Hoje, mais do que ontem, mais se ouve ser preciso proteger o meio ambiente, mas será que a conscientização do homem, o devastador da natureza, cresce na medida necessária para garantir a vida no planeta Terra, amanhã? Discursos e ações são completamente inúteis se a mensagem não chegar à sua casa, a seus vizinhos ou mesmo a pessoas que você não conhece, porque, assim sendo, a palavra Ecologia, que tem a ver com a idéia de cuidados “caseiros” com a natureza, nunca encontrará vida, nem chamará atenção. À medida que cada um de nós se conscientizar que sem sair de casa podemos ajudar a proteger o meio ambiente, economizando água e energia elétrica, menos difícil será reverter a situação atual. Devemos evitar o desperdício. Com referência à água, a OMS (Organização Mundial de Saúde) garante que com apenas 83 litros diários é possível uma pessoa ter vida saudável e com referência ao consumo de energia elétrica, nós, brasileiros, nos lembramos de experiência e da participação durante a crise do apagão, de junho de 2001 a março de 2002. Se individualmente é problemático, imaginem o problema para os países sub-desenvolvidos e em desenvolvimento. Se hoje existem problemas com o meio ambiente, que põem em risco o futuro do homem na terra é porque ontem os países, hoje desenvolvidos, praticaram todas as ações que hoje pregam para os países sub-desenvolvidos e em desenvolvimento não praticarem. No caso do Brasil, por exemplo, que detém 11% da água doce disponível, 20% das espécies vivas do planeta e a maior floresta tropical, necessita desenvolver ações que, ontem, os paises desenvolvidos livremente praticaram e que, hoje, pela conscientização dos problemas que causam ao meio ambiente, tem que desenvolver uma sustentabilidade ética, que de acordo com a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, é a palavra-chave para o desenvolvimento sustentável. Isto tem um custo. Custo este, que se os países desenvolvidos realmente desejassem numa distribuição eqüitativa de direitos e deveres entre os países do mundo para proteger o meio ambiente, deveriam indenizar o Brasil e os outros países na mesma situação, por este custo adicional para garantir que amanhã a vida exista no planeta terra. Edmir Pelli é aposentado da Eletrosul e articulista desde 2000 edmir@infonet.com.br