Mais reflexão

A população deve ficar estarrecida com essa discussão entre políticos que, teoricamente, ajudaram ou atrapalharam o desenvolvimento de Sergipe. Evidente que a grande maioria necessitada, que está precisando da ação de todos os poderes, está pouco se lixando para o que é feito pelo Estado ou cidade. Quer mesmo é resolver seus problemas imediatos, que são de comida, moradia e trabalho. Vive-se num país, num Estado ou em uma região, que o essencial é o prato na mesa, a educação, um pouco de dignidade. O resto não tem nenhuma importância, porque em primeiro lugar vem o estômago. Embora, lógico, seja o desenvolvimento de um Estado que vai poder atender às necessidades básicas da família. Quando duas lideranças importantes brigam, principalmente em um Estado pequeno, de uma região paupérrima, o povo é quem perde. Os problemas de ordem política intercedem sobre as disparidades sociais. Isso, evidente, que é uma coisa já saturada, citada repetidas vezes, mas jamais compreendida por quem tem poder de definição. O governador João Alves Filho e o presidente da Petrobrás, José Eduardo Dutra, estão promovendo uma discussão sobre Sergipe. Cada um deve achar que está com a razão, agindo corretamente e cumprindo o seu dever. Mas é o preciso que o omisso, que falhou com a sociedade sergipana, aquele que não está fazendo nada pelo Estado como um todo, que ponha a mão na consciência e volte atrás nesse seu método personalizado de ajudar a sociedade que o fez político. A população não tem nada a ver com questiúnculas políticas. Quer trabalho, desenvolvimento, melhoria nas condições de vida, independente de tendências partidárias. Aliás, os partidos políticos estão em franca decadência. Sobrevivem hoje apenas pelas exigências da lei, mas não têm mais um papel importante nas decisões políticas do povo brasileiro. Não se criam mais UDNs e PSDs. Tudo é mera sigla, de ideologias duvidosas e que se baseiam muito mais numa máquina de calcular, durante o período eleitoral, do que na filosofia partidária. Utilizar argumentos de fidelidade para a prática de politicalhas nojentas, não tem mais o respaldo da população. O eleitor está sabido e enxerga longe que as dissidências de hoje são por conveniência, jamais por convicção de um modelo político incompatível com o pensamento do outro. Todas viram isso agora, nas eleições presidenciais. Mudou o chefe de plantão, mas o estilo, a farra, o engodo, as mentiras, os acordos camuflados continuam mostrando que o poder é o mesmo. Os políticos não são os donos do destino de um Estado. Eles é que são um pedaço mínimo da sociedade que o escolhe. São eleitos ou indicados para ocupar um cargo de comando, com o objetivo de construir alguma coisa em favor de uma sociedade cética. E para isso, não se aceita direcionamentos partidários, porque os famintos e sedentos não têm partido, nem convicção e sequer conseguem raciocinar. São vítimas de tudo isso e ninguém está ligando para nada. Tudo bem que disputem posições, que se debatam nos palanques, que lutem para conquistar seus espaços, durante as eleições. Mas depois disso, não pode se impor a política de um lado só. A sociedade é a única e exclusiva prejudicada. E é ela a dona dos votos que fazem cada um desses cidadãos. Se racionassem pensando no povo, depois de eleitos, teriam que se unir no trabalho digno para solucionar os problemas mais emergenciais de sua gente. Não podem se transformar em bandeira de partidos políticos, impondo a lei do quanto pior para o adversário, melhor para eles. Geralmente, o que é feito para massacrar o oposto, é prejudicial ao povo. Esse é um estilo pequeno, sem a grandeza da superação de divergências políticas, que prejudicam a todos, inclusive a eles mesmos, politicamente, porque o povo está de olho em tudo que vem acontecendo. João Alves Filho e José Eduardo Dutra têm que repensar e tentar encontrar o caminho da boa convivência, para o bem de todos, através do desenvolvimento do Estado. Que cada um faça o seu papel, sem o visgo partidário e sem ressentimentos pessoais. A Petrobrás não é do Partido dos Trabalhadores e nem está a serviço dos seus