado. Hoje o cliente está bastante precavido contra esses subterfúgios. Além disto, o tempo atual é para ser buscar novos clientes e explorar mercados não pensados ainda. Assim sendo, o tempo da inovação de portas fechadas ficou para trás, mais do nunca estamos vivendo tempos de cooperação, ou seja, de projetos conjuntos com fornecedores, clientes e centros de pesquisa, dentre outras coisas. Isto além de fazer com que os riscos sejam reduzidos permite que o retorno seja acelerado. E, retorno em curto prazo em tempos de crise, não deixa de ser uma grande oportunidade.

 

Mas, a busca por inovação não está focada apenas em produtos, também é necessário se inovar nos modelos dos negócios, nas formas de negociar e esta tem sido certamente a fonte de mais inovação no momento.

 

Na verdade quando as empresas começam a conversar mais com os seus clientes, quando começam a entender realmente o que os clientes precisam, desejam e querem certamente o seu modo de definir produtos e serviços mudará completamente.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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