O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em todas as tentativas que fez para chegar onde está, ganhou as eleições em Sergipe. Inclusive em 2002, quando, finalmente, venceu a insistência. Evidente que se trata de um Estado de pouco peso político no país, mas essa preferência pelo líder petistas deveria ter reconhecimento do Planalto. Não tem. Até o momento o governo Federal não distinguiu Sergipe em nada e até um cargo importante que cedeu ao Estado, o fez a um cidadão carioca, que viveu em Minas Gerais e tem apenas o coração sergipano. A Petrobras para José Eduardo Dutra não foi em reconhecimento a Sergipe, mas pela amizade pessoal do presidente Lula com o ex-senador e por sua atuação no Senado. Apenas isso. Em termos de benefícios, de alguma obra ou de preferências, Sergipe não tem nada a agradecer. Aliás, tem muito é que lamentar.
Em um discurso que fez em Aracaju, durante a campanha eleitoral, o presidente Lula da Silva lapidou uma frase que chegou a empolgar os políticos que lutam com os problemas causados pela seca: “Não vamos prometer acabar com a seca, porque ela existe por foca da natureza. Assim como no Canadá ninguém pode dizer que vai acabar com a neve. O que podemos fazer é encontrar uma forma de sobrevivência do homem com a seca, assim como no Canadá se convive com a neve”. Pensamento de efeito, bem ensinado pelo mestre Duda Mendonça e melhor decorado pelo então candidato. Mas surtiu efeito e o pobre miserável do sertão acreditou nas palavras do homem que era a esperança de um Brasil mais justo, mais honesto e mais atento ao distanciamento social e regional.
Todos quebraram a cara. Em Janeiro do ano passado, várias cidades do interior sergipano sofreram com inundações que derrubaram pontes, destruíram estradas e isolaram povoados, inclusive no sertão. Ainda hoje se espera a ação do Governo Federal para recuperar danos provocados pelas chuvas. O Fome Zero foi um fracasso e a Bolsa Família resultou em escândalos provocados pela politicagem que ainda corrói as entranhas de uma região que não perde o alto índice de pobreza. Sergipe é o estado comentado neste espaço, porque é vítima do descaso oficial, mas a verdade é que o Nordeste, como um todo, não é mais a região do presidente Lula, que se fez paulista e está mantendo os privilégios para São Paulo e os demais estados da região Sul, aprofundando cada vez mais o fosso regional que se formou desde quando o Brasil recebeu os emigrantes italianos e se tornou em um Estado que deteve todas as riquezas do país, adquiridas também pelas mãos dos milhões de nordestinos que ajudaram no crescimento de sua capital.
A transposição do rio São Francisco para o Nordeste setentrional, principalmente para o Ceará, com o objetivo de irrigar milhares de hectares de terras naquela área, é um grande mal que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, faz a Sergipe. Porque, ao lado de Maceió, é um dos estados mais prejudicados com essa obra faraônica que dificilmente será concluída. Além de Sergipe também precisar de irrigação para grandes áreas que se tornariam produtivas, é nele que se dá a vazão do Velho Chico. É em Sergipe e Alagoas onde se vê um gigante enfraquecido, sem força e à beira da falência múltipla das suas águas. Sem a revitalização será o caos e, não demora muito, a juventude de Brejo Grande e Neópolis vai surfar sobre altas ondas de um braço de mar, formado pela invasão do oceano Atlântico.
Além disso, como bem advertiu o vereador Fábio Henrique, Aracaju é praticamente abastecida pelo rio São Francisco e não será exagero imaginar que pode haver um colapso no fornecimento de água às residências. Sergipe votou em Lula, é verdade, mas não teve nada de bom em troca. Ao contrário, o presidente pode tirar do Estado a força do rio que lhe favorece, que mata a sede e serve de sobrevivências para centenas de famílias das cidades erguidas em suas margens. Decididamente, Lula não serve mais para Sergipe.
TELEFONEMAS
O prefeito Marcelo Déda (PT) tem telefonado para parlamentares amigos, pedindo que votem em Luiz Greenhalgh para presidente da Câmara Federal.
Déda também tem conversa com deputados de outras legendas fazendo o mesmo pedido. Acha que deve ser respeitada a indicação do partido.
CARNAVAL
Marcelo Déda passa o carnaval no Rio e assiste o desfile das escolas de samba do camarote da Petrobras, na Sapucaí, a convite do presidente da estatal, José Eduardo Dutra.
Caso ainda consiga a fantasia, é que Marcelo Déda desfilará na Mangueira. O prefeito já está em contato com um amigo, membro da diretoria da escola.
PRÉ-CAJU
Sobre a transferência da Petrobras para a avenida Beira Mar, o prefeito Marcelo Déda disse que do mesmo jeito que não impôs a mudança, está aberto ao diálogo para um novo local.
Lembrou apenas que a festa não é da Prefeitura e que a única preocupação os interesses da cidade e o direito do cidadão.
REUNIÃO
O governador João Alves Filho tem que reunir a equipe de auxiliares, para buscar a unidade entre o secretariado. Existem rupturas expostas.
Quatro secretários já não se suportam e não escondem isso aonde chegam, passando a impressão de falta de unidade dentro do governo.
PRAZO
Segundo uma fonte bem avisada, a mudança de comando da Polícia Militar impõe resultados imediatos contra a onda de assaltos que inundou Aracaju.