simpatizantes e coligados, mas para servir também a Sergipe, que é um dos seus maiores fornecedores. Se a questão é política e a estatal fosse isenta, trabalhava para todos os lados, independente de cor, de ideologia de bloco político. Se a tal da refinaria pudesse vir para Sergipe, José Eduardo Dutra não poderia por obstáculos, só porque o engenheiro João Alves Filho está no poder. Se tivesse que vir com a ajuda de José Eduardo, que viesse. Afinal, não se pode negar uma obra desse porte para os sergipanos, só porque o governador João Alves Filho tomou a iniciativa de fazer os projetos para viabilizar sua instalação. Dutra tem responsabilidades sim com o povo de Sergipe, seja do PT ou não, porque foi este Estado que lhe deu tudo o que tem. Lógico que terá o reconhecimento da sociedade e isso será muito bom, principalmente para ele. Está na hora de repensar, Sergipe não pode ficar a mercê dos propósitos que promovem uma divisão política. DEMISSÃO O presidente da Codise, Norman Oliveira, foi exonerado do cargo ontem, por determinação do governador João Alves Filho. Norman Oliveira e o secretário da Indústria e Comércio, Tácito Faro, tiveram um início de administração tumultuada, mas atualmente os dois se entendiam muito bem. RAZÃO A razão da demissão não foi revelada e já pode ter vinculação com as mudanças que a Codise terá com a reforma do Estado. Segundo uma fonte do Governo, Norman Oliveira deve ser aproveitado em outro órgão, mas não há perspectiva para isso. RECEPÇÃO O deputado estadual Fabiano Oliveira disse que pela recepção que José Eduardo Dutra (PT) teve no aeroporto de Aracaju, parecia que ele seria o candidato ao Governo do Estado. Acrescentou que houve comentários sobre isso, depois que Dutra fez um pronunciamento de quem já está em campanha. CUMPRE Dentro da estratégia de José Eduardo ser candidato ao Governo do Estado em 2006, o prefeito Marcelo Déda (PT), caso seja reeleito, permanecerá no mandato até 2008. Pode ser ministro no caso de Luiz Inácio Lula da Silva continuar presidente da República. A estratégia política está dentro de um projeto futurista. DESMENTE Já um dos integrantes do grupo que foi para o desagravo a José Eduardo Dura garantiu que ele será candidato a deputado federal ou senador. Revelou uma coisa que todos desconfiam, mas que ninguém confirmou: “Marcelo Déda será o candidato a governador do Estado em 2006″. ITABAIANA Sob chuva intensa, milhares de pessoas, portando guarda-chuvas, participaram da passeata promovida pela candidata Maria Mendonça, candidata à prefeita de Itabaiana. Puxando a multidão, ao lado da candidata, também sob chuva intensa, estavam o ex-governador Albano Franco, José Eduardo Dutra, Heleno Silva e outras lideranças. DÉDA No palanque, quando a passeata chegou, o prefeito de Aracaju, Marcelo Déda, já estava lá e se uniu ao grupo que subiu para falar. Um mar de guarda-chuvas ouviu os oradores e, mesmo com a chuva intensa, ninguém arredou o pé. “Impressionante como esse povo gosta de política”, comentou José Eduardo. DE BRAÇOS Durante o comício, o prefeito Marcelo Déda disse a Maria Mendonça que ela não se preocupasse com as questões de recursos para Itabaiana. “Tenha certeza, deputada, que vamos de braços dados no gabinete do meu compadre Lula e dos ministérios, conseguir recursos para a sua administração”, disse Déda. ALBANO Durante um jantar, no sábado à noite, em um dos restaurantes da 13 de Julho, Albano Franco (PSDB) falou sobre política sinalizou que será candidato em 2006. Pode ser a deputado federal, mas um dos que estavam na mesa sentiu que ele deseja retornar ao Senado e vai trabalhar para isso. OPOSIÇÃO O deputado estadual Gilmar Carvalho (PV) fará um pronunciamento na Assembléia, terça-feira, relatando as razões porque está passando para oposição ao Governo. Aliás, o deputado Gilmar Carvalho já vem se comportando como oposição ao Governo do Estado há algum tempo. COMISSÃO Uma das coisas que o deputado Gilmar Carvalho ainda se ressente é de tido sido submetido à Comissão de Ética e passado um momento de sufoco junto aos aliados. Ele acha que aquilo jamais deveria ter acontecido. Lamenta também não