“ William Shakespeare dizia: Sempre me sinto feliz, sabes por quê? Porque não espero nada de ninguém, esperar sempre dói, os problemas não são eternos, sempre têm solução, o único que não se resolve é a morte. A Vida é curta, por isso ame-a! Viva intensamente e recorde; Antes de Falar escute; Antes de escrever, pense; Antes de criticar, examine; Antes de ferir, sinta; antes de orar. Perdoe; Antes de gastar, ganhe; Antes de se render, tente de novo; Antes morrer viva!”
Linfomas são neoplasias (crescimento anárquico e anômalo das células) malignas que se originam nos linfonodos (gânglios),e que são extremamente importantes no combate às infecções. No momento sabemos que existem trinta ou mais subtipos de linfomas específicos, mas para simplificar a classificação muitos oncologistas agrupam os vários subtipos de acordo com a velocidade média de crescimento e progressão do linfoma: muito lentamente (baixo grau) ou muito rapidamente (alto grau ou agressivo), porém graças ao conhecimento da maneira pela qual os tipos específicos de linfoma progridem, pode-se determinar a possibilidade de progressão lenta ou rápida e os tipos de terapia necessários a esses subtipos,destacando que a classificação dos tipos específicos de linfoma leva em consideração o padrão da biópsia do linfonodo feita ao microscópio e o tipo celular predominante dos linfócitos (T ou B), infelizmente o número de casos praticamente duplicou nos últimos 25 anos, particularmente entre pessoas acima de 60 anos por razões ainda não esclarecidas.
Fatores de risco
Os poucos conhecidos fatores de risco para o desenvolvimento de Linfomas Não-Hodgkin são:
Sistema imune comprometido: pessoas com deficiência de imunidade, em consequência de doenças genéticas hereditárias, uso de drogas imunossupressoras e infecção pelo HIV, têm maior risco de desenvolver linfomas. Pacientes portadores dos vírus EpsteinBarr, HTLV1, e da bactéria Helicobacter pylori (que causa úlceras gástricas), têm risco aumentado para alguns tipos de linfoma.
Exposição Química: os Linfomas Não-Hodgkin estão também ligados à exposição a certos agentes químicos, incluindo pesticidas, solventes e fertilizantes. Herbicidas e inseticidas têm sido relacionados ao surgimento de linfomas em estudos com agricultores e outros grupos de pessoas que se expõem a altos níveis desses agentes químicos. A contaminação da água por nitrato, substância encontrada em fertilizantes, é um exemplo de exposição que parece aumentar os riscos para doença
Exposição a altas doses de radiação. Tomam medicamentos devido ao transplante de órgãos.
Devemos porém salientar que muitos indivíduos com linfoma não se incluem nesses grupos de risco, e também que a maioria dos que se encontram nesses grupos nunca desenvolve a doença.
Principais sintomas
Muitos pacientes costumam notar linfonodos ( gânglios ou “ landras “ ), aumentados no pescoço, axilas ou virilha, sendo que o aumento dos linfonodos é menos frequente próximo às orelhas, cotovelo, na garganta ou próximo às amídalas, salientando no entanto que raramente, a doença pode se iniciar em outro local, como ossos, pulmões ou pele, ou seja quando ocorre nesses casos os pacientes costumam apresentar sintomas referentes ao envolvimento local, como dor óssea, tosse, dor no peito, erupções ou nódulos na pele.
Alguns dos sintomas mais frequentes é o aparecimento de febre, calafrios, suor exagerado (principalmente à noite), fadiga, perda de apetite ou perda de peso e durante o exame médico, pode ser percebido o baço aumentado, observando que em alguns casos, é possível que a doença seja descoberta somente durante um exame médico “de rotina” ou enquanto o paciente esteja sob tratamento de uma condição não relacionada, além do que é muito comum os linfonodos da região do pescoço apresentarem sintomas do câncer no sistema linfático
Sintomas mais frequentes:
Aumento dos linfonodos do pescoço, axilas e/ou virilha
Sudorese noturna excessiva
Febre
Prurido (coceira na pele)
Perda de peso inexplicada
Diagnóstico
São necessários vários tipos de exames para o diagnóstico adequado dos Linfomas Não-Hodgkin, e que em geral permitem determinar o tipo exato de linfoma e esclarecer outras características, cujas informações são úteis para decisão da forma mais eficaz de tratamento a ser empregado, sendo que o mais relevante é a biópsia do gânglio que se encontra alterado.
