O presidente Lula da Silva (PT) segue tranqüilo com a sua candidatura à reeleição. Ao seu redor todos os partidos unidos e sem qualquer problema, além de outros que estão brigando internamente para ficar ao seu lado, como é o caso do PMDB. Se continuar nesse ritmo ganha no primeiro turno, até com uma certa tranqüilidade. A maior questão é o candidato. Geraldo Alckmin ainda não decolou o suficiente para animar quem não deseja manter Lula no poder. Além disso, o PSDB e PFL estão se entendendo pouco. Há muita reclamação de um sobre outro e isso passa a impressão de que é uma aliança que não suporta qualquer contratempo. Essa situação está em vários estados, desde a direção nacional das duas legendas, até os candidatos majoritários e proporcionais, inclusive em Sergipe. A coligação a nível nacional também não oferece segurança para o candidato presidencial. Não há entusiasmo. Além de Alckmin não ter “rosto de povo”, ele não consegue a popularidade que o seu adversário vai reconquistando, mesmo com toda a crise ética e moral que chocou o Brasil. Lula também conta com o apoio deslumbrado do seu partido e outros acoplados… Ontem mesmo, o resultado da CNT/Sensus, divulgado em todos os meios de comunicação, que revelou queda na intenção de votos ao candidato Geraldo Alckmin (PSDB), expôs a crise entre tucanos e pefelistas. A primeira sinalização do “fogo amigo” foi emitida pelo líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ): “O problema é na coordenação, não é o Alckmin, é o Tasso (Jereissati)”. Em Sergipe a dificuldade entre PFL e PSDB formar uma aliança começou exatamente com desentendimentos que pareciam inconciliáveis. O PFL cessou com as críticas, mas o PSDB manteve-se em dúvida, através da maioria dos seus parlamentares. Hoje os tucanos estão à espera de uma solução por parte do ex-governador Albano Franco, que dará cor à aliança. De qualquer forma, uma composição entre os dois partidos não será fincada em bases sólidas e nem transmitirá confiança. Para se chegar à bases seguras será preciso curar feridas profundas que ainda rasgam o sentimento de membros das duas legendas. ENCONTRO O ex-governador Albano Franco (PSDB) terá um encontro hoje com o presidenciável Geraldo Alckmin, para relatar a situação do partido em Sergipe. Até o momento os tucanos não se acomodaram no ninho. Os parlamentares do partido se recolheram e entregaram a Albano Franco e Bosco Costa a decisão de coligação. RESPOSTA Dependendo da resposta que lhe dará Geraldo Alckmin, depois de ouvir as ponderações de Albano, o PSDB tomará uma posição até a próxima segunda-feira. Uma coisa, com absoluta certeza, Albano Franco vai ouvir de Alckmin: ”estamos trabalhando pela fidelidade partidária”. O encontro será em São Paulo. BOSCO O deputado federa Bosco Costa (PSDB) teve uma demorada conversa com o empresário Ricardo Franco e tratou da questão das alianças. Bosco deixou bem clara sua posição em relação ao partido: quer que o PSDB se mantenha sozinho e faça coligações com partidos menores. TRIBUNAL O PSDB está querendo uma vaga no Tribunal de Contas para fechar a coligação com o PFL. O pessoal acha difícil. Depende de aposentadorias e o mais próximo é Ildegards Azevedo, que acontecerá depois das eleições. Além disso, tem a lei que passa a aposentadoria para 75 anos, praticamente aprovada. CHAPÃO O empresário José Amorim (PSC) já conversou com o governador João Alves Filho (PFL) e expôs o que deseja para fechar a coligação. O mais importante é o chapão. Agora o PSC está na espera de uma definição e os seus membros dizem que não têm pressa. DIFERENTE A declaração é de um integrante do bloco que apoia a candidatura de Marcelo Déda: “o PT é um partido muito diferente para qualquer entendimento político”. E continuou: “quando chega na hora de se fazer composição os petistas querem fortalecer apenas a legenda deles e o resto