A matéria publicada pela revista “Veja” desta semana, sob o título “Micareta Picareta”, teve suas vendas esgotadas, em Sergipe, minutos após chegar às bancas, na noite de domingo. Na sexta-feira, entretanto, a matéria já era de conhecimento de segmentos importantes da política no estado. O próprio Marcelo Déda (PT), personagem principal da reportagem, tomou conhecimento na sexta-feira, pois no sábado a “Folha de S. Paulo” já publicava uma resposta sua à “Veja”. Marcelo foi encontrado pelo reporte do jornal paulista no interior, onde fazia campanha, e reagiu sobre o suposto faturamento de shows em Aracaju: “a reportagem faz ilações caluniosas e inaceitáveis”. Garantiu que “os contratos feitos serão disponibilizados à imprensa para checagem”. Marcelo Déda disse ainda à “Folha” que é tradição promover eventos para comemorar datas cívicas e inauguração de obras socialmente importantes: “não vejo irregularidades nisso. Não admito ilação”. Sobre o assunto a “Folha” dá uma última informação: “até o encerramento dos trabalhos, os documento não foram enviados”. Ontem à tarde, a Prefeitura de Aracaju se apressou em distribuir uma nota, anunciando que “tão logo foi solicitado, a Prefeitura colocou inteiramente à disposição do Tribunal de Contas do Estado toda documentação pertinente aos contratos celebrados pelo município e, do mesmo modo, tem colaborado e facilitado as atividades da auditoria realizada por aquele Tribunal”. Disse que “à Prefeitura de Aracaju competiu pagar às empresas o valor do show contratado. Em nenhum momento a Prefeitura interferiu ou se responsabilizou pelas despesas descritas anteriormente, pois isto estava sob a competência de empresas. Elas foram contratadas para prestar um serviço, prestaram e foram pagas. Os detalhes de produção ficaram por conta de cada uma”. A nota diz ainda que “além disso, deplora que tal assunto esteja sendo usado politicamente com fins eleitorais e a intenção manifesta de desgastar a imagem da administração municipal e do ex-prefeito Marcelo Deda. É indiscutível o tom panfletário e maldoso que ‘Veja’ dá à matéria, o que revela um afastamento completo do que é o bom jornalismo. Prova disso é que construiu a matéria de forma unilateral, negando-se ao elementar dever jornalístico de ouvir as partes, pois nem o atual prefeito, nem o ex-prefeito foram ouvidos”. O deputado federal João Fontes acha que a resposta oferecida pelo ex-prefeito Marcelo Déda em um programa de rádio, não convence em relação à estrutura para o espetáculo, que justifica como sendo responsável pelo total faturado: “para isso tem que ser feito concorrência e não se pode usar empresas que sequer tenham endereço”. Para Fontes, não se justifica que a Secretaria Municipal da Saúde esteja pagando festas e considera que na realidade a Prefeitura não está pagando nada, “quem paga é o povo, que teria melhor assistência médica se esse dinheiro fosse aplicado em remédios”. O senador Almeida Lima (PMDB) sorriu muito, ontem, ao ver o senador Valadares (PSB) se inscrever às pressas, para falar depois dele, que era o ultimo orador, porque pensava que o tema do discurso seria a reportagem de “Veja”. Como não foi, improvisou um tema e colocou a homenagem ao ex-senador José Eduardo Dutra (PT), por ter recebido um titulo de Cidadão Estanciano. Antes de viajar a Brasília, o senador Valadares, que tem um perfil de credibilidade, gravou uma pequena inserção para a TV e mostrou-se indignado com o pagamento de matérias na imprensa local e nacional. No expediente de revista está bem claro o aviso: “Veja não admite publicidade redacional”. Ainda esta semana, provavelmente amanhã, o senador Almeida Lima vai fazer um pronunciamento sobre a matéria de “Veja” e a reportagem publicada pela semanário “Cinform” há duas semanas. Leva para a tribuna documentos que já lhe foram enviados pelo Tribunal de Contas do Estado. Anuncia que será forte. Na realidade faltam alguns esclarecimentos, como, por exemplo, o nome das empresas que contratou, na área de produção cultural, “que se apresentaram aptas”, como diz a nota da Prefeitura. FORROZÃO Também foi uma festa política, o Forrozão da TV-Sergipe. No camarote da empresa promotora estavam Marcelo Déda, senador Valadares, Jackson Barreto e Albano Franco. Depois chegou o governador João Alves Filho (PFL) e comitiva. Foram recebidos também pela direção da TV-Sergipe, inclusive Albano Franco. CUMPRIMENTOS João Alves tirou fotos com Albano e demais diretores da TV-Sergipe e se cumprimentaram naturalmente. Foi uma festa ecumênica. O governador também se dirigiu a Marcelo Déda (PT) e ao senador Valadares (PSB) e apertaram-se as mãos socialmente. O clima era de cordialidade. JACKSON O deputado Jackson Barreto (PDT) quando viu João Alves deu-lhe as costas e ficou de frente para o povão. Evitava cumprimentá-lo. Alguém lhe tocou no ombro, e sem olhar Jackson esperneou: ”não falo! Não falo”! Era o deputado Fabiano Oliveira que queria conversar com ele. GRAVE O deputado João Fontes (PDT) considerou “extremamente grave” a matéria publicada na “Veja” desta semana, sob o titulo “Micareta Picareta”. Fontes considerou o que o ex-prefeito Marcelo Déda (PT) disse nas rádios “explicações evasivas, que não convencem a ninguém”. CONTRIBUINTE João Fontes conversou com o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PCdoB) e lhe disse que como contribuinte “eu me sinto extremamente indignado”. Edvaldo respondeu para o deputado que a Prefeitura vai comprovar que os pagamentos foram feitos de forma correta. EXPLICAR Fontes insiste que o ex-prefeito Marcelo Déda tem que explicar à sociedade porque a Secretaria da Saúde do Município pagou shows, “quando a saúde do povo não vai bem”. Atribuiu os gastos às más companhias políticas que acompanham Marcelo Déda e que tiveram atitude idêntica no passado. ESCLARECE O deputado Fabiano Oliveira (PSDB) tira o seu da reta nesse caso e explica corretamente que o Pré-Caju não tem o patrocínio da Prefeitura de Aracaju. Diz que o Pré-Caju tem patrocínios de várias entidades, inclusive públicas e privadas. Acha que a revista confundiu com o Forró-Caju. EXPLICOU O ex-prefeito Marcelo Déda (PT) já explicou que o cachê de Daniel tenha sido R$ 112 mil. Mas espetáculo todo tem outro preço e foi o que a Prefeitura apresentou. “Foram 40 pessoas com passagem e hospedagem, além do transporte do material para o espetáculo e diárias dos músicos. É preciso que se compatibilize tudo isso”, disse. ELEIÇÃO Marcelo Déda também disse que tudo isso “é a velha e boa eleição”, lembrando que fez shows do mesmo porte, mas ninguém questionou. Lembrou que um show de João Bosco e o violão é cobrado apenas o cantor, “mas para trazer Roberto Carlos é R$ 500 mil entre cachê, músicos, técnicos e passagens”. HELENO O deputado federal Heleno Silva (PL) amanheceu ontem em Brasília. Foi ver a questão do nome que fora publicado como envolvido na Operação Sanguessuga. Chegou lá confirmou que se tratava do deputado Dr. Heleno (PSC-RJ) e se nome fora publicado por um colunista de forma equivocada. ALMEIDA O senador Almeida Lima (PMDB) criticou a entrevista concedida por Silvinho Pereira a “O Globo”, e considerou as revelações uma farsa. Almeida cobrou o nome de uma pessoas “quem nem o Duda Mendonça teve coragem de revelar”, como anunciou “O Globo”, em uma chamada para a matéria no dia anterior. VALADARES O senador Valadares (PSB) anunciou ontem que José Eduardo