Integridade, Justiça e os Desafios do Quinto Constitucional

Preâmbulo

Seja bem-vindo ao universo do Tribunal da Selva, onde as leis da floresta nem sempre são tão distantes das realidades de outros “reinos” que conhecemos. Nesta fábula, os animais discutem temas espinhosos e intrigantes: a busca pela justiça, o peso das escolhas e, claro, as artimanhas daqueles que tentam transformar o que deveria ser justo em um grande espetáculo de vaidades e cifras.

É importante destacar que qualquer semelhança com situações do mundo humano – como as disputas pelo Quinto Constitucional ou as ambições e vaidades que confundem a lei com investimento – é pura realidade. Afinal, até mesmo o Tribunal da Selva está de olho nos perfis dos que se apresentam para a desembargadoria. Aqui, o debate é mais do que uma questão de escolha: é sobre quem realmente merece ocupar uma posição de liderança na Árvore Suprema.

Prepare-se para um mergulho divertido, crítico e cheio de lições. No final, o rugido do Leão Presidente ecoa como um lembrete: a justiça não tem preço, mas exige sabedoria e compromisso daqueles que ousam defendê-la. Boa leitura!

A Preocupação do Tribunal da Selva com a Justiça da Floresta

Na vasta savana do Tribunal da Selva, os animais estavam inquietos. O motivo? A eleição para um novo membro do Tribunal, um cargo tão disputado que até os tamanduás, famosos por evitarem confusões, tinham opiniões formadas.

No centro desse turbilhão estava o Leão,  sábio e poderoso presidente do Tribunal da Floresta, sempre preocupado com a ordem. Ele convocou uma reunião na clareira, onde se ajeitou em seu trono de pedra. Sua juba reluzia sob o sol, e seu rugido convocatório foi ouvido até pelos caracóis.

“Meus caros,” começou ele, com a gravidade de quem sabia o peso de suas palavras, “a eleição está fora de controle. Vejo hienas rindo de notícias falsas, raposas tramando nos bastidores e até um grupo de antílopes tentando comprar votos com capim fresco. Isso é inaceitável! Lobo, o que você me diz?”

Lobo, o astuto presidente da Primeira Caverna, deu um passo à frente, arrumando o colete de couro que usava. “Majestade, o problema não é só a eleição em si, mas o barulho! As hienas estão espalhando fake news como se fossem folhas secas ao vento. E aquele pavão… Bem, só aparece para exibir as penas e dizer que é o mais preparado.”

Antes que o Leão pudesse responder, o Tigre, presidente da Segunda Caverna, que estava deitado preguiçosamente sob uma árvore, levantou-se com um rosnado baixo. “Sinceramente, o que precisamos são de candidatos que entendam as leis da selva, não de quem sabe desfilar. Um pavão na justiça? É mais provável que ele decore o tribunal com penas do que resolva os casos.”

Todos riram, mas a Leopardo, ágil e observadora, entrou na discussão. Ela era a Corregedora, interveio com seriedade. “Senhores, estamos rindo, mas isso é grave. Esses debates estão se tornando selvagens, e não no bom sentido. Não se trata mais da justiça da floresta, mas de egos inflados e ambições desmedidas. A cada dia, recebo mais denúncias de promessas vazias e alianças duvidosas.”

De repente, a cotovia jornalista, uma criaturinha curiosa e barulhenta, pousou em um galho. “Tenho novidades fresquinhas! Ouvi que estão tentando mudar as regras da eleição para favorecer os grandes herbívoros ricos!”

O Tigre, presidente da Segunda Caverna,  estreitou os olhos. “Cotovia, de quem você ouviu isso?” A cotovia deu de ombros, balançando as asas. “Não sei dizer, mas dizem que foi o Caçador CAM com o Leãozinho Daniel da Ordem que comentaram isso  do outro lado do rio. E eles nunca mente… Bem, quase nunca.”

O Leão, Presidente do Tribunal da Selva, rugiu para encerrar a fofoca. “Basta! Não podemos nos guiar por boatos. Procurador-Geral, diga-nos: como sua instituição lida com eleições tão complexas?”

Procurador-Geral da Floresta, um jovem Jabuti recém empossado que sempre levava tudo no ritmo certo, ajeitou seus óculos redondos e falou lentamente: “Majestade, na minha instituição, as escolhas são mais tranquilas. Claro, há preferências do grupo no poder – seria tolice negar. Mas nunca sem considerar a capacidade técnica e jurídica dos escolhidos. Não podemos correr o risco de colocar um Tucano contador de piadas em uma cadeira de juiz.”

Os animais riram alto, especialmente o Tigre, presidente da Segunda Caverna que comentou: “Bem, um tucano seria menos vaidoso que aquele pavão.” O Leão presidente lançou um olhar severo, mas não pôde evitar um leve sorriso. “Obrigado, Jabuti. É disso que precisamos aqui: capacidade, integridade e um pouco menos de plumas. Agora, voltemos à questão: como assegurar que a eleição seja justa?”