serve apenas para dar apoio”. FONTES O deputado federal João Fontes (PDT) disse ontem que está muito animado com a possibilidade de disputar o governo do estado. Amanhã haverá uma reunião do partido para analisar isso. Segundo João há possibilidade de Renato Sampaio, Antônio Samarone ou Marcelo Ribeiro ser candidato o candidato ao Senado Federal. DIFERENÇA João Fontes diz que não existe muita diferença entre os dois grupos que estão disputando, porque tanto Jackson Barreto (PTB) quanto o senador Valadares (PSB) já transitaram dos dois lados. Acha que o pleito é plebiscitário: “o povo vai dizer nas urnas se quer a institucionalização da corrupção. O PT vai estar em julgamento”, disse. ULICES O secretário geral do PSDB, deputado Ulices Andrade, está afastado do processo de aliança do seu partido: “a partir de agora vou cuidar da minha campanha”, disse. Ulices disse que vai seguir a orientação do ex-governador Albano Franco e do deputado federal Bosco Costa: “eles dois definem e eu acompanho qualquer que seja a decisão”. POSIÇÃO Ulices disse que não é contra a uma composição com o governador João Alves Filho: “apenas me sentir atingido com tudo que o PFL disse do PSDB”. Outro tucano, que pediu sigilo do nome, estranhou: “Ricardo disse que seria candidato no sentido da gente apoiar João Alves, mas na segunda-feira tem um encontro com Marcelo Déda (PT)”. CANDIDATURA O deputado Ulices Andrade disse, ainda, que torcia para que Ricardo Franco fosse candidato a deputado estadual: “ele engrandeceria a chapa, que ficaria fortalecido”. Considerou, entretanto, que “só com a candidatura de Ricardo, o PSDB ganharia o voto de Pedrinho Barreto, que sempre apoiou candidato a deputado de outro partido”. ALMEIDA O senador José Almeida (PMDB) disse ontem que o seu colega Pedro Simon (RS) deve oficializar hoje sua candidatura a presidente da República pelo seu partido. Apesar de tratar do assunto com cuidado, Almeida acha que se o PMDB tiver candidato a presidente, ele pode retomar sua candidatura ao Governo do Estado. JORGE Segundo informação de um parlamentar, o governador João Alves Filho (PFL) está conversando com o deputado federal Jorge Alberto (PMDB). A mesma fonte acrescentou que a conversa foi considerada boa. Jorge apóia o presidente Lula e também mantém contatos com o ex-prefeito Marcelo Déda. Notas PÂNICO O Orkut, o maior site de relacionamento do mundo, está em pânico. Uma mensagem enviada para qualquer usuário como “dê uma olha nas fotos de nossa festa, ficaram ótimas”, é uma praga capaz de enviar scraps (recados) automaticamente para todos os contatos da vítima, além de roubar senhas e contas bancárias. Ao clicar no link, um arquivo de pequeno porte se hospeda no computador do usuário. Daí então se encarrega de baixar e instalar o restante das partes da praga, que enviará a mensagem para todos os contatos do Orkut. SINDICATO O Sindicato de Escrivães e Agentes Policiais de Carreira do Estado de Sergipe fez, ontem pela manhã, uma tumultuada reunião em sua sede, à avenida Gonçalo Prado, para tratar de assuntos de interesse da classe. De forma irresponsável, estacionaram carros em filas duplas, bloquearam garagens e criaram problemas. Um vizinho, que teve de pedir a desobstrução do seu carro para sair, foi agredido verbalmente por um dos sindicalistas. De forma grosseira, não tirou o carro e mandou o cidadão procurar os seus direitos. Eles faziam a lei. PRISÕES O senador Almeida Lima protestou, ontem, em discurso no Senado, contra a prisão do presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Aracaju, Nivaldo dos Santos, que estaria liderando uma greve em nome da categoria. Almeida disse que a prisão é ilegal e se declarou surpreso porque a prisão foi autorizada pelo prefeito. Segundo Almeida, Edvaldo Nogueira (PcdoB) teria determinado a prisão por meio da guarda municipal apesar de ser um