Há um prazo de 30 dias para que a sociedade sinta a presença da Polícia e, evidente, da Secretaria de Segurança. Se não acontecer pode haver novas alterações…
RECURSOS
O deputado federal José Carlos Machado (PFL) acha que o Governo Federal não disporá de R$ 600 milhões para fazer a transposição do rio São Francisco.
Segundo Machado, “o governo não tem dinheiro para fazer o trecho de rodovia entre os dois viadutos na entrada de Aracaju, imagina para fazer a transposição”.
ASSEMBLÉIA
A partir da próxima quarta-feira começa o movimento, na Assembléia Legislativa, para a formação da Mesa Diretora.
A oposição já disse que vota em todos os membros, exceto no deputado Mardoqueu Bodano (PL). Quer trocá-lo por Adelson Barreto (PTB).
BOSCO
O deputado federal Bosco Costa (PSDB) disse que Luiz Greenhalgh, quando veio a Aracaju, lhe pediu o voto para presidente da Câmara Federal, “mas ainda não estou decidido”.
Bosco disse que não tomará nenhuma posição em relação à eleição da Câmara, sem antes ouvir a liderança do partido.
REUNIÃO
Bosco Costa viaja na próxima quarta-feira a São Paulo, para participar da Reunião da Executiva Nacional.
Acontecerá a posse do senador Eduardo Azeredo na presidência nacional do partido, substituindo a José Serra, que está atarefado com Prefeitura da capital paulista.
FONTES
O deputado federal João Fontes (PDT) disse que o seu partido vai votar em Luiz Greenhalgh para presidente da Câmara Federal.
João considera que Virgílio Guimarães não tem legitimidade, porque perdeu na convenção: “além disso, ele representa a direita do chamado baixo clero”.
BATALHA
O secretário de Comunicação Social, Carlos Batalha, não deixará a pasta e continua sendo prestigiado pelo governador João Alves Filho.
As informações de mudança, nesse momento, são boatos. Talvez até com o objetivo de criar uma falsa crise no Governo. A questão da Comunicação é caso encerrado.
ESGOTOS
Os esgotos do povoado Água Fria, em Salgado, deságuam no rio que fornece água para as cidades de Salgado, Boquim, Lagarto, Riachão do Dantas, Tobias Barreto, Simão Dias, Poço Verde, Paripiranga na Bahia, incluindo mais doze povoados.
É necessário uma ação civil pública por parte do promotor de Justiça, Arnaldo Sobral, de Itaporanga, respondendo pelo Distrito de Salgado, visando inibir tal descaso.
Notas
CÂMARA
A Câmara Municipal realiza sessão especial, na próxima quarta-feira, para discutir a transposição do rio São Francisco, determinada pelo presidente Lula. A discussão na Câmara será mais aprofundada porque vai debater com técnicos as conseqüências da transposição para o abastecimento da capital.
Dia 31, quando se realiza a reunião do Comitê que decide a transposição, a Câmara fará uma manifestação em frente à Escola Técnica. O vereador Fábio Henrique (PDT) ficou responsável pela mobilização dos bairros.
INSATISFAÇÃO
O ex-vereador Antônio Góis vai divulgar um documento, possivelmente neste final de semana, explicando todos os motivos pelos quais deixou o Partido dos Trabalhadores. O fará sem a intenção de revelar nada, embora não esconda insatisfação com alguns fatores que contribuíram para sua saída.
De acordo com Antônio Góis, os passos tortos e autoritários do governo Federal para aprovar na marra a transposição do rio São Francisco foram um dos fatores que contribuíram para o seu rompimento.
CANDIDATO
De olho na Assembléia Legislativa, o vereador e radialista Fábio Henrique vem fazendo política 24 horas por dia, buscando alianças, para uma campanha a deputado estadual, que deveria ter ocorrido em 2002. Henrique quer mostrar seu trabalho na Câmara e adquirir o respaldo do eleitorado estadual.
Eleito com uma elevada margem de votos, Fábio Henrique diz que prefere andar com cautela para ir chegando mais experiente na área do legislativo.Se mantiver esse percentual, pode sair eleito da capital.
É fogo
João Maria Rodrigues Calda é o novo procurado de Canindé do São Francisco, por nomeação do prefeito Orlando Porto de Andrade.
A nomeação de gente jovem, como João Maria Rodrigues, é que cria a mudança na política viciada do interior sergipano.
O governador João Alves Filho desembarca dia 25 (quarta-feira) em Aracaju e começa imediatamente a tratar da eleição da Mesa da Assembléia.
João Alves Filho não terá muitos problemas, porque a oposição está satisfeita com a reeleição do presidente Antônio Passos (PFL).
O senador Antônio Carlos Valadares (PSB) passou a quinta-feira visitando amigos e lideranças políticas de Poço Verde.
O deputado federal José Carlos Machado diz que a transposição do rio São Francisco é de uma responsabilidade sem tamanho.
O vereador Fábio Henrique lembra que o rio São Francisco põe 70% da água consumida em Aracaju e a transposição reduziria bastante o abastecimento.
O deputado Mardoqueu Bodano (PL) está preocupado com a deficiência no Sistema Único de Saúde (SUS).
Fortalecer o PSC em todo Estado é um dos propósitos do deputado estadual Antônio dos Santos, que está em contato com lideranças comunitárias.
A Transbrasil ainda não desistiu de retomar suas operações. Quer criar uma empresa de transporte aéreo de cargas.
O grupo Schincariol fechou 2004 com lucro operacional de R$ 83 milhões, após ter registrado de R$ 12 milhões em 2003.
A Previdência Social conseguiu recuperar 3,6 bilhões de reais em crédito durante todo o ano passado.