Biópsia
Durante a biópsia, é retirada pequena porção de tecido ( geralmente linfonodos) para análise em laboratório de anatomia patológica, sendo que existem vários tipos de biópsia, quais sejamtes:
Biópsia excisional ou incisional: através de uma incisão na pele, retirasse o linfonodo por inteiro (excisional) ou uma pequena parte do tecido acometido (incisional), ela é considerada como sendo o padrão de qualidade para o diagnóstico dos linfomas.
Punção aspirativa por agulha fina: retira-se pequena porção de tecido por aspiração através de agulha
Biópsia e aspiração de medula óssea: retira-se pequena amostra da medula óssea (biópsia) ou do sangue da medula óssea (aspiração) através de uma agulha, considera-se como sendo um exame necessário para definir se a doença estende-se também à medula óssea, informação importante que pode ter implicações no tratamento a ser empregado.
Punção lombar: retira-se pequena porção do líquido cerebroespinhal (líquor), que banha o cérebro e a medula espinhal (não confundir com medula óssea), serve para determinar se o sistema nervoso central foi atingido.
Exames de Imagem
Estes exames são usados para determinar a localização dos sítios acometidos pela doença, salientando que a radiografia de tórax permite detectar se o pulmão foi atingido pelo câncer, podemos solicitar::
Radiografias de tórax: podem detectar tumores no tórax e pulmões.
Tomografia Computadorizada: visualiza internamente os segmentos do corpo por vários ângulos, permitindo imagens detalhadas.
Ressonância Nuclear Magnética (RNM): também produz imagens detalhadas dos segmentos corporais
Cintilografia com Gálio: uma substância radioativa que, ao ser injetada no corpo, concentra-se principalmente em locais comprometidos pelo tumor, nesse caso uma câmera especial permite ver onde o material radioativo se acumulou, e determinar o quanto se disseminou a doença.
Estudos celulares
Junto com a realização de biópsias e exames de imagem, são utilizados alguns testes que ajudam a determinar características específicas das células nos tecidos biopsiados, incluindo anormalidades citogenéticas ( ou seja alteração intracelulares ), tais como rearranjos nos cromossomos, comuns nos linfomas, são testes que permitem também a realização de estudos de receptores celulares para antígenos específicos nas células linfomatosas,e que servem tanto para definir a origem celular, como também para estimar o prognóstico do paciente, são testes que incluem:
Imunohistoquímica: anticorpos são utilizados para distinguir entre tipos de células cancerosas
Estudos de Citogenética: determinam alterações no cromossomos das células.
Citometria de Fluxo: as células preparadas na amostra são passadas através de um feixe de laser para análise.
Estudos de Genética Molecular (Biologia Molecular): testes altamente sensíveis com DNA e RNA para determinar alterações genéticas específicas nas células cancerosas.
Recentemente, estão surgindo novos testes e procedimentos diagnósticos a partir de trabalhos com a análise do genoma e expressão gênica, e que nos parecem trazer informações importantes no futuro, mas que na atualidade ainda são experimentais.
Classificação
Classificar o tipo de linfoma pode ser uma tarefa bastante complicada, mesmo para hematologistas e patologistas, por que os Linfomas Não-Hodgkin são, de fato, um grupo complexo de quase 40 formas distintas desta doença, no entanto após o diagnóstico, a doença deve ser classificada de acordo com o tipo de linfoma e o estágio em que se encontra (sua extensão), por que afinal de contas estas informações são muito importantes para selecionar adequadamente a forma de tratamento do paciente, e estimar seu prognóstico.