Dutra fora agraciado com o titulo de Cidadão Estanciano e estavam lá Marcelo Déda (PT) e Albano Franco (PSDB). O senador Heráclito Fortes (PFL) o aparteou: “o senhor deve ter errado, Albano Franco não deveria estar lá”. Valadares reafirmou: “estava sim, senador. Estava sim”. DEFESA O senador Valadares apressou-se a se inscrever para falar em plenário, após o senador Almeida Lima, que já era o último a fazer pronunciamento no Senado. Foi que Almeida Lima falaria na matéria de “Veja” sobre Marcelo Déda e iria defendê-lo. Conseguiu outro assunto ao ver que Almeida se referiu a “O Globo”. Notas SEGURO A deputada estadual Susana Azevedo (PSC) é favorável ao projeto de Lei da Câmara Federal, que tramita no Senado, propondo que o empregado doméstico tenha direito a receber o seguro-desemprego, em caso de demissão sem justa causa, mesmo sem o empregador depositar o FGTS. O projeto, que não vai gerar nenhum ônus para o patrão, corrigirá uma grande injustiça social e reduzirá a informalidade nesse segmento de trabalho. Isso vai beneficiar o trabalhador doméstico. GILTON-1 O advogado Gilton Garcia foi escolhido para fazer a defesa do ex-deputado Antônio Francisco e de seu filho Junior perante o Tribunal do Júri. Gilton foi escolhido após a renuncia do seu colega José Cláudio dos Santos, que reassume cargo em Brasília para cumprir tempo de aposentadoria. Antônio Francisco e o filho Junior são acusados de arquitetar o assassinato do ex-deputado Joaldo Barbosa, dois dias antes de assumir a Assembléia. Como suplente, Antônio Francisco assumiu e foi cassado. GILTON-2 É fogo O presidente Nacional do PSDB, Tasso Jereissati (CE) quer que o seu partido em Sergipe faça uma composição oficial com o PFL. Tasso Jereissati acha incompatível , mesmo considerando as questões estaduais, que Albano Franco faça aliança com Marcelo Déda (PT). A reunião dos membros do PSDB em Sergipe com o presidenciável tucano Geraldo Alckmin ficou para hoje. A deputada Susana Azevedo (PSC) tem trabalhado muito em sua campanha e viaja por todo o interior do estado. Susana é dos poucos candidatos em que pinga uma boa quantidade de votos em todos os municípios, apesar de que sua base é Aracaju. O prefeito de Riachão dos Dantas, que tinha compromissos com o deputado Luiz Mittidieri (PSDB), resolveu votar no presidente da Câmara, José Ramos da Silva (Zeca). O governador João Alves Filho (PFL) tem almoçado- e até jantado – com estudantes. Reúne 500 de cada vez. O ex-prefeito de Pirambu, André Moura (PSC) viajou ontem para o alto sertão, onde conversa com lideranças políticas. O governador João Alves Filho participou dos 152 anos de emancipação política de Maruim e anunciou várias obras para aquela cidade. A Justiça determinou que o McDonald`s conceda tiquete-refeição a funcionários porque considera que os lanches produzidos pela rede faz food não têm o valor de uma refeição. O presidente da Anfavea, Rogelio Golfarb, disse que a desaceleração nas exportações continua preocupando de veículos. Depois de dobrar seu lucro líquido no primeiro trimestre de 2006, para R$ 111,2 milhões, a TAM pretende aumentar a frota este ano. brayner@infonet.com.br
A escolha de Gilton Garcia pela família do ex-deputado Antônio Francisco ocorreu pela sua experiência. Na década de 70, ele fez uma defesa que se tornou histórica em Sergipe: provou a inocência do ex-deputado Chico de Miguel, acusado de ter participado do assassinato de ex-deputado Manoel Teles.
Gilton, ao lado do advogado Eurico Rezende, então senador pelo estado do Espírito Santo, produziu uma peça de defesa que acabou impressionando os jurados, resultando na absolvição de “Chico de Miguel”.
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