político de esquerda acostumado a protestos e greves de servidores públicos e de outras categorias. É fogo A deputada Susana Azevedo (PSC) voltou a defender hoje o fim da cobrança do Laudêmio dos proprietários de imóveis localizados nas chamadas “áreas de marinha”. O deputado Venâncio Fonseca (PP) diz que o presidente Lula é o personagem “Jamanta”, porque sabe tudo, vê tudo, mas não quer falar. O deputado Jorge Araújo (PSDB) apresentou projeto de lei que inclui o mel de abelha na merenda escolar da rede pública estadual de ensino. O ex-governador Albano Franco (PSDB) está muito preocupado com uma pequena crise de unidade que eclodiu dentro do partido. Há necessidade de administrar isso… As cidades de Aracaju, São Cristóvão e Laranjeiras estão sediando, até 27 de maio, o “I Encontro de Memória Ibérica do Nordeste”. Teve boa repercussão o nome do deputado federal João Fontes como pré-candidato a governador pelo PDT. O vice-prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB) está adotando posições em relação à prisão dos sindicalistas. O próprio Edvaldo já foi posto no camburão da Rádio Patrulha, em greve do tipo. O pré-candidato do PMDB à presidência Pedro Simon encontrou forte resistência do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ao discutir a possibilidade de candidatura própria da legenda. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que vale para este ano a maioria das alterações na legislação eleitoral aprovadas em abril pelo Congresso Nacional. Para os seis ministros do tribunal, é inconstitucional o artigo que proibia a divulgação de pesquisas nos 15 dias que antecedem a eleição de outubro. A realização de showmícios e a apresentação de artistas nas campanhas, além da propaganda em outdoors, também estão vetados.
A declaração do parlamentar, filho do prefeito do Rio, César Maia, irritou o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, que cobrou uma definição do PFL: “quem falou isso? O garoto ou o papai? Quando o garoto fala só vale se o papai confirma. Essa coisa de setores do PFL ficarem batendo não dá mais. Chega de brincadeira de ficar batendo em candidato, no Fernando Henrique, no Aécio Neves (governador de Minas Gerais). Ou é aliado ou não é”. O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC) devolveu a cobrança: “se todo mundo falasse menos, não haveria problema. Mas é preciso organizar a campanha”. A animosidade vem em um péssimo momento. Na próxima semana os dois partidos devem firmar a aliança entre o tucano Geraldo Alckmin e o senador José Jorge (PFL-PE) durante evento em Pernambuco. Bornhausen quer que Tasso crie o conselho político da campanha do qual deverão participar os presidentes dos partidos aliados, os líderes dos dois partidos na Câmara e no Senado e os coordenadores da campanha, além dos dois cabeças da chapa.
O presidente do PFL disse que está convencido de que o problema da campanha hoje é a falta de organização. “É preciso ter uma pessoa para dar a última palavra. E esta pessoa é o candidato”, disse ele, ao propor que a primeira reunião do conselho seja na próxima segunda-feira. A pesquisa CNT/Sensus revelou que o presidente Lula venceria as eleições já no primeiro turno se as eleições fossem hoje. Em relação ao levantamento anterior, feito em abril, Lula subiu de 37,5% para 40,5% na preferência do eleitorado. Enquanto isso, Alckmin perdeu espaço, caindo de 20,6% para 18,5% das intenções de voto. O dado mais expressivo da pesquisa ficou por conta do crescimento da rejeição de Alckmin, que saltou de 33,5%, em abril, para 40,6%. Entre os desentendimentos dos partidos que encabeçam a chapa e a permanente queda do candidato tucano à Presidência da República, pode se chegar a um consenso que será necessário a troca de nome para enfrentar Lula. O Alckmin é fraco pra chuchu.
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