Já virou uma coisa natural qualquer governador de Estado fazer mudanças no seu terceiro ano de Governo. Principalmente depois que se instituiu a reeleição, quando quem está à frente do comando do estado faz um ajuste na maquina. Aperta um parafuso aqui, muda uma tarraqueta, troca a escapoleta e faz com que haja uma maior agilidade administrativa e política na conjuntura de governo. Evidente que a antecipação dessa mudança, provocada por um problema da própria peça, pode afetar a estrutura montada para suportar um arranque mais potente. Precisa de habilidade do comando para que não haja um acidente de percurso. Controlado os primeiros balanços, naturais em uma nova peça, tudo retorna à normalidade e o estado tem que continuar mantendo um ritmo tolerável de viagem rumo aos objetivos traçados. Mudar realmente é uma necessidade, mas até o momento poucos auxiliares é que têm pedido para sair, sempre alegando o já conhecido “motivos pessoais e particulares”.
Evidente que todas as vezes que sai uma peça importante, se cria um clima de insatisfação e geralmente se aproveita para toda espécie de elucubração. Entretanto, desde junho que o governador João Alves Filho já havia falado que faria mudanças na equipe de trabalho, por necessidade de azeitamento da máquina. Em uma certa reunião que realizou com os seus auxiliares, o governador reclamou que alguns deles não estavam acompanhando o ritmo do processo administrativo e não vestia a camisa do time para o qual jogava. Certa feita o deputado federal José Carlos Machado (PFL) reclamou dessa morosidade de segmentos do secretariado e foi muito mal interpretado. Machado chegou a essa evidência quando ouviu o pronunciamento do governador João Alves Filho na abertura dos trabalhos legislativos do meio do ano: “se os secretários tivessem a metade da euforia de João Alves para com o estado, o governo seria outro”, observou o parlamentar e tinha razão.
Ontem pela manhã, duas figuras importantes do staff do governo confirmaram a reformulação no aparelho administrativo. Mas serão mudanças simples, essenciais, sem que altere o perfil do modelo adotado. O que existe, na verdade, é que alguns auxiliares ainda não entenderam que é preciso se empenhar para mudar os rumos do estado. Não para dá continuidade a uma administração lenta, corriqueira e sem entusiasmo, mas para levar resultados, exclusivamente à comunidade. Não se governa para um bloco. Governa-se para o povo. Evidente que esse processo de reforma terá um tempero que dê maior sabor ao lado político que o governo pretende exercitar com mais freqüência a partir do próximo ano, já que se prepara para uma disputa eleitoral em 2006, quando tentará a reeleição. Manter um ritmo de cágado em um trabalho que precisa chegar à frente, não parece uma boa estratégia a quem pretende chegar mais longe, com possibilidades de enfrentar uma Ferrari, que está com o motor esquentado pelo resultado da última corrida eleitoral.
A mudança será em pontos que já estão identificados, mas que só deve ser anunciada em janeiro ou depois do carnaval, quando realmente se dá início ao trabalho para os próximos dois anos. Geralmente os governos não fazem grandes alterações em dezembro. Preferem deixar passar as confraternizações das festas de final de ano, para definir uma meta de ação que chegue a um objetivo previamente definido. Embora todos recusem tratar sobre sucessão estadual, o próximo ano será de trabalho intenso para que se tenha um volume maior de serviços a mostrar em meados de 2006. Será assim em todos os lados, porque hoje se convive com um eleitorado mais exigente, jovem e que tem uma visão mais avançada de um processo eleitoral. Lógico que é também em função desse novo perfil do eleitorado que deve mudar setores de uma equipe que ainda não acordaram para essa nova realidade e ainda acredita num sistema político setorizado e tristemente “acabrestado”.
Lógico que há segmentos que estão percebendo isso e mostrando que é preciso mudar caso queira se manter onde está.
CASSAÇÃO
O juiz da comarca de Capela, Rômulo Dantas Brandão, cassou os votos do candidato eleito daquela cidade, Manoel Messias, o Sukita, alegando abuso do poder econômico.