Nesse momento, o Lobo, presidente da Primeira Caverna, ergueu a pata. “Proponho uma coisa simples, Majestade: que a escolha seja feita pelos próprios animais, com um processo transparente e sem influências externas. Afinal, somos todos responsáveis pelo futuro da floresta.”

Leopardo corregedora, sempre ágil e observadora, deu um salto elegante até o centro da clareira. Suas pintas pareciam brilhar sob o sol enquanto ela olhava ao redor com aquele olhar penetrante que fazia até os mais confiantes coelhos tremerem. Com uma postura impecável, ela começou: “Majestade, com todo respeito aos meus colegas, quero ir direto ao ponto: essa eleição não é para encontrar o animal mais rico ou o mais bem vestido. Precisamos de quem conheça as leis da selva como conhece sua própria sombra. E sinceramente, o que vejo por aí são mais empresários preocupados com cifras do que guardiões preocupados com a justiça.”

A platéia murmurou, mas a Leopardo ergueu a pata para silenciar o grupo. “Deixem-me ser clara: se um candidato gasta mais de um milhão de folhas secas em uma campanha, eu pergunto… Qual é o preço da ética dele? Um milhão e um? E, por favor, alguém me explique: estamos elegendo um desembargador ou um vendedor de terras férteis?”

O Lobo soltou uma risadinha abafada, mas ela continuou, agora com um tom mais sarcástico: “E esses lobos disfarçados de cordeiros, ah, esses são os meus favoritos. Aparecem com discursos fofinhos, promessas bonitas e, na primeira oportunidade, já estão roendo a ética da selva como se fosse um osso velho.”

Ela deu um passo à frente, fixando o olhar no Leão. “Majestade, precisamos de candidatos leais aos princípios da justiça, não de quem transforma o Tribunal da Selva em uma extensão de seus negócios. A selva precisa de quem entende o direito, quem vive o direito, e não de quem usa o direito como fachada para um desfile de vaidades.”

Com outro salto rápido e preciso, a Leopardo voltou ao seu lugar, deixando a clareira em silêncio por alguns segundos. Finalmente, o Tigre balançou a cabeça, sorrindo: “Bem, acho que ninguém vai querer mexer com a Corregedora depois dessa!” Todos riram, mas o Leão assentiu com gravidade. “Você está certa, Leopardo. Vamos garantir que esta eleição seja sobre sabedoria e integridade, não sobre cifras e aparências.”

No fim, o Leão Presidente se levantou com majestade, ajeitando sua juba enquanto observava os outros animais na clareira. Sua voz, grave e firme, silenciou até o canto da cotovia. “Animais, ouvimos muitas verdades importantes hoje,” começou ele, com um tom que misturava seriedade e uma pitada de humor. “Mas quero ser claro sobre uma coisa: quando a lista sêxtupla chegar a mim, não me deixarei impressionar por cofres cheios ou penas brilhantes. Escolherei os três mais preparados juridicamente, aqueles que demonstram conhecimento das leis da selva e compromisso com a justiça.”

Ele fez uma pausa, deixando o impacto de suas palavras ecoar entre os galhos. “O Tribunal da Selva não é palco para ricos, empresários ou investidores que enxergam a justiça como mais uma área de negócios. Quem quiser ocupar uma posição aqui precisará provar que carrega mais do que moedas nos bolsos – precisará mostrar que carrega sabedoria, ética e a capacidade de proteger nossa floresta.”

Os olhos do Leão brilharam enquanto ele olhava ao redor. “E que fique claro: este não é um lugar para vaidades ou intrigas. É para quem tem o coração no lugar certo e conhece as regras que mantêm a harmonia da selva. Essa é minha decisão, e assim será!”

Os animais da floresta assentiram em silêncio, alguns visivelmente aliviados, outros preocupados. O Tigre, presidente da Segunda Caverna, sorriu de canto, murmurando para o Lobo, presidente da Primeira Caverna: “Parece que os pavões e abutres não vão gostar nada disso.”

O Leão ouviu o comentário e riu, desta vez com um rugido mais leve. “E talvez seja hora de aprenderem que o Tribunal da Selva é para quem vive pela justiça, e não para quem tenta comprá-la!” A clareira explodiu em aplausos e risadas, enquanto o Leão retornava ao seu trono, confiante de que havia dado o tom certo para o futuro da floresta. Os animais aplaudiram (ou bateram cascos e patas, no caso). E assim, a eleição seguiu com mais ordem – e menos plumas voando pelo ar.

Moral da história: No tribunal ou na floresta, o que importa não são as aparências nem os boatos, mas a capacidade e a integridade de quem decide o destino de todos. Ah, e um toque de humor nunca faz mal!

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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