Mangue Seco (BA) – Profissionaliza-se

Vilarejo retrô – Silvio Oliveira

Ao chegar ao vilarejo de Mangue Seco (Jandaíra-BA), esqueça do correr das horas. Nada de pressa. Deixe o clima fluir tranquilamente e curta os inúmeros personagens que povoam o imaginário da localidade: Tieta do Agreste, Bafo de Bode, Perpétua, Mulher de Branco. Pode até preferir os mitológicos Lobisomem, Mula sem Cabeça, Fogo-Corredor. Mas é num bate-papo descontraído com a comunidade que o turista deixará o imaginário de lado e perceberá que a originalidade e a rusticidade do povoado não é por acaso.

Grande parte dos moradores vem construindo o pensamento de que se preservar e desenvolver o turismo com base sustentável, todos ganham: visitante, comunidade e economia local, meio ambiente.

Buggy é o transporte oficial do vilarejo

Os primeiros avanços para não prejudicar os ecossistemas são as definições de rotas de passeios de buggys pelas dunas e a sinalização local, com o fomento da cooperativa de condutores e da construção de empreendimentos de forma sustentável, respeitado o meio ambiente. Essas é outras ações já soam como um alerta que turismo responsável é aquele que gera renda para a comunidade local e se preocupa com as futuras populações e a paisagem local.

Chegada ao vilarejo – silvio Oliveira

Por isso, caminhar pelas poucas ruas de areia do povoado é sentir o tempo passar bem devagar. Em tempos de romance de Jorge Amado, o vilarejo não possuía energia elétrica e muito menos água potável, mas 40 anos depois muita coisa mudou. A localidade mantém a rusticidade, com casinhas envoltas de uma igreja, um cruzeiro e ruas de areia. Simples e bons restaurantes aportaram por lá, em conjunto com opções de hostel, pousadas e um bom hotel em frente da pracinha principal. Lojinhas de artesanato dão um tom turístico.

Recentemente Mangue Seco ganhou um calçadão margeando o rio Real, onde espalham-se as pousadas, bares, restaurantes e casas de pescadores, criando uma boa estrutura de apoio para os turistas.

Dunas e encontro do rio com o mar – Silvio Oliveira

O transporte principal da vila são os buggys que levam turistas para conhecer as dunas e a região de praia. Também há embarcações confortáveis, a exemplo de veleiros com capacidade para mais de 40 pessoas, ou lanchas para seis pessoas, que fazem os passeios às ilhotas da região. Não deixe de banhar-se na Ilha da Sogra, em terras sergipanas e conhecer, mesmo que em passeio panorâmico, a praia do Saco.

Pôr do sol é atração – Silvio Oliveira

Também não deixe de ir até o ponto mais alto da povoação, onde se tem a vista da ponta do Mangue Seco, da praia do Saco, ao longe; da ponte Gilberto Amado, também ao longe. Os principais mirantes – Bela Vista, Pôr do Sol, Cajueiro, Skibunda e Romeu e Julieta – levam os turistas a observarem uma beleza sem igual de vários ângulos, além do povoado quase encoberto pelas dunas. O encontro dos rios Piauí, Real e o afluente Piauitinga também é avistado e revela a hidrografia da região.

O passeio de buggy custa, em média, R$ 130 para quatro pessoas e dura uma média de 1h30. O transfer vilarejo/praia, custa R$ 60 + comissão do guia. (Associação de Condutores de Buggys – setembro de 2017).

A preguiça vai tomar conta do corpo depois de curtir um verdadeiro SPA natural em suas praias. O pôr do sol já vai aportando no horizonte, com sabor de despedida. Que nada, no anoitecer, dormir e acorda com a bela vista do povoado é só o convite para mais um passeio.

Descanso – Silvio Oliveira

Dicas de viagem

  • Os preços praticados pelos estabelecimentos de hospedagens na localidade variam de acordo com a acomodação, comodidade e serviço oferecido. A pousada Grão de Areia é uma opção para quem gosta de bom custo/benefício com vista privilegiada do rio. A receptividade de Mirian e Dione já vale a hospedagem. Os preços das diárias custam em médioa R$ 150, para o casal, com café da manhã. O almoço também podem ser servido lá. Telefone de contato:79 99800 2468 e 79 99971 4767.

  • Passeios de buggys – Silvio Oliveira

    O hotel Fantasia do Agreste é a que apresenta mais comodidade, com quartos amplos e confortáveis, varanda com vista para uma área social. O restaurante serve desde o café da manhã, almoço e jantar. As poções são fartas e variam de R$ 40 a 90, a depender do gosto. Consulte os preços das diárias através do telefone 75 3445-9070 ou 3445-9011.

  • A população não ultrapassa 200 habitantes. Mangue Seco fica a 242 km de Salvador através da Linha Verde. No entanto, a forma mais prática de se chegar é via Sergipe através do Pontal. Mangue Seco fica a menos de 80km de Aracaju.

  • No Pontal, há embarcações que fazem linha Pontal-Mangue Seco pelo preço de R$ 5, por pessoa, nos finais de semana quando há bastante movimento. Caso não tenha movimento, o barqueiro cobra R$ 50 para três pessoas, ou seja, R$ 100 para ir e voltar, com horário agendado. Há também lanchas para seis pessoas, com preço a combinar.

  • Passeios de buggys – Silvio Oliveira

    Os estacionamentos do Pontal cobram a diária de R$ 10, por automóvel. Consulte para pernoitar. Não deixe de visitar a casa de uma das integrantes do projeto Catadoras de Mangaba.

  • Com a inauguração em 2010 da Ponte Joel Silveira, que atravessa o rio Vaza-Barris, pode-se seguir as praias via litoral Sul de Sergipe, seguindo-se a estrada até o Porto da N’Angola onde tem a ponte Gilberto Amado. No povoado do Porto do Mato é possível fazer a travessia do rio Real. Os preços combinados com o barqueiro no píer são os mesmos praticados em Pontal. Vale a pena pechinchar.

  • Pôr do sol – Silvio Oliveira

    Há também travessias para Mangue Seco partindo de Terra Caída, à direita de quem vai no sentido Aracaju- Bahia. Não deixe de provar das empadinhas do bar e restaurante Frutos do Mar, no cais do povoado.

  • Na praia do Saco, em Estância, há bate e volta partindo da localidade com passeio pela Ilha da Sogra e Mangue Seco. As lanchas cobram cerca de R$ 160, para quatro pessoas. (preços praticados em setembro 2017)

Gastroterapia

O catado de aratu cozido na palha da bananeira e as cocadas são bem apreciados por quem visita o litoral sul de Sergipe. As doceiras fazem cocadas à base de castanha de caju, de amendoim, a tradicional de coco branco e até de goiaba e de doce de leite. Fátima é uma delas é vende as guloseimas nas praias do sul de Sergipe e em Mangue Seco. As cocadas brancas com raspa de coco e coco queimado são bem tradicionais. Não pense na dieta ao apreciá-las.Com certeza o bom mesmo é comer sem culpa, apreciando cada raspinha do coco. Cada cocada custa R$ 5 ou três por R$ 12. Os catados custam R$ 5.

Cocada
Ensopado de aratu
Catado de aratu
Coco e catado

Fotos: Silvio Oliveira

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