ter sido atendido nas suas condições para ser candidato à Prefeitura de Aracaju. DESAGREGA O deputado Gilmar Carvalho (PV) contestou o voto de Fabiano Oliveira, quinta-feira, à Emenda Constituição enviada pelo Governo. O líder do Governo, Venâncio Fonseca (PP), alertou: “Gilmar, você é cristão novo na oposição e já chega desagregando”. ERROS Na divulgação de dados dos candidatos, constante no site do Tribunal Superior Eleitoral, tem uma série de aberrações que precisam ser corrigidas com urgência. Marcelo Déda (PT), pelo TSE, já foi presidente da República, ministro de Estado, governador e prefeito. OUTROS Susana Azevedo (PPS), segundo o site do TSE, já foi senadora, deputada e vereadora. Jorge Alberto (PMDB) também foi senador, deputado e vereador. Em Itabaiana, Maria Mendonça foi senadora, deputada e vereadora e Carlinhos da Atlética, que só chegou a ser vereador, também teria sido senador e deputado. Notas PROJETOS A Assembléia Legislativa retornou aos trabalhos do segundo semestre ontem, já começando a tramitar o projeto de reforma do Estado. Três deles já foram enviados: dois que transformam a Emdagro e a Prodase em autarquias, e outro que une a Hemose e o Parreiras Horta, transformando-os em fundação. Segundo informação de um assessor parlamentar, o secretário de Governo, Nicodemos Falcão, já esteve com os servidores da Hemose, explicando que as mudanças não vão afetá-los. Mesmo assim o pessoal está apreensivo. FACULDADES O juiz federal Ronivon de Aragão concedeu liminar em duas ações civis públicas, determinando que as faculdades privadas Logus e Alpha ficassem impedidas de abrir novos turnos, bem como novos cursos de graduação, até que obtenham credenciamento junto ao Ministério da Educação. O Ministério Público Federal foi que promoveu a ação Cível Pública, exatamente para sustar o oferecimento de curso superior pelas duas faculdades, sem a devida autorização do Ministério da Educação. PRESERVA Embora o Ipes não esteja pagando às clínicas e aos hospitais conveniados, o presidente do instituto, José Lima, está passando imune dessa crise, porque não foi ele quem provocou essa situação, que já se arrasta há alguns anos e incomoda os servidores e atinge funcionários, incluindo a equipe médica. Por enquanto, parlamentares da situação e oposição o preservam. Mas não tarda a ter seu diagnóstico ruim, principalmente se manter os cabos eleitorais longe dos benefícios daquela instituição, que sempre foi cabide de emprego. É fogo O nome da coligação do PSDB de Itabaiana tem um toque petista: “construindo uma cidade melhor para todos”. O deputado Augusto Bezerra quer que os sergipanos voltem a se mobilizar, contra a execução do projeto de transposição faz águas do rio São Francisco. Mesmo com chuvas, o candidato a prefeito Jorge Alberto (PMDB) conseguiu mobilizar dezenas de veículos para uma carreata pelas principais avenidas de Aracaju. Caso Maria Mendonça consiga se eleger prefeita de Itabaiana, o suplente Jorge Araújo (PMDB) retorna a uma cadeira na Assembléia Legislativa. O deputado estadual Antônio dos Santos (PSC) concorda com aqueles que entendem que num país sério os juros cobrados no Brasil dariam cadeia. As chuvas intermitentes que caíram em Aracaju neste final de semana, impediram que os candidatos fizessem uma campanha mais agitada em Aracaju. Valmir Monteiro (PFL) está muito animado com o crescimento de sua candidatura à Prefeitura de Lagarto. Já o prefeito Zezé Rocha está preocupado porque Walmir Monteiro tem recebido adesões de aliados seus. O advogado Renato Sampaio (PPR) também tem sentido a sua candidatura crescer, principalmente junto à classe média. Macambira não é uma cidade violenta, mas em apenas um ano já teve nove delegados, que não são de carreira. Dentro de mais duas semanas – a partir do dia 16 – os contribuintes isentos começam a entregar as declarações do Imposto de Renda deste ano. A dívida líquida do setor público atingiu a R$ 948,243 bilhões no final de junho. O resultado é superior ao verificado em maio, em termos nominais. Por Diógenes Brayner brayner@infonet.com.br

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