Segundo Peter Nadas, presidente da Fundação Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (Fides), o conceito de moral significa “a ordenação dos nossos valores”. Ou seja, o que é realmente mais importante para mim? Quais são as idéias que conduzem a minha vida? E, qual é o sentido que dou a minha vida? O que considero como positivo e o que poderia dizer que é negativo para mim? Com base nessas escolhas que distinção posso fazer entre o bem e o mal? Portanto, a partir dessas definições ou escolhas posso ter os fatores determinantes para a minha verdadeira busca da felicidade. E isso é importante porque à medida que conseguimos estabelecer os nossos valores (pessoais e organizacionais) e conseguimos pautar as nossas vidas em relação a eles, como conseqüência, começamos a sentir um clima de felicidade em nós mesmos e à nossa volta. Assim sendo, a moral é resultante da ordenação dos valores que escolhemos e, conseqüentemente que irão nos ajudar a orientar as nossas escolhas e aos posicionamentos que assumimos em função das decisões que tomamos à cada momento em nossas vidas. Logo, a maneira como pautamos e direcionamos as nossas vidas está diretamente relacionada com os valores que escolhemos para orientá-la e, conseqüentemente, esses valores irão ter um papel fundamental na sociedade como um todo. Todavia, no momento atual em que vivemos percebemos que os conceitos de moral, valores e ética, os quais por sua vez deveriam estar sendo exemplarmente assumidos por aqueles que dão exemplo, são justamente os que justamente estão jogando tudo pelo ralo. Mais parece que estamos vivendo uma das mais negras e duvidosas situações da história do Brasil que vem sendo povoada há décadas de histórias mirabolantes, e a cada instante percebemos que existem pessoas que conseguem tornar a fantasia, a mais absurda ficção, o inusitado… A mais pura realidade. Vivemos atualmente um momento que mais parece um filme de terror. Se por um lado “hollywodianas” batidas em grandes empresas estão acontecendo por conta de sonegação fiscal, do outro lado da história instituições que ao nosso ver se diziam imbatíveis no que concerne à sua sinceridade, ética, respeito e prudência, estão mostrando que os seus ídolos têm também horrorosos pés de barro. Com isso, ou melhor, como resultado disso, estamos percebendo que caminhamos para um pântano de escândalos que infelizmente não era difícil de prever. O ditado popular sempre é sábio e prudente: “Dize-me com quem andas, que te direi quem és…”. Continua vivo e valendo. Quem sobreviver, saberá o resultado.
Na verdade o fato é que, consciente ou inconscientemente, vivemos as nossas vidas fazendo a todo instante um contínuo chamamento dos nossos valores para qualquer decisão que tomamos. Por exemplo, ao acordar pela manhã sinto-me preguiçoso e cansado e resolvo ficar em casa e, portanto, não trabalhar, assim agindo estou mesmo inconscientemente colocando em cheque a minha escala de valores. E, quando isso acontece, sentimos que estamos burlando alguma coisa e muitas vezes voltamos atrás e resolvemos rapidamente ir trabalhar. Ou seja, de maneira praticamente inconsciente fizemos uma seleção e avaliação de valores e constatamos que o mais “honesto” seria ir trabalhar, ao invés de ficar em casa dormitando…
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