O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está sentindo, agora, na pele, a grande dificuldade de decidir limites de salários. Evidente que ele, com o sangue de líder sindical que defendia o operariado do ABC paulista, deve ter entrado em conflito com o homem que hoje se debruça sobre uma mesa de trabalho, para oferecer um aumento de apenas R$ 20,00 no Salário Mínimo. E isso deve ter sido tão dolorido, lhe causou tamanha frustração e vergonha, que não conseguiu expor sua imagem na televisão para anunciar essa migalha. Pela primeira vez, um presidente recusou a esse contato com o trabalhador brasileiro. Evidente que, diante dos holofotes da televisão, ele não via e indignação do povo que lhe confiou o voto, mas, como o cidadão que comandou movimentos sindicais, em todo o Brasil, por melhores salários, imaginava a frustração que estava causando aos assalariados desse país. A Confederação Nacional das Indústrias (CNI), a mais forte entidade patronal do país, comemorou os R$ 20,00 de aumento. Chegou a emitir uma nota oficial, onde o seu presidente, Armando Monteiro Neto, diz que “o resultado mostra preocupação com as contas da Previdência e das pequenas Prefeituras. O presidente Lula definiu um valor para o salário mínimo compatível com a realidade do país”. Fica muito claro que, quando uma entidade patronal do porte da CNI elogia o aumento do salário, é porque não foi bom para os trabalhadores brasileiros, já sem condições de manter uma vida digna, mas que tinha esperança de que o presidente Lula revertesse esse quadro, em favor de uma categoria que jamais teve vez neste país, embora tenha elegido um presidente da República que fora o fundador de um partido representativo do operariado. Com o Salário Mínimo fixado em R$ 260,00 prevaleceu a posição do braço econômico do Governo. Nas diversas reuniões que teve nos últimos dias, o presidente Lula da Silva chegou a defender que o valor deveria ser próximo a R$ 270,00. A resistência a um aumento mais significativo partiu do ministro da Fazenda, Antônio Pallocci Filho, ao argumentar que um reajuste acima de 260 reais causaria impacto negativo na Previdência Social e desequilibraria as contas das Prefeituras do país. Para definir o reajuste, Lula também enfrentou divergências entre os partidos que sustentam o seu Governo no Congresso e as centrais sindicais. O valor de R$ 260,00 frustrou, ainda, as pretensões dos sindicalistas, que defendiam até R$ 300,00. O que mais decepcionou a classe trabalhadora foi que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a sua campanha eleitoral, prometeu dobrar o valor real do mínimo (acima da inflação), no seu quarto ano à frente do país. Neste ritmo, com as migalhas percentuais, jamais o presidente vai chegar ao que declarou em seus comícios, o que provoca uma lamentável e triste decepção em quem votou nas suas propostas, na esperança de ter um Brasil voltado para os oprimidos, os excluídos, os injustiçados e todos aqueles que sempre sofreram com uma política econômica conduzida aos banqueiros, aos grandes empresários, a todos esses que formam a minoria de privilegiados que detém quase toda a renda do país. O novo Salário Mínimo foi um presente de grego para o trabalhador, que nada tem que comemorar no dia em que se dedica ao trabalho. Hoje, tem-se muito do que lamentar, do que protestar, do que se decepcionar com um Governo que se imaginava representar a voz e os anseios das minorias discriminadas e do trabalhador brasileiro. E assim segue o Brasil, ao “Lula-lá”, cada dia mais perdendo as expectativas e cada vez comprovando que reformas econômicas, política e moral neste país são uma grande utopia… INTEGRAR O prefeito Marcelo Déda reuniu o secretariado apenas para anunciar algumas medidas e integrar os novos auxiliares. Anunciou sua viagem à Europa, que ocorre hoje, traçou diretrizes e pediu que colaborassem com o vice, Edvaldo Nogueira, que assume o mandato por mais de uma semana. RIGOR Marcelo Déda lembrou que, a partir de agora, entra todos os rigores da Lei de Responsabilidade Fiscal e solicitou maior cuidado em relação às dívidas. O prefeito vai reduzir gastos, inclusive com controle maior do custeio. Déda pediu aos secretários que tudo fosse feito dentro da possibilidade de pagamento dentro do ano. ARRECADAÇÃO O prefeito Marcelo Déda também disse que houve uma queda do Fundo de Participação Municipal (FPM), neste último trimestre, na importância de R$ 6 milhões. Explicou que fez uma perspectiva orçamentária para R$ 27 milhões e só foram recebidos R$ 6 milhões. “Houve uma frustração de expectativa”, declarou. ALMOÇO O deputado federal Jackson Barreto (PTB) telefonou para o deputado estadual Fabiano Oliveira e marcaram um almoço para hoje, em Brasília. Fabiano reclamou do tratamento dentro do PTB, principalmente porque não era ouvido, e Jackson vai dar uma satisfação a ele. SOCORRO O prefeito de Nossa Senhora do Socorro, José Franco, revelou que só pode dizer que é candidato à reeleição depois da homologação do seu nome. José Franco disse que está fazendo uma composição com 12 a 15 partidos, mas agora está tratando da inauguração de 70 obras feitas no município. ADELSON Anunciando que ainda não sabe quem será seu adversário, o prefeito José Franco ressaltou que o deputado Adelson Barreto (PTB) é seu amigo. Acrescentou que não será uma candidatura ou uma disputa eleitoral que vai desestabilizar essa amizade, Acha que eleição