INVASÃO DO CONGRESSO

O jornalista Ricardo Noblat faz uma série de perguntas em seu “blog”, no “Estadão”, que esta coluna toma a liberdade de republicar. Também representa o seu pensamento: “O que faz um bárbaro, irresponsável, radical e fora de órbita como esse Bruno Maranhão ocupar o estratégico posto de diretor da Secretaria de Movimentos Populares de um partido – no caso o PT – que se diz democrático e amante da ordem? O que o PT fará com Maranhão depois dos atos de vandalismo desta tarde no prédio da Câmara dos Deputados que chocaram o país e deixaram mais de 25 feridos – um deles em estado que inspira ainda sérios cuidados? Além de preso e processado, Maranhão também será expulso do partido? Ou receberá do PT o mesmo tratamento compreensivo e conivente que receberam até agora os envolvidos no episódio do mensalão? Os mensaleiros se preparam para voltar à ativa com o apoio do PT e do próprio presidente da República. Se Lula tem autoridade para obrigar o PT a fazer nos Estados qualquer aliança que possa favorecer sua reeleição, por que não tem para desestimular candidaturas de mensaleiros responsáveis pelo maior escândalo político da história recente do país? E para exigir a expulsão de Maranhão do PT?”

Cerca de 400 manifestantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), que é um grupo dissidente do MST, invadiram a Câmara, ontem, armados com foices, pedras e pedaços de pau, para manifestar pela reforma agrária. A invasão aconteceu por volta das 15h. Os manifestantes empurraram um automóvel contra a entrada lateral do anexo II da Câmara para forçar a entrada no prédio. Já dentro da Câmara, os manifestantes passaram pelos corredores que levam ao Salão Verde. Eles quebraram tudo o que viram pela frente, como vidros, esculturas e luminárias. As polícias Legislativa e Militar e os seguranças da Câmara não conseguiram conter os manifestantes, que permaneceram por uma hora e meia no Salão Verde. Um inferno. Velhos funcionários do Congresso jamais assistiram a um ato de vandalismo de tamanha estupidez. Nem mesmo quando houve o seu fechamento no período da ditadura. No meio dos manifestantes enfurecidos, dois deles empunhavam uma faixa que declarava: “O MLST condena parlamentares do PSDB e PFL pelo boicote na votação do orçamento, prejudicando o desenvolvimento do país”
Bruno Maranhão já está entre dos detidos. Ele liderou a invasão à Câmara. Petista de carteirinha, Maranhão integra a Executiva Nacional do PT. Ocupa o posto de secretário nacional de Movimentos Populares. Já foi recebido no Planalto pelo próprio presidente Lula. Fato que levou o candidato tucano Geraldo Alckmin a responsabilizar o presidente pela baderna. Ele acusou o governo de agir de modo leniente com movimentos que transgridem a lei. O presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), apressou-se em condenar a manifestação. Disse que o partido vai apurar a participação do petista Bruno Maranhão no episódio. Não excluiu a hipótese de que ele venha a sofrer sanções disciplinares. O PT expressou “profundo repúdio aos atos de violência”. E solidarizou-se “com o Poder Legislativo e com o presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo”. De resto, disse que o líder do partido na Câmara, Henrique Fontana, já expressara, em pronunciamento, “o sentimento geral do PT diante deste lamentável episódio”. Curiosamente, o documento não faz menção à manifestação de Arlindo Chinaglia (PT-SP), líder do governo na Câmara. Mais enfático do que Fontana, Chinaglia defendeu expressamente a expulsão de Bruno Maranhão, líder da baderna, dos quadros do partido. Em entrevista, Ricardo Berzoini (SP), presidente do PT, disse que é preciso apurar melhor os episódios antes de definir a posição a ser adotada em relação a Maranhão.

O Partido dos Trabalhadores não fica bem com esse episódio que indignou a sociedade e levou o Brasil a manchetes internacionais. O PT, depois de passar a mão na cabeça de corruptos, de proteger mensaleiros e se manter ao lados de sanguessugas, sem contar os 40 indiciados por formação de quadrilha, agora se compromete com atos de violência que, sinceramente, nada tem a ver com o alvo atingido. O PT tem muito que se explicar e agir, porque se proteger Bruno Maranhão passa a ser conivente com uma bandalheira que compromete a democracia.

