Loroteiro e Ficha Suja.

Recebi por email a foto abaixo reproduzida, onde o Governador Marcelo Deda aparece ao lado do candidato a Vice Governador Jackson Barreto. O Governador parece tocar um violão, enquanto Jackson lhe faz parceria no canto ou no estímulo.

 

Pediram-me a divulgação e o comentário. Seguem a foto, o título, e a repulsa do seu bestiário.

O título é depreciativo: Loroteiro e Ficha Suja. Acompanha também um vídeo humorístico, que omitirei por sem graça, onde se procura desmoralizar Jackson, como se este fosse um ser desprezível, alguém que merecesse o escarro geral e irrestrito.

 

E eu não o entendo assim. Nenhum dos dois; nem o “loroteiro”, nem o “ficha suja”, porque assim o são os farsantes e mentirosos, os delinqüentes da política, creditados como detentores dos troféus de sujeira por corrupção.

 

De Jackson dir-se-á que diversas acusações o acompanham desde o tempo em que renunciara a Prefeitura de Aracaju, num processo eminentemente político, desrespeitoso com o voto e o desejo dos aracajuanos.

 

Porque, sobeja e repetidamente, Jackson o demonstrou em sucessivas eleições, onde se vitoriou e fez vencer seus indicados à gerência municipal, num testemunho reprovador a seus acusadores e julgadores, e seus frustrados executores, que na impossibilidade de o punir diante da lei, procuram enodoá-lo com a pecha do preconceito mal forjado em ferro incandescente.

 

Assim, tudo vale em momentos de eleição, contanto que não se discuta o essencial, os verdadeiros problemas inerentes à coisa pública que exigem sensibilidade do grande pelo menor.

 

E, neste particular, aqueles que se apresentam em amizades e confianças com os mais sofridos e desprovidos de carinho, provocam, de imediato, o ódio, o rancor, a repulsa dos bem providos e alimentados, daqueles em que sobeja o consumo em diarréias mal contidas e refluxos soturnos irrefreados.

 

Porque é terrível e muito antiga esta reação. É remota, vindo de priscas eras, como a ira dos romanos patrícios contra os tribunos da plebe, matando Tibério e Caio Gracho.

 

Está também nos excedentes martírios medievais, nas perseguições heréticas, nas assepsias étnicas e aéticas dos pogrons conjunturais, em todos os momentos autoritários de subtração da liberdade, enfim, estado imanente e inclemente de trevas e sombras, conduzido por puros e imaculados, como Torquemada, um autêntico vomitador da ira divina, e por seus acólitos em covardia e servilismo no pensar e aplaudir.

 

Porque, infelizmente, faz parte ainda do deletério interior humano este maniqueísmo que degrada e mutila; Os homens são iguais, em sonhos, medos e frustrações. A ninguém é dado o direito de julgar e punir, como se fora o senhor da razão e o dono da verdade.

 

Modus in rebus, fala a sabedoria latina. Nem tanto, nem tão pouco. Ou o segredo é exibir parcimônia no agir e julgar.

 

A quem interessa o ridículo exposto e mau posto, no anonimato excludente da livre análise e do debate das idéias?

 

Dizem que na guerra política tudo é permitido, por que o feio é perder.  Mas,… e ganhar assim, mistificando, escandalizando, desqualificando em golpes sicários, vale a pena? Não creio. Daí minha repulsa.

 

Ora, se Deda é acusado como loroteiro, cabe minha análise para repulsa. Porque o loroteiro é o indivíduo farsante, mentiroso e enganador por maldoso. E no seu agir e dizer, pelo meu testemunho pessoal, nada disso constato no Governador candidato.

 

E ao dizê-lo, faço-o com surpresa também, afinal combatemos em lados opostos, enquanto conselheiros na nossa UFS, tempos de divergência e discussão aguerridas, sobrando muito respeito e admiração, eu um dirigente “biônico” e zeloso de minha ação, e ele já um percuciente e contundente porta-voz estudantil, ébrio de sonhos, ousando remodelar o mundo, como sói os jovens assim devem ser.

 

Surpresa, porque na sua maturidade o agir acompanhou o discurso em merecimento de respeito e louvação generalizadas, por aliados e críticos. Assim não o vejo um loroteiro!

 

Quanto a Jackson, este foi meu colega e continuou meu amigo, irmão de Jugurta, um grande amigo de meu pai. Não mexam com os meus amigos! Eles são tão poucos! Deixem Jackson e o PSD em paz! Perdoem-lhe a sensibilidade e o apreço ao eleitorado humilde. Querer lhe imputar o ferro em brasa de ficha suja? Ele que só fez elevar a tantos!?

 

Que seus acusadores se mirem e não se admirem no espelho de Narciso em mau conselho. E que não queiram de mim, e de muitos, o respeito, o endosso, o aplauso e a credibilidade de sua imagem difratada, desbotada e desfocada. Porque o resto é formalidade jurídica, legalidade cianídrica, em mistura de maldade.

 

Portanto, e sem qualquer encanto, me incluam fora dessa, na denúncia da lorota como farsa.

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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