Java e .NET

Em primeiro lugar gostaria de pedir desculpas pois semana passada não consegui publicar a coluna da semana. Estava retornando de uma consultoria e não tive a menor chance de me conectar.

 

Mas vamos ao que interessa. A discussão Java x .NET já tem alguns anos. Ela começou assim que a Microsoft disponibilizou o Visual Studio para os desenvolvedores. Até então tínhamos a plataforma Java mandando praticamente sozinha no ambiente de aplicações corporativas para a web. A Microsoft fez direitinho o seu dever de casa, colocou uma plataforma muito semelhante ao da Sun e ainda facilitou a vida de quem desenvolve, dando um ambiente produtivo e fácil de usar.

 

Com a concorrência e a debandada por parte de uma legião de usuários, a plataforma Java teve que reagir. Alguns players de peso, como a Oracle e a IBM, se somaram à Sun para fazer frente ao .NET e a Microsoft. Os esforços começaram a tomar melhores formas ainda em 2006, mas ainda estão em fase de amadurecimento e evolução, com ferramentas como JDeveloper, WebSphere Studio e Exadel Studio, entre outros, além do iWorkplace, que é uma ferramenta local desenvolvida pela própria Infonet.

 

Analisando as plataformas ainda vejo Java mais robusta e com maior versatilidade quando desejamos desenvolver aplicações distribuídas. Entretanto, para aplicações web mais tradicionais as plataformas Java e .NET são equivalentes. A diferença está na ferramenta de desenvolvimento. A Microsoft fez pesados investimentos no Visual Studio e colheu os resultados esperados. Atualmente ela é melhor que as ferramentas Java em termos de produtividade na construção de interfaces, que é uma camada onde os desenvolvedores perdem muito do tempo do projeto, com ajustes de JavaScript, HTML e mais recentemente Ajax.

 

Portanto temos um empate. Depende do que se quer fazer para poder escolher uma ou outra ferramenta. Entretanto, o que tenho notado na escolha da plataforma é mais uma questão filosófica. De um lado temos o lado o .NET e seu desenvolvimento proprietário, ou seja, tudo deve ser feito como a M$ define. Do outro lado temos Java que representa um mundo “livre”, onde escolhas podem (e devem) ser feitas de acordo com as necessidades.

 

Não estou aqui para representar o mundo Java, mas acho que ele é um modelo bastante interessante para as empresas, principalmente para aquelas que têm restrições orçamentárias, já que é possível encontrar ferramentas free e outras com custos relativamente baixos. Embora possamos encontrar ferramentas Java tão caras quanto o Visual Studio, o que gosto no Java é o poder da escolha. A gente pode decidir o que vai usar e o que não vai. Poder escolher tem uma implicação: integrar diversas ferramentas requer um pouco de tempo e de paciência. Este é um custo que muitas empresas não estão dispostas e pagar. É neste cenário que o .NET ganha força.

 

A escolha de uma ferramenta não é uma receita de bolo que possa ser seguida a risca, existem particularidades das empresas que devem ser levados em conta, mas é uma decisão que precisa ser tomada com cuidado. Como diz uma velha frase “é nos momentos de decisão que definimos nosso futuro”. Boa sorte para aqueles que precisam escolher ferramentas.

 

Ahh, se tivesse o Java Visual Studio…

 

 

Até a próxima semana.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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