Mangue Seco (BA): Rusticidade com TV de plasma

Chegada ao vilarejo 

Ruas de areia, casinhas típicas de uma vila de pescador, igrejinha ao centro e um pôr do sol para completar o típico clichê nordestino à beira-mar. Mangue Seco é tudo isso e muito mais. A vila de pescadores é real, mas a boa gastronomia e pousadas aconchegantes deixaram para traz a pouca estrutura de antigamente e hoje pode receber bem os turistas mais exigentes que querem o contato com a natureza, sem esquecer da tranquilidade do ar-condicionado com um bom controle remoto da TV de Plasma.

Mangue Seco fica no município de Jandaira (BA), último povoado da Linha Verde, no extremo norte do litoral baiano, na divisa com Sergipe. A margem do rio Real de um lado, do outro lado as praias do Atlântico, entrecortado por dunas que se movimentam ao soprar do vento.

Rusticidade e contato com a natureza

Ao chegar no povoado, esqueça do correr das horas. Nada de pressa. Deixe o clima fluir tranquilamente e curta os inúmeros personagens que povoam o imaginário da localidade: a Tieta do Agreste, o Bafo de Bode, Perpétua, a Mulher de Branco, pode até preferir os mitológicos lobisomem, mula sem cabeça, fogo corredor ou um lendário boto que sai das águas em forma de homem para afugentar a comunidade ou, nem tanto assim, as mulheres solteiras.

Igrejinha ao centro do povoado

Caminhar pelas poucas ruas de areia do povoado é sentir o tempo passar bem devagar. Em tempos de romance de Jorge Amado o vilarejo não possuía energia elétrica e muito menos água potável. Quarenta anos depois muita coisa mudou, mas a localidade mantém a rusticidade, com casinhas envoltas de uma igreja, um cruzeiro e ruas de areia.Simples e bons restaurantes aportaram por lá, em conjunto com opções de hostel, pousadas e um bom hotel em frente da pracinha principal. Lojinhas de artesanato dão um tom turístico.

Recentemente Mangue Seco ganhou um calçadão margeando o rio Real, onde espalham-se as pousadas, bares, restaurantes e casas de pescadores, criando uma boa estrutura de apoio para os turistas.

Por do sol é cartão postal

O transporte principal da vila são os bugres que levam turistas para conhecer as dunas e a região de praia. Também há embarcações confortáveis, a exemplo de veleiros com capacidade para mais de 40 pessoas, ou lanchas para seis pessoas, que fazem os passeios às ilhotas da região. Não deixe de banhar-se na Ilha da Sogra, em terras sergipanas.

Também não deixe de ir até o ponto mais alto da povoação, onde se tem a vista da ponta do Mangue Seco, da praia do Saco, ao longe, a ponte Gilberto Amado, também ao longe. Lá embaixo, o povoado quase que encoberto pelas dunas.

A preguiça vai tomar conta do corpo depois de curtir um verdadeiro SPA natural nas piscinas naturais. O pôr do sol já vai aportando no horizonte, com sabor de despedida. Que nada, no anoitecer dormir e acorda com a bela vista do povoado é só o convite para mais um passeio.

Dicas de viagem

  • Os preços praticados pelas hospedagens na localidade variam de acordo com a acomodação. A pousada Fantasia do Agreste é a que apresenta mais estrutura, com quartos amplos e confortáveis, varanda com vista para uma área social. O restaurante serve desde o café da manhã, almoço e jantar. As poções são fartas e variam de R$ 40 a 90, a depender do gosto. Consulte os preços das diárias através do telefone 75 3445-9070 ou 3445-9011.

  • vilarejo encrustado entre dunas

    A população não ultrapassa 200 habitantes. Mangue Seco fica a 242 km de Salvador através da Linha Verde. No entanto, a forma mais prática de se chegar é via Sergipe através do Pontal.

  • No Pontal, há embarcações que fazem linha Pontal-Mangue Seco pelo preço de R$ 5, por pessoa, nos finais de semana quando há bastante movimento. Caso não tenha movimento, o barqueiro cobra R$ 50 para três pessoas, ou seja, R$ 100 para ir e voltar, com horário agendado. Há também lanchas para seis pessoas, com preço a combinar.

  • Rio Real disponibiliza bons passeios

    Os estacionamentos do Pontal cobram a diária de R$ 10, por automóvel. Consulte para pernoitar.

  • Com a inauguração em 2010 da Ponte Joel Silveira, que atravessa o rio Vaza-Barris, pode-se seguir as praias via litoral Sul de Sergipe, seguindo-se a estrada até o Porto da Nangola onde tem a ponte Gilberto Amado. No povoado do Porto do Mato é possível fazer a travessia do rio Real. Os preços combinados com o barqueiro no píer são os mesmos praticados em Pontal. Vale a pena pechinchar.

  • Cocadas da Fátima

    Pelas ruas de Mangue Seco
    Nozes tour é empresa de receptivo

    Há também travessias para Mangue Seco partindo de Terra Caída, à direita de quem vai no sentido Aracaju- Bahia. Não deixe de provar as empadinhas do bar e restaurante Frutos do Mar, no cais do povoado.

  • Na praia do Saco, em Estância, há bate e volta partindo da localidade com passeio pela Ilha da Sogra e Mangue Seco. As lanchas cobram cerca de R$ 160, para quatro pessoas.

Gastroterapia

O catado de aratu cozido na palha da bananeira e as cocadas são bem apreciados por quem visita o litoral sul de Sergipe. As doceiras fazem cocadas à base de castanha de caju, de amendoim, a tradicional de coco branco e até de goiaba e de doce de leite. Fátima é uma delas é vende as guloseimas nas praias do sul de Sergipe e em Mangue Seco. As cocadas brancas com raspa de coco e coco queimado são bem tradicionais. Não pense na dieta ao apreciá-las.Com certeza o bom mesmo é comer sem culpa, apreciando cada raspinha do coco. Cada cocada custa R$ 5 ou três por R$ 12. Os catados custam R$ 5.

Ilha da Sogra, em Sergipe
Piscinas naturais na Ilha da Sogra

Fotos: Silvio Oliveira

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