Para o diretor geral da Unesco, Koichiro Matsuura, é muito importante em todos os países dar atenção à educação, tanto na área rural como urbana, como um caminho absolutamente imperativo para aliviar a pobreza. Tal afirmação mostra que nunca é demais repetir: Sem educação não se constrói uma nação. Até os mais incrédulos não terão dificuldades em verificar a veracidade de tal afirmação. Basta que se compare o nível de analfabetismo dos países da África, onde a miséria é quase total com o dos sete países mais ricos do mundo. No nosso país mesmo, nas regiões onde a miséria é uma realidade, o nível do analfabetismo é quase total. Ainda, segundo o diretor geral da Unesco, a globalização está trazendo numerosas mudanças e modificações de comportamento. Com a globalização que “transformou o mundo numa aldeia global” fica cada vez mais evidente que o saber se tornou condição essencial para a sobrevivência. Quem não investir em educação não sobreviverá. Em nosso país, muito ainda precisa ser feito no sentido de dar ao brasileiro condições de enfrentar os efeitos da globalização. É verdade que muito tem sido feito nesses últimos anos para reduzir o índice de analfabetismo no país. De acordo com o censo de 2000, cerca de 87,2% da população brasileira com dez anos ou mais se consideram alfabetizadas, enquanto em 1991 este percentual era de 80,35%. Apesar de tudo o que está sendo feito, o Brasil ainda possui uma das maiores taxas de analfabetismo da América Latina. Segundo o ex-Ministro da Educação, Cristóvão Buarque, para resolver o problema da educação no país teria que ser adotado, de imediato, o seguinte plano: a) 100% das crianças até 14 anos na escola até 2006. – b) Abolição total do trabalho infantil até 2006. – c) Abolição da prostituição infantil até 2006 – d) Duplicar o salário médio do professor até 2007. – e) Toda escola de ensino fundamental e médio com horário integral até 2015. Outro ponto que deve merecer atenção é melhorar a qualidade do ensino no país. Em 2001, a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) realizou uma pesquisa para avaliar a compreensão de estudantes de 15 anos e sua habilidade de aplicar conhecimentos em leitura, matemática e ciências. Participaram da pesquisa 265 mil estudantes de 28 países membros da OCDE e o Brasil ficou em último lugar. Estamos às vésperas de novas eleições. Em função de toda esta situação e considerando que mais educação é sinônimo de menos pobreza, será importante que, cada um de nós, antes de decidir em quem votar, atente ser necessário que a educação se torne prioridade. Assim, nosso voto somente deverá ser dado àqueles de defenderem a educação como prioridade zero. Edmir Pelli é aposentado da Eletrosul e articulista desde 2000 edmir@infonet.com.br