 

 

OPINIÃO

A fonte é de um sergipano do PT em Brasília: “o presidente Lula vai ser reeleito pelo seu trabalho e até pela incompetência dos seus adversários”.

Continua: “agora em Sergipe, o pré-candidato do PT ao governo, Marcelo Déda, se mostra muito preocupado com a possibilidade de João Alves ultrapassá-lo na reta final”.

 

VENÂNCIO

O deputado estadual Venâncio Fonseca (PP) acha que essa eleição será muito diferente: “será na base do corpo a corpo. Quem tiver o nome conhecido leva mais vantagem”.

Acrescenta que aqueles que não tiverem suporte financeiro vão ter que gastar o solado de sapatos. Tudo pela proibição de cartazes e “santinhos”.

 

MELHORA

Venâncio Fonseca, que é líder do governo, diz que o governador João Alves Filho melhorou muito no interior, depois que deixou o gabinete.

Venâncio diz que o interior tem simpatia por ele e na hora que retornou às bases, terá maior facilidade de recuperar o eleitorado.

 

RICARDO

O empresário Ricardo Franco (PSDB) disse ontem que será muito difícil uma coligação, de qualquer cor, do seu partido com o Partido dos Trabalhadores.

Diz que o PFL não é carta descartada, mas se nenhuma composição for fechada, “nós temos uma carta na manga”. Não revelou qual.

 

FIRME

Acha que está na hora de conversar de forma firme e definitiva com o PFL e chegar a uma aliança que seja boa para os dois: “ninguém deve usar sapatos altos”, sugeriu.

Diz que o PSDB não pode ficar refém do PT e nem do PFL porque pode sair sozinho. Tem certeza que o pai, Albano Franco, se elege deputado federal.

 

TEMPO REAL

Ontem, na Assembléia Legislativa, alguns parlamentares chamavam o ex-governador Albano Franco (PSDB) de “Globo News”:

“Ele (Albano) só dá informação em cima da hora”.

Referiam-se à demora do ex-governador Albano Franco em anunciar qual será o destino que o PSDB tomará nas próximas eleições.

 

À VONTADE

A informação é de um membro da oposição: “parece que os dois lados estão deixando o ex-governador Albano Franco (PSDB) à vontade para uma decisão política”.

Admitiu que “ele está errando muito porque não deixa ninguém seguro. Nem Déda, nem João, nem seus aliados, que estão sem saber o que fazem”.

 

PROPOSTA

A mesma fonte oposicionista disse que o ex-governador Albano Franco precisa tomar uma posição definitiva e tranqüilizar àqueles que dependem de sua última palavra.

Acha que os partidos precisam iniciar seus trabalhos, as coligações têm que ser fechadas, inclusive até mesmo para que os candidatos do PSDB também se decidam.

 

ULICES

O deputado Ulices Andrade (PSDB) disse ontem que se sente envaidecido por ter conhecimento de que o seu colega Fabiano Oliveira o escolheria para votar caso não fosse candidato.

Agradeceu, mas disse que o deputado Fabiano Oliveira presta maior serviço ao seu partido, candidatando-se à reeleição nas eleições de outubro.

 

ALMEIDA

O senador Almeida Lima (PMDB) afirmou que o Movimento de Libertação dos Trabalhadores Sem Terra (MLST) é uma espécie de “tropa de choque” do Partido dos Trabalhadores.

Diz que a invasão promovida pelo grupo resultou em mais de 20 feridos, um deles com traumatismo craniano, ocorreu para amedrontar os parlamentares, especialmente a oposição.

 

VALADARES

O senador Valadares (PSB) acha que foi uma tentativa desesperadora de um movimento social: “não é por aí, afinal estamos numa democracia”.

