L A N Ç A M E N T O Cantora: ZÉLIA DUNCAN CD: “PRÉ-PÓS-TUDO-BOSSA-BAND” Gravadora: UNIVERSAL Se, naquele trabalho, a cantora de voz potente e grave concentrou-se no seu lado de intérprete, neste ela volta a mostrar o seu trabalho de compositora que vem se diversificando: Zélia tem aberto o leque de parceiros (há alguns anos, praticamente só compunha com Christiaan Oyens) e passeado por outros ritmos que não somente o pop-rock, a mola-mestra de sua bem sucedida carreira. Porém, no bojo mesmo (tirando o lance das parcerias), não há diferenças substanciais com relação aos seus outros discos autorais, conforme querem fazer acreditar alguns. As canções ainda possuem, via de regra, uma pegada forte e os arranjos se concentram em guitarras com efeitos diversos, baterias marcantes e teclados com sons sessentistas. O fato é que Zélia merece, antes de qualquer coisa, ser louvada pela coragem de não estagnar em seu trabalho. Tem conseguido compor de forma freqüente e com elegância, demonstrando que a fonte está longe de secar. E continua cantando muito bem, dominando as notas mais altas com sabedoria e amoldando-se à emoção exigida por cada canção. Fã confessa de Itamar Assumpção (de quem já gravou algumas músicas), inseriu, no recém-lançado CD, quatro canções do compositor: a radiofônica “Vi, Não Vivi” (a primeira faixa de trabalho do disco), a interessantíssima “Tudo ou Nada”, o reggae “Dor Elegante” (palavras que Zélia tatuou em um dos braços) e a obra-prima “Milágrimas”, na qual conta com a participação especial de Anelis Assumpção (filha de Itamar). Outra participação especial é a de Frejat (do Barão Vermelho) na faixa “Mãos Atadas”, uma homenagem explícita a Cássia Eller. A canção é de autoria de Simone Saback, grande amiga de Zélia e de Cássia, ainda dos tempos em que ambas cantavam nos barezinhos de Brasília. Zélia musicou com galhardia um tema do maestro Guerra Peixe, dando origem à sensível “Diz nos meus Olhos (Inclemência)”, já devidamente incluída na trilha sonora da novela global “Alma Gêmea” como tema da malévola personagem interpretada por Flávia Alessandra. É que, segundo a própria Zélia, “os maus também amam!”. Com Moska, compôs “Não” e “Carne e Osso”, esta um dos melhores momentos do CD, ao lado da faixa-título, primeira parceria com Lenine, ambas com letras bastante interessantes. Mas a surpresa mesmo fica por conta da divertida inversão que ocorreu: Mart´nália, famosa por cantar e compor belos sambas, é parceira em “Benditas”, uma insuspeitada balada; já Lulu Santos, um roqueiro inato, pôs a melodia nos versos de “Quisera Eu”, dando vida a um dos mais belos sambas compostos ultimamente. Zélia Duncan já é um nome de ponta da nossa música. E a julgar pela garra e pelo comprometimento que vem incansavelmente demonstrando, assim permanecerá (felizmente) por muito tempo ainda… N O V I D A D E S · A banda NaurÊa foi selecionada para representar Sergipe no VI Mercado Cultural que vai acontecer de 06 a 11 de dezembro de 2005 em Salvador-BA. Um dos principais espaços para discussão de políticas públicas e privadas na área cultural no Brasil, o Mercado Cultural é uma iniciativa que dá espaço a talentos, amplia o engajamento cultural, promove trabalhos artísticos, dá visibilidade à cultura e oferece oportunidades de intercâmbio artístico-cultural, além de desenvolvimento profissional. A programação do evento compreende mostras artísticas, incluindo música, dança, teatro, artes visuais, conferências, encontros e workshops. Desde já, muito boa sorte para os nossos garotos! · E o Projeto Pixinguinha volta ao palco do Teatro Tobias Barreto. Na próxima sexta-feira, dia 05, às 21:00 horas, as atrações serão Celso Fonseca e Mart’nália, esta a grande revelação do samba atual. Com toda certeza, a filha de Martinho da Vila vai fazer ferver aquele espaço e quem não for, vai marcar a maior bobeira! · Em artigo publicado no dia 13 de julho, no website All About Jazz, o crítico Adam Baruch colocou nas alturas o CD “Grooves in the Temple”, do baixista Jorge Pescara, produzido por Arnaldo DeSouteiro e distribuído pela Tratore. Segundo Adam, que classificou o disco como excepcional, “with the technique worthy of Jaco Pastorious and the sublime feel for the groove, he is a sensation in every respect”. O álbum também alcançou o segundo lugar na lista dos discos de jazz mais executados pela rádio 92.5 KRFP FM, uma das principais emissoras dos EUA, atrás apenas de Javon Jackson (“Have You Heard”) e à frente de Tom Jobim (“Verve Collection”) e de Antônio Hart (“All We Need”)”. Pescara se apresentou recentemente com a cantora Ithamara Koorax, o tecladista José Roberto Bertrami (do Azymuth) e o baterista Haroldo Jobim no Horse”s Neck Jazz Bar, no hotel Sofitel (RJ), em temporada bastante elogiada. · Enquanto se aguarda o novo disco que deverá ser lançado até o final deste ano, já está à disposição o CD duplo resultado de compilação da obra cinematográfica de Chico Buarque. Além da canção inédita “Porque Era Ela, Porque Era Eu”, gravada para a trilha sonora do filme “A Máquina” (ainda a ser lançado), constam do repertório verdadeiras obras-primas como “Noite dos Mascarados” (com Elis Regina), “O Que Será” (com Milton Nascimento) e “Dueto” (com Zizi Possi). Imperdível! · Maria Alcina voltou aos estúdios para gravar “Sessão Extra”, música do segundo CD do cantor e compositor baiano Moisés Santana (não confundir com o também baiano Lucas Santtana). No disco (intitulado “Terra em Trânsito”), há dez inéditas e quatro regravações: “Cê Tá Pensando que Eu Sou Loki?” (de Arnaldo Baptista), “Chão da Praça” (de Moraes Moreira e Fausto Nilo), “Beira-Mar” (de Ednardo) e “O Ouro e a Madeira” (de Ederaldo Gentil). Só para lembrar, Moisés Santana integra o time de autores desconhecidos do grande público que teve música incluída no repertório do próximo disco de Gal Costa. Trata-se de “Os Dois”, canção lançada no primeiro CD do compositor. · Daniela Mercury desligou-se da Sony/BMG e, em seguida, já aprontou CD independente, o qual deverá ser lançado em outubro. Antes, porém, vai chegar às lojas o DVD “Nua Voz”, contendo o registro da participação da artista baiana no projeto “Credicard Vozes”. Nesse trabalho, gravado ao vivo no ano passado, Daniela canta sucessos da MPB e do jazz. · Depois de ter lançado dois álbuns com repertório italiano, Zizi Possi está de volta aos palcos com o show “Pra Inglês Ver e Ouvir”, que será registrado ainda este mês para posterior lançamento em CD e DVD. Acompanhada apenas por três músicos, Zizi traz para o espetáculo canções como as românticas “Do You Wanna Dance”, “Love of My Life” e “Rubby”, entre outras. · Enquanto a mineira Ana Carolina participa do DVD do gaúcho Totonho Villeroy, o baiano Davi Moraes produz o segundo CD da baiana Preta Gil. Já o pai de Davi, o excelente compositor Moraes Moreira, tem pronto um disco de inéditas e outro baiano famoso, Luiz Caldas, mal lançou o CD “Melosofia”, em que homenageia