Morre o ex-governador João Alves Filho

Diante do estado de saúde do ex-Prefeito e ex-governador João Aves Filho, Sergipe recebeu hoje, logo cedo, a notícia da morte de Joao Alves Filho, 79 anos de idade e uma das figuras políticas mais importantes que este Estado já teve. Desde que o seu estado de saúde se agravou, vitimado pelo Mal de Alzheimer, sua mulher, d. Maria do Carmo Alves; senadora da República já por três mandatos, o levou para morar consigo em Brasília, Capital da República. Muito raramente vinha a Aracaju rever os amigos, mas, apesar a doença, parecia se lembrar de todos. Dr. João Alves legou ao Estado uma das mais importantes obras já feitas por um político, no exercício de Prefeito ou Governador do Estado. Dificilmente outro chefe de governo fará tanto por uma cidade, como João Alves Filho fez por Aracaju.

A sua última grande obra foi a ponte Aracaju/Barra dos Coqueiros, um velho sonho do aracajuano, tornado realidade por João quando Governador. Foi Ministro do Interior no Governo do Presidente José Sarney, mas nunca quis se candidatar a Senador ou Deputado Federal porque não queria morar nos cafundós de Brasília. Preferia continuar vivendo em Aracaju onde conhecida “todo mundo” e era cumprimentado, até com referência, por todos.

Mal teve tempo de terminar o seu governo, já acometido pelo Alzheimer. Embora com o sacrifício de sua saída, foi, porém, até o fim do governo. Depois, acompanhou à mulher para ir morar em Brasília, aonde nos últimos dias seu mal foi agravado pela Covid-19. O povo sergipano ficava ávido por notícias dele. Até que a Senador Maria do Carmo tranquilizou os sergipanos: ele seria sepultado aqui na capital. Na impossibilidade de trazê-lo para Aracaju, chegou a anunciar que seria cremado em Brasília e suas cinzas trazidas para o Estado para a última homenagem dos sergipanos.

Fã ardoroso dos chamados “filmes de cowboys””, não raro se podia vê-lo numa sala de cinemas, onde as vezes se retirava mais cedo, para evitar o assédio do público nos primeiros anos de vida pública, boa parte dos discursos que pronunciava era redigido pelo jornalista Raymundo Luis, que era tratado por ele como “Dr. Patrão”. Quando acompanhava procissões, seus assessores eram instruídos que não permitissem que populares chegassem perto dele, atrapalhando sua concentração. Os filmes “de cowboy” eram assistidos preferencialmente no antigo Cinema Rio Branco que o sr. Juca Barreto reservava sempre um lugar para ele na sala de projeção. Ao sair da exibição, cumprimentava e agradecia a todos pela gentileza.

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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