Lagarto e os Lagartenses

Pesa sobre os ombros dos lagartenses a responsabilidade de nascer e de viver na mesma terra de Sílvio Romero e de seus irmãos Benilde e Joviniano Romero, Laudelino Freire, Enoch Santiago, Aníbal Freire, Hernani Romero Libório, Abelardo Romero, Quintina Diniz, que se tornou figura imensa do magistério, em Laranjeiras e em Aracaju, com seu Colégio Sant’Ana, Manoel Batista Itajahy, médico e político em Itabaiana,  Aglaé d’ Ávila Fontes e Beatriz Góes Dantas, professoras e mestras no estudo do folclore, e muitos outros vultos que engrandeceram a terra berço, tocados pelo sentimento de apego e de fidelidade a tudo o que se refere ao lugar. Lagarto é tomado como exemplo, mas o que for dito cabe, perfeitamente, nos demais municípios sergipanos, principalmente naqueles onde há uma tradição econômica, social e cultural.

 

No passado as cidades eram representadas pelos detentores do poder econômico – senhores de engenho, fazendeiros de gado, industriais e comerciantes -,e pelo médico, pelo padre, pelo juiz, nem sempre nascidos no lugar. O médico e o padre deitavam raízes, enquanto o promotor e o juiz demoravam pouco. Aos poucos, cidades como São Cristóvão, que foi capital da Província, Estância, que é berço da civilização sergipana, Laranjeiras, chamada de Atenas Sergipense, Maroim, com seus consulados, Riachuelo, com seus capitalistas, foram perdendo suas referências, para a capital, Aracaju, que era, como ainda o é hoje, um ponto de convergência e de concentração da vida social sergipana.

 

Lagarto, no entanto, guardou mais do que a tradição, como do monsenhor Daltro, que sabiamente não casava ninguém que não tivesse um pedaço de terra  e um cavalo, de Antonio Martins o Tonho de Porfírio, que doou terras e doou-se ao projeto da Colônia 13, bem sucedida experiência de coorperativismo em Sergipe, guardou respeito pelas figuras que contribuíram para o progresso do município, seja sob o ponto de vista político, como Acrísio Garcez, Dionízio Machado, os irmãos Rosendo e José Raimundo Ribeiro, Antonio de Jesus, José Monteiro, Jocelino Emílio de Carvalho, Pedrito Batalha, José Ribeiro de Souza, Artur Reis, e mais recentemente Zezé Rocha, Walmir Monteiro, dentre outros; seja sob o ponto de vista empresarial, simbolizado hoje na pessoa de José Augusto Vieira, mas igualmente lembrado pelos nomes de Rafael Vieira do Nascimento, Ursino Loiola, José Marcelino, José Correia Sobrinho.

 

José Correia aos 40 anos
José Correia Sobrinho nasceu em Lagarto em 22 de maio de 1927, acaba de fazer, portanto, 80 anos e continua em atividades, construindo uma biografia que têm merecido o aplauso público, como o fez Claudefranklin Santos ao dizer que “Poucas pessoas, na recente história da sociedade lagartense, conseguem reunir tantas qualidades em seu jeito de ser e de viver a cidadania” (in Revista Perfil, jan-fev-março de 2007) Em verdade José Correia Sobrinho, que carrega no nome a biografia do tio, o tenente José Correia, militar e político, que teve mandato de deputado estadual, é uma síntese do caráter, do dinamismo, da responsabilidade dos lagartenses. Por isto mesmo é que a cidade lhe deve louvores, pelo muito de sua contribuição como comerciante, sempre amável na recepção aos fregueses, como político, senhor das responsabilidades como tantas vezes demonstrou na Câmara dos Vereadores, como empreendedor, avançado no tempo, como quando liderou o processo de instalação da Rádio Progresso, no Lagarto.

Agrega-se a tais virtudes, a solidariedade que o fez rotariano, na prática de servir, anos seguidos, o que aumenta ainda mais a qualidade de sua participação na vida lagartense.

 

José Correia Sobrinho é mais que um nome, é uma grife em Lagarto, conhecido em todo o Estado, respeitado e admirado, como um cidadão reto, probo, simpático, aberto, comunicativo, amigueiro, enfim um homem talhado para as relações sociais. Casado com Oriete Correia Santos, pai de cinco filhos: José Isolino, Paulo, Emília,  João e Aline, José Correia Sobrinho tem, todos os merecimentos para receber dos seus conterrâneos, as mais justas homenagens ao ensejo dos seus 80 anos, vividos com toda a dignidade e cortesia. Dos filhos, todos bem encaminhados, projetam-se Paulo,

José Correia Sobrinho e família
com sua alma de artista, e Emília, Defensora Pública e pensadora do Direito. Dois – João e Aline, mais do que a formação profissional, seguem a carreira de comerciante do pai, e José Isolino, ator, parece encarnar o espírito tolerante e atualizado de José Correia Sobrinho.

 

Foram 80 anos de vida e de serviços prestados a Lagarto, e a expectativa é a de que a cada aniversário José Correia Sobrinho receba o abraço da admiração e da amizade dos lagartenses e dos sergipanos.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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