Valadares achou o ato intempestivo, que merece o repúdio de todos: “isso só vai prejudicar esses tipos de movimentos, porque não se pode admitir radicalismos do tipo”.

 

JOÃO FONTES

O deputado federal João Fontes (PDT) disse, ontem, que os manifestantes do MLST erraram de alvo. Deveriam depredar o Planalto, porque é lá que se decide sobre reforma agrária.

João acha tudo estranho, porque os vândalos foram comandados por Bruno Maranhão, que é secretário geral do PT e amigo pessoal do presidente Lula.

 

SELVAGERIA

Para Fontes foi um ato de selvageria que deve ser repudiado por toda a sociedade, porque excede o direito de reivindicar e fere a democracia.

O deputado defende que todos sejam presos e respondam a processos de vandalismo, formação de quadrilha e paguem pela destruição do bem público.

 

 

Notas

 

ONDA VERDE

Em reunião que houve com o pessoal de campanha com o governador João Alves Filho (PFL) foi lembrada a ação da chamada “Onda Verde”, que invadiu as ruas de Aracaju em 2002, e que surtiu efeito nas eleições da capital. A “Onda Verde” deve retornar às ruas durante um tempo mais amplo, para tentar mudar Aracaju.

A “Onda Verde” foi um movimento criado pelo advogado Emanoel Cacho, já no segundo turno das eleições de 2002, e influenciou no resultado final do pleito na capital. João Alves Filho acha importante colocar a Onda nas ruas.

 

IMPOSTO

Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio) é contrária à proposta do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, de tornar permanente a CPMI. De acordo com a entidade, o imposto precisa ser extinto porque obriga as maiores cadeias de produção a pagarem cargas tributárias bem mais pesadas.
“Como se trata de um tributo cobrado em cascata, encarece toda e qualquer etapa de produção, sendo repassado ao consumidor por meio do aumento do preço final dos produtos”, garante a Federação do Comércio de São Paulo.

 

MACHADO

A Comissão Especial de Terrenos de Marinha, criada para analisar a PEC 603/98, se reúne na próxima segunda-feira, na Assembléia Legislativa, em Sergipe. A iniciativa do deputado José Carlos Machado (PFL), que vem defendendo incisivamente, na Câmara dos Deputados, o fim das taxas de terrenos de Marinha.

”Queremos abrir o diálogo com a sociedade que é a maior prejudicada por essa cobrança estabelecida por uma lei retrógrada. Queremos, junto com a população, resolver este problema”, afirmou o deputado José Carlos Machado.

 

 

 

 

 

 

É fogo

 

O governo federal vai editar Medida provisória para reestruturar ou conceder reajuste para sete carreiras do funcionalismo público federal.

A MP deve ser publicada nesta semana e é a segunda de uma série de seis. A primeira foi editada na semana passada e beneficiou 160 mil servidores federais de seis carreiras.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se com os aliados do PMDB para discutir a aliança com o partido para a eleição de outubro.

 

O deputado estadual Marcos Franco (PMDB) pregou a aliança entre os membros do seu partido, para que fiquem mais fortes.

 

O deputado federal Jorge Alberto (PMDB) fez um balanço de sua vida parlamentar e mostrou o que fez por Sergipe através do seu mandato.

 

A candidatura de João Fontes vai mudar o quadro eleitoral sergipano, atualmente polarizado entre João Alves Filho e Marcelo Déda.

 

O ex-governador Albano Franco (PSDB) está procurando decidir a questão do seu partido sozinho. Seus aliados prometem apenas cumprir sua decisão.

 

A senadora Maria do Carmo Alves (PFL) vem trabalhando sua permanência no Senado, desde quando foi eleita em 1998.

 

Por parte do PFL não existe o menor problema em receber o PSDB como aliado, dentro do mesmo que lhe foi ofertado.

 

Para torcer pelo Brasil na Copa do Mundo, os brasileiro nem imaginam quanto estão pagando de imposto. É alto demais.

 

Para se ter uma idéia do valor da torcida, ima TV 29 polegadas tem 38,34% de seu preço final destinados para pagamento de impostos.

 

brayner@infonet.com.br

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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