Os Linfomas Não-Hodgkin são agrupados de acordo com o tipo de célula linfoide, se linfócitos B ou T, além do que também são considerados tamanho, forma e padrão de apresentação na microscopia, e descobriu-se nos últimos anos que para tornar a classificação mais fácil, os linfomas podem ser divididos em dois grandes grupos: indolentes e agressivos.
Os linfomas indolentes têm um crescimento relativamente lento, ou seja os pacientes podem apresentar-se com poucos sintomas por vários anos, mesmo após o diagnóstico, apesar de que infelizmente a cura nestes casos é menos provável do que nos pacientes com formas agressivas de linfoma.
Portanto, esses últimos podem levar rapidamente ao óbito se não tratados, mas, em geral, são mais curáveis, é interessante salientar que os linfomas indolentes correspondem aproximadamente a 40% dos diagnósticos, e os agressivos, aos 60% restantes.
Estadiamento
Uma vez diagnosticada a doença, segue o procedimento denominado estadiament, que em resumo consiste em determinar a extensão da doença no corpo do paciente, para isso são estabelecidos quatro estágios, que vão do estágio I até o estágio IV, sendo que no estágio I observa-se envolvimento de apenas um grupo de linfonodos, e no entanto no estágio IV temos o envolvimento disseminado dos linfonodos, é lógico que além disso, cada estágio individualmente é subdividido em A e B (exemplo: estágios 1A ou 2B), sendo que o “A” significa assintomático, e “ B “ é quando o paciente se queixa de febre, sudorese ou perda de peso inexplicada.
Tratamento
A grande maioria dos linfomas é tratada com quimioterapia, radioterapia, ou ambos, evidenciando que a imunoterapia está sendo cada vez mais incorporada ao tratamento, incluindo anticorpos monoclonais e citoquinas, isoladamente ou associados à quimioterapia.
A quimioterapia consiste na combinação de duas ou mais drogas, sob várias formas de administração, de acordo com o tipo de Linfoma Não-Hodgkin, por sua vez a radioterapia é utilizadsa, em geral, para reduzir a carga tumoral em locais específicos, para aliviar sintomas relacionados ao tumor, ou também para consolidar o tratamento quimioterápico, diminuindo as chances de recaída em certos sítios no organismo mais propensos à recaída.
Para linfomas com maior risco de invasão do sistema nervoso (cérebro e medula espinhal), faz-se terapia preventiva, consistindo de injeção de drogas quimioterápicas diretamente no líquido cérebro-espinhal, e/ou radioterapia que envolva cérebro e medula espinhal, mas observando que nos pacientes que já têm envolvimento do sistema nervoso no diagnóstico, ou desenvolvem esta complicação durante o tratamento, são realizados esses mesmos tratamentos; entretanto, as injeções de drogas no líquido cérebro-espinhal são feitas com maior frequência.
Imunoterapias, particularmente o uso de drogas novas , como o interferon, anticorpos monoclonais, citoquinas e vacinas tumorais estão no momento sendo submetidos a estudos clínicos para determinar sua eficácia nos Linfomas Não-Hodgkin, muito Oncologistas têm comprovado que para algumas formas específicas de linfoma, um dos anticorpos monoclonais já desenvolvidos, denominado Rituximab, mostra resultados bastante satisfatórios, principalmente quando associada à quimioterapia, mas considerando também que no caso dos linfomas indolentes, as opções de tratamento podem ir desde apenas observação clínica sem início do tratamento, até tratamentos bastante intensivos, dependendo da indicação mais adequada, repetindo sempre a máxima do saudoso e Sábio Professor de Bioquímica (1972) Lourival Bonfim “A medicina é como o Amor, nem sempre nem nunca”.
Prevenção
Assim como em outras formas de câncer, uma alimentação equilibrada, rica em nutrientes obtidos das verduras e frutas, assim como outros hábitos que reforçam as defesas do sistema imunológico podem ter efeito protetor contra o desenvolvimento de Linfomas Não-Hodgkin.
Uma boa semana, riqueza espiritual e harmonia com o universo para todos e todas.