Marlene Dietrich inspirando as tropas

Andreza Maynard

Doutora em História

Pós-doutoranda em História pela UFRPE

Bolsista CNPq/FAPITEC em modalidade DCR

Membro do GET/UFS/CNPq

Trabalho apoiado pelo projeto "Quando a Guerra chegou ao Brasil: Ataques submarinos e memórias nos mares de Sergipe e Bahia (1942-1945)", Edital Universal CNPq 2014.

Os astros do cinema sempre estabeleceram padrões. Os profissionais que trabalham no ramo cinematográfico têm noção de que um filme, ou ator de sucesso, é capaz de estabelecer um forte impacto sobre sociedades inteiras. Esse poder de persuasão foi explorado com eficiência durante a Segunda Guerra Mundial. A atriz Marlene Dietrich chegou a se apresentar ao vivo para os soldados Aliados no front de guerra.

Marlene Dietrich nasceu em 1901, na Alemanha. Ela fez sucesso com as produções cinematográficas alemãs dos anos 1920. E graças ao filme “O anjo azul”, a atriz foi convidada para assinar um contrato com a Paramount. A produtora norte-americana já era à época, uma das maiores do ramo nos Estados Unidos. Marlene Dietrich passa a viver em solo americano, onde segue fazendo filmes no papel de mulher fatal. Os títulos de algumas produções por si só já sugerem o teor dos filmes: “Blonde Venus” (1932), “The Devil is a Woman” (1934-35), “Desire” (1935-36). A atriz ficou conhecida mundialmente por suas longas pernas, sua voz rouca e seu poder de sedução.

Apesar de o governo nazista desprezar a atriz pelos papeis que ela havia interpretado enquanto estava na Alemanha, como “mulher da vida”, houve uma tentativa de fazê-la retornar. No entanto Marlene Dietrich preferiu permanecer nos Estados Unidos. E mais que isto, ele obteve a cidadania norte-americana em 1939, colocando-se como ferrenha opositora ao Terceiro Reich.

O sucesso de Marlene Dietrich em Hollywood a projeta mundialmente. A atriz era admirada por fãs de várias nacionalidades nas décadas de 1930 e 1940. Ciente do seu poder de persuasão e querendo contribuir com o esforço de guerra dos Aliados, Marlene Dietrich se dirige para a frente americana no norte da África, compartilhando da vida dos combatentes. De lá segue para a Itália, França, Bélgica e Alemanha. Ela se apresentou pela primeira vez no dia 11 de abril de 1944 no Ópera de Argel. Vestida com sua “roupa nua”, com lantejoulas, Marlene causou um motim no grupo de 2 mil soldados para o qual apareceu. Não havia muitas estrelas na frente de batalha e Marlene Dietrich foi apontada como a de maior fama e beleza.

Como toda atriz de sucesso, a vida pessoal de Marlene Dietrich era frequentemente abordada pelas revistas de fofoca. A agitada experiência amorosa da atriz deu margem para que logo depois da guerra um repórter, inconvenientemente, lhe perguntasse se o general Eisenhower (que comandava as tropas estadunidenses no norte da África e mais tarde na Europa Ocidental) havia sido um dos seus amantes. Ao que ela responde: “Como seria possível? Ele nunca estava na frente de batalha!”.

Marlene Dietrich seguiu fazendo filmes até o início da década de 1980. Ela ficou conhecida como uma das mulheres mais belas e sedutoras da história do cinema mundial. A atriz faleceu em 1992, em Paris. Sete anos depois ela recebeu uma homenagem do American Film Institute. Marlene Dietrich foi nomeada a 9ª maior estrela feminina de todos os tempos.

Obs. Para saber mais sobre a trajetória da atriz, recomendo o site http://www.marlene.com/cinema.html

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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