Pelo Código Eleitoral terá que ser realizada uma nova eleição, porque os dois candidatos derrotados não somaram 50% dos votos. Sukita vai recorrer da decisão.
AJUSTE
A senadora Maria do Carmo Alves (PFL) reafirmou, ontem, que o governador João Alves Filho (PFL) vai fazer ajustes na máquina administrativa.
Garantiu, entretanto, que não há um percentual para o ajuste. Admitiu que “será simples”, apenas para uma melhor movimentação da equipe.
SENADO
Maria do Carmo revelou que deve assumir o Senado dentro de mais algumas semanas, porque tem muito trabalho a concluir na Secretaria de Combate à Pobreza.
Adiantou, entretanto, que não ficará em Brasília até 2006. Tirar nova licença para continuar à frente da Pasta que hoje administra.
CONFIRMA
O advogado Antônio João confirmou a demissão da Procuradoria Geral do Estado, acrescentando que vai trabalhar mais livre com o governador João Alves Filho.
Disse que foi uma experiência muito boa, porque conviveu com o contraditório. A partir de agora retorna à advocacia. Segunda-feira sai o nome e posse do novo procurador.
DENUNCIA
Desde o Governo anterior que uma empresa pertencente a um secretário da atual administração, trabalha com uma ONG no treinamento de pessoas.
Do Governo anterior faturou R$ 1 milhão. O cidadão deixou o Governo para assumir uma Pasta e a empresa tem à frente um seu parente, que está faturando alto.
PRONAF
O secretário executivo do Pronaf em Sergipe, Sérgio Santana, disse que os prefeitos não se movimentaram para pagar a contrapartida do Seguro Safra.
Em Monte Alegre, por exemplo, a Prefeitura não pagou os R$ 16 mil da contrapartida do seguro safra, e os agricultores deixaram de receber R$ 550 mil referentes ao seguro.
JANTAR
O senador José Almeida Lima (PDT) teve um jantar reservado com o ex-prefeito de Lagarto, Jerônimo Reis (PTB), em Brasília.
Relatou o seu trabalho para a formação de um novo grupo político em Sergipe e reafirmou que sua filiação no PSDB é questão de tempo.
RECLAMAÇÃO
Um prefeito de interior, que estava em Brasília, reclamou que o prefeito de Aracaju, Marcelo Déda (PT), “colocou sapatos altos e não fala com ninguém”.
Queixou-se que procurou Déda em Brasília e não foi atendido: “se ele pensa porque foi reeleito em Aracaju vai ser governador, está enganado. Uma eleição não se repete”, disse.
RESPEITO
A assessoria do prefeito Marcelo Déda disse que ele tem tratado a todos com educação, elegância e respeito político.
Admitiu que as declarações do prefeito foram um gesto natural de quem está tentando resolver problemas urgentes dos seus municípios.
MANDATO
O prefeito Marcelo Déda tem dito que está pronto para assumir o segundo mandato e dar continuidade ao seu trabalho à frente da Prefeitura de Aracaju.
Segundo ainda sua assessoria, as discussões sobre as eleições de 2006 ainda não estão na mesa. Déda tem ouvido os aliados e vai tratá-los sempre assim.
JOÃO ALVES
O governador João Alves Filho participou, ontem, da reunião de governadores do Nordeste em São Luiz do Maranhão. Pegou carona no jatinho do governador da Bahia.
Por volta das 15 horas o governador retornou a Sergipe e participou da inauguração dos fóruns integrados.
MACHADO
O deputado federal José Carlos Machado (PFL), coordenador da bancada federal par as emendas do orçamento, avisou ontem que “já fechou tudo” em relação a Sergipe.
Acrescentou, entretanto, que falta apenas alguns ajustes políticos que já estão sendo sanados. Um deles refere-se à ponte Aracaju/Barra dos Coqueiros.
INTERESSES
José Carlos Machado disse, também, que todos os parlamentares colocaram os interesses de Sergipe acima de qualquer coisa.
Admitiu que nunca viu coisa tão fácil como coordenar a bancada de Sergipe. O deputado só retorna a Aracaju na próxima terça-feira.
CLEONÂNCIO
O deputado federal Cleonâncio Fonseca (PP), que se submeteu a uma cirurgia cardíaca, está bem. Hoje ele deixa a UTI e vai para o apartamento.
Ontem Cleonâncio conversou com o irmão Venâncio Fonseca e já procurou informação da política de Sergipe. Ele está no Hospital São Luiz, em Brasília.
Notas
COMITÊ
Duas ações civis públicas tramitam na 3ª Vara da Justiça Federal contra a permanência do projeto de transposição das águas do Rio São Francisco, que já foi proposto pelo Governo Federal. As duas ações são de autoria dos Ministérios Públicos estadual e federal, OAB/SE, Sindisan e a advogada Jane Tereza.
Segunda-feira, às 14 horas, na Procuradoria Geral da República, haverá reunião sobre o assunto. O promotor Eduardo Matos representará o Ministério Público de Sergipe. As ações são analisadas pelo juiz Edmilson Pimenta.
AUDIÊNCIA
Dia 14 de dezembro, no Ginásio Charles Moritz, será realizada audiência pública, promovida pelo Governo Federal, pra mostrar o projeto de transposição das águas do rio São Francisco. Parlamentares sergipanos contra a transposição estão trabalhando para que o encontro não seja realizado em Aracaju.
O deputado Augusto Bezerra diz que o Governo quer executar a transposição na marra, mas vai encontrar uma força igual daqueles que não admitem o projeto de transposição do rio, sem antes trabalhar na revitalização.
BRASÍLIA
Poucos parlamentares de Sergipe permaneceram em Brasília. Ontem, segundo um assessor parlamentar, a capital federal estava vazia. Desde quarta-feira que os vôos para Sergipe, procedentes de Brasília chegam lotados e desembarcam prefeitos, deputados estaduais e federais, além de lideranças políticas.
O deputado federal José Carlos Machado permaneceu em Brasília, ainda cuidando das emendas orçamentárias, cuja apresentação vai até o dia 30. Alguns prefeitos conseguiram liberar recursos do orçamento deste ano.
É fogo
O conselheiro do Tribunal de Contas, Carlos Alberto, vai receber, terça-feira, o titulo de Cidadão de Itabaiana.
O prefeito Marcelo Déda decidiu viajar para a Holanda na próxima terça-feira. O retorno está previsto para 7 de dezembro.
A deputada Ana Lúcia (PT) desembarcou ontem à noite em Aracaju. Ela veio de Brasília onde participou da manifestação contra reformas do Governo Federal.
O desembargador Artêmio Barreto solicitou reforço policial de tropas federais, para as eleições de Lourdes, que acontece amanhã.
O grupo Maratá está pretendendo montar um empreendimento em Aracaju. É a indústria que mais cresce no estado.
O deputado federal Ivan Paixão (PPS) recebeu em seu gabinete vários prefeitos e tentou resolver problemas dos seus municípios.
O vereador Antônio Góis (PT) cobrou da Prefeitura o envio imediato do ato licitatório referente ao sistema de transporte coletivo de Aracaju.
Para Antônio Góes, a Câmara não pode aprovar nenhuma licitação que não tenha conhecimento de todos os seus itens.
A desembargadora Clara Leite Rezende tomou posse, ontem, na Academia Sergipana de Letras. A cerimônia aconteceu no auditório do Tribunal de Justiça.
O Banco Central avalia que a economia brasileira registrou “alguma” desaceleração nos últimos meses. Ainda não foi suficiente para reverter as expectativas de inflação.
O presidente da Tim Brasil, Mário César Araújo, mostrou descrença de que a companhia seja vendida para o grupo mexicano Claro.
O déficit da Previdência social chegou a R$ 22,64 bilhões nos dez primeiros meses do ano, o que representa aumento de 10,8% na comparação com o mesmo período de 2003.