INOVAÇÃO TECNOLÓGICA X TAXA CAMBIAL

“A recente valorização cambial da moeda brasileira não tem ajudado o empresariado a aumentar a inovação do produto manufaturado e, assim, o país perde oportunidade de modernizar e desenvolver seu parque industrial.” A inovação é essencial e deveria ser a principal estratégia do Brasil, com uma taxa de câmbio atraente como eixo fundamental. No entanto, a administração da moeda brasileira tem sido desastrosa”, afirmou Rodrigo da Rocha Loures, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), durante o 6º Fórum de Economia, realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo.” (Valor Econômico, 23/09/2009).

Sempre ouvi dizer que, para qualquer país do mundo, a estabilidade da sua moeda é fundamental. Vivemos muito bem isso no Brasil há alguns anos atrás quando a nossa moeda se desvaloriza astronomicamente a cada dia. Era um horror, negócios eram fechados em dólar, estimativas eram feitas em dólar e mais parecia que a nossa moeda era o dólar.

Agora escuto falar que a valorização cambial não é interessante para o empresariado poder aumentar a inovação do produto faturado… Inovação não depende de real, de dólar, nem de euro, nem de libra esterlina. A moeda que paga a inovação, no Brasil e em qualquer país do mundo, é conhecimento, é a capacidade de pensar, de aprender a lidar com os desafios.

As empresas precisam a trabalhar com a criatividade e a inovação, justamente, para poderem fazer mais com menos. Ai é que está o grande trunfo!. Fazer muito, com muita ajuda é fácil. No cenário brasileiro o que mais se fala atualmente é em inovação, mas ao mesmo tempo, nunca em toda a minha vida vi tanto dinheiro, edital, prêmios e etc disponibilizados para a inovação.

Mas, mesmo assim ainda é pouco! Pelos vistos é preciso ter uma moeda mutante; se for no momento de importar o valor do real precisa ser baixo, se for no momento de exportar o valor do real precisa ser alto. Como pode funcionar assim? Isso, a meu ver, só vem a provar que continuamos a falar em inovação sem sabermos na verdade o que estamos falando.

Um dia desses ouvi um executivo dizer que a sua empresa havia desenvolvido um produto inovador, mas que logo foi copiado, e logo em seguida o concorrente vendia um produto igual ao seu a preço mais baixo. Eu não me surpreendi com isso, porque essa é a regra de mercado.

Uma vez copiado, se quem copia usar verdadeiramente o cérebro, cedo ou tarde inovar o produto e passa para outro patamar; por outro lado, o empresário de uma idéia inovadora única, cedo ou tarde vai à bancarrota. Isso também é lei de mercado!

Não dá para criar um produto inovador, cruzar os braços e acreditar que estará seguro pelo resto da sua vida. Isso há 10 ou 15 anos atrás era possível. Hoje, não!

Mas, para poder sobreviver a essa guerra é preciso entender a necessidade de se resgatar o pensamento criativo e, em seguida, ajudar com que se instale nas empresas (públicas ou privadas) um clima favorável  à geração de idéias. Essa seria a situação ideal, todavia, lamentavelmente, não  é, o que acontece na verdade, continuamos julgando, acreditando que sabemos de tudo e que nada deve ser alterado.

(*) Fernando Viana

www.fbcriativo.org.br

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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