é um instrumento da democracia. CARTA O prefeito Marcelo Déda (PT) enviou carta ao governador João Alves Filho que foi considerada otimista pelo Governo, para a implantação do Sergipe Tec em Aracaju. O prefeito pede documentação para análise rápida do projeto. Dessa vez, Déda não falou que era contra a isenção do Imposto Sobre Serviços (ISS), o que animou o Governo. ESTRANHA Numa carta elegante, Marcelo Déda estranhou o tom beligerante da correspondência do Governo, lembrando que os contatos sempre foram cordiais e respeitosos. Nesta carta, o prefeito Marcelo Déda cobra a apresentação do pré-projeto e outros documentos, para verificar o impacto que a isenção dará na economia municipal. REENCAMINHOU O Governo já reencaminhou o pré-projeto e toda a documentação exigida, para análise imediata da Prefeitura de Aracaju. O Governo deseja que a Prefeitura da Capital seja parceira neste projeto, mas que também participe com incentivo fiscal. AGRONOMIA O curso de Agronomia para membros do MST terá continuidade na Universidade Federal de Sergipe e esse ano forma 60 novos agrônomos no Nordeste. O curso havia sido suspensão por uma ação judicial, mas que terá continuidade porque a UFS apelou da decisão e ganhou na Justiça. REFORMA Esmeraldo Leal, um dos líderes do MST em Sergipe, disse ontem que em lugar do Fome Zero, seria mais significativo o Governo fazer a reforma agrária. Esmeraldo também comunicou que o MST vai continuar com as invasões durante o mês de maio, como forma de pressionar o Governo a agilizar a reforma agrária. SUSANA A deputada Susana Azevedo, pré-candidata à Prefeitura de Aracaju pelo PPS, tem se movimentado muito para conseguir formar uma boa composição. Ela já está definitivamente certa que disputará a Prefeitura e se anima com a possibilidade de ter um companheiro de chapa influente em Aracaju. CACHO O deputado federal José Carlos Machado (PFL), em entrevista ao programa “Batalha na TV”, lembrou o nome do secretário Emanuel Cacho para candidato a prefeito pelo PFL. Durante a campanha eleitoral de 2002, o então advogado Emanuel Cacho foi quem comandou a chamada “Onda Verde” em Aracaju, numa embate com a “Onda Vermelha”. Notas FABIANO A leitora Simone passa e-mail revelando que na campanha de 2002 o deputado Fabiano Oliveira (PTB) anunciava, em cima de palanques e trios elétricos, que o seu candidato a vereador, em 2004 seria o presidente da USES, Rogério Alves, que é filiado ao seu partido e tem liderança no meio estudantil. Simone estranha que o deputado Fabiano Oliveira tenha mudado de idéia tão rapidamente e já anunciou o apoio ao seu chefe de gabinete, Valdoilson Leite, que é filiado ao PSDB. Ela acha que ele deveria justificar isso. TARIFAS Durante jantar da bancada do presidente Lula da Silva com a bancada do PTB, o deputado Jackson Barreto levou dois pleitos. Um de caráter nacional, relacionado à luta pelo barateamento das tarifas nos transporte público, a partir da redução de 50% no preço do óleo diesel, o que já vem sendo estudada dentro do governo. O outro pleito é a construção, pelo governo federal, do Canal de Xingó em Sergipe. Jackson diz que a obra significará a redenção do semi-árido, devendo marcar para sempre o governo do presidente Lula em relação aos sertanejos. PROTESTO O deputado Francisco Gualberto (PT) acha que o trabalhador não tem muito que festejar nos dias atuais e sugere que o pessoal aproveite a finalidade principal do Dia do Trabalhador, para mobilizar-se e discutir a luta travada, diariamente, contra o capital, na tentativa de uma vida mais justa e menos opressiva. “Reafirmo nossa tese histórica de que o 1º de Maio não é um dia festivo ou, simplesmente, o Dia do Trabalho. Essa é uma nomenclatura que a elite tenta implantar, na sociedade, para descaracterizar o real objetivo da data”, disse o parlamentar. É fogo Uma bomba forte deve explodir dentro de alguns dias (ou meses) que vai atingir muita gente grande em Sergipe. É escândalo do bom… O autor da denuncia, que será feita a nível nacional, está preparando todos os documentos, checando números e fortalecendo as provas. Não será no campo administrativo. O Governo espera que a resposta da Prefeitura em relação ao Sergipe-Tec seja dada com a maior brevidade possível. Caso isso não seja feito com rapidez, cria obstáculo ao encaminhamento do projeto, em relação à localização. O prefeito de Aracaju, Marcelo Déda, viaja hoje a Paris, para participar de reunião e de lá segue para uma mesa de discussões em Barcelona, na Espanha. Os professores que participaram da greve terão corte de salário correspondente aos dias parados, segundo determinou o secretário Gilmar Mendes. Ruster Alves lançou sua pré-candidatura a prefeito de Laranjeiras e ontem inaugurou o Diretório Municipal daquela cidade. Outro nome que disputará a Prefeitura de Laranjeira é Ricardo Hangenberg (PT). Foi o primeiro a lançar sua pré-candidatura. A deputada Celinha Franco (PPS) está trabalhando intensamente para reeleger José Franco a prefeito de Nossa Senhora do Socorro. O ex-prefeito de Lagarto, Jerônimo Reis (PTB) ainda não fechou sua candidatura à Câmara Municipal daquela cidade. O ex-prefeito da Barra dos Coqueiros, Alberto Jorge (PPS) mão descarta a possibilidade de disputar uma vaga à Câmara Municipal. O aumento de R$ 20,00 no valor do salário mínimo foi classificado como responsável pela Confederação Nacional da Indústria. Por Diógenes Brayner brayner@infonet.com.br