LIDERANÇA CRIATIVA – OS VÁRIOS PAPÉIS A ASSUMIR

Muito se tem falado em liderança atualmente e os conceitos e contextos são os mais diferentes. Se formos analisar os artigos, textos, livros e cursos disponíveis, vamos perceber que isso poderá ser feito por toda a vida e não chegamos ao fim. Cada autor e pesquisador sobre o tema dão regras e dicas para as pessoas desenvolverem a liderança.

Mas, quando falamos em liderança criativa, deixamos de lado algumas “dicas” disponíveis sobre liderança e precisamos entender, nada mais nada menos, que a liderança é uma habilidade que pode ser desenvolvida. Portanto, nem todo mundo já nasce “formado” como um líder, isso é tão verdadeiro que, se pesquisarmos as biografias dos grandes líderes da Humanidade vamos constatar que muitos deles eram pessoas tímidas ou até mesmo retraídas na sua infância e adolescência.

 

No entanto, centenas deles, motivados por um “gatilho” qualquer despertaram o seu potencial de liderança e iniciaram um processo de desenvolvimento fantástico e, a cada obstáculo que encontram à sua frente foram se desenvolvendo até se tornarem homens poderosos e inesquecíveis nos seus campos de atuação.

Mas, as pesquisas sobre potencial humano nos informam que, na realidade, a liderança é caracterizada por vários papéis e, o verdadeiro líder sabe muito bem que papel ele precisará assumir naquele instante, a depender do assunto que está em curso.

 

No entanto, infelizmente, não é isso que vemos no dia a dia, a maioria dos pretensos líderes cristalizam papéis e só sabem viver aquele tipo de papel, que aprenderam; e, muitas vezes, o momento, o cenário e as pessoas envolvidas podem estar precisando de novas posturas.

 

Por exemplo, o político que saber vivenciar o papel de líder negociador e acredita que a vida é apenas um grande negócio, o líder sindical que acredita que tudo pode ser resolvido como numa assembléia do sindicato; o líder educador que acredita que tudo se resolve como e fosse apenas uma grande aula; o líder religioso que acredita que a vida se resolve entre os que vão para o céu e os que vão para o inferno e que ele sempre tem a palavra final; o líder empresarial que acredita ser ainda um feitor de escravos com um chicote na mão; e por ai vai.

 

Ao contrário do que muitos pensam, o papel do verdadeiro líder é muito complexo. Os grandes líderes, na verdade mobilizam as pessoas, são capazes de fazer-las inflamar de paixão pelas causas seguidas por eles e o seu maior segredo é que eles agem por meio das emoções.

 

Portanto, o verdadeiro líder tem na verdade o poder de controlar as emoções dos seus liderados, por esse motivo uma das principais funções da liderança é – na verdade – a de canalizar as emoções em uma direção positiva e limpar as brumas lançadas pelas emoções tóxicas. No entanto, se o líder canalizar as emoções para o lado do entusiasmo, o desempenho dos seus liderados poderá disparar; todavia, se o líder canalizar as emoções para a insegurança, para a ansiedade, as pessoas perderão o rumo e os resultados poderão ser desastrosos.

 

Muitas vezes, mesmo sem perceber, as emoções do líder se disseminam pela organização inteira, e quando ele está bem tudo está maravilhoso; todavia, quando está de mau humor, uma “nuvem negra” se espalha por toda a empresa.

Na verdade os líderes agem como imãs e a depender do seu estilo trazem para a sua volta liderados similares, ou seja, um bom executivo, que trabalha de maneira ética, transparente e de contínuo bom humor, via de regra, possui a sua volta gerentes de características similares e, parece que o inverso é verdadeiro também.

 

Portanto, os chamados líderes criativos são, na verdade, pessoas que aprenderam a dominar as suas emoções, que entendem o seu papel como líder e sabem que são exemplos, que funcionam como espelhos para os seus liderados e procuram, mais do que qualquer um, entender as diferenças, respeitar as dificuldades e sempre que possível se colocar no lugar do outro.

 

(*) Fernando Viana é diretor presidente da FBC
fbc@fbcriativo.org.br

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais