JOÃO PRECISA “TOCAR O SINO”

Escrevemos ontem, aqui mesmo neste espaço, que o Governo do Estado não daria um reajuste linear aos seus servidores. Dito e feito. Os técnicos do governo fizeram as contas, estudaram as planilhas detalhadamente e chegaram à conclusão de que seria impossível fazê-lo. Resultado: o reajuste irá variar de 4% a pouco mais de 15%, dependendo da categoria do servidor.

Jocosamente, após o anúncio, alguns servidores me disseram que a divisão por categorias é simples. Existem três grupos: miseráveis, pobres e abastados. Miseráveis são os que trabalham arduamente e ganham um salário mínimo por mês (a maioria). Pobres são aqueles que recebem até quatro mínimos, depois de cumprirem uma dura jornada mensal de trabalho. E, finalmente, vêm os abastados. Não demorei muito para entender que se tratava dos apadrinhados de lideranças políticas do interior e de ex-prefeitos que, hoje, sem trabalharem um minuto sequer, abocanham os melhores salários do Estado (CC’s).

Brincadeiras à parte, pudemos notar, durante a coletiva de ontem no Adélia Franco, um certo ar de preocupação no semblante do governador João Alves. Ele não estava bem. Tinha um sorriso forçado no rosto. Afinal, não é fácil para um governante anunciar para 53 mil pais de família, ávidos por um reajuste digno depois de dois anos e meio de espera, percentuais tão insossos. E essa preocupação, inclusive, ficou bem evidenciada quando evitou falar com os jornalistas sobre os detalhes do “aumento”.  

A cada nova pergunta, o governador tergiversava, preferindo abordar outros temas menos indigestos. Retirou-se logo depois. Coube aos secretários presentes (Mendonça Prado e Gilmar Mendes) explicar em minúcias como foram feitos os cálculos e qual o percentual que caberia a cada grupo especifico de servidores.

Já que esse reajuste é o máximo que pode ser concedido, não há o que temer, Dr. João. Está na hora do senhor mesmo “tocar o sino”.

PS: Durante a coletiva, Dr. João Alves fez duras críticas às ações de comunicação de seu governo e disse que a partir de agora irá fazer como o padre que toca o sino da igreja para avisar que tem missa. Ou seja, pretende se comunicar melhor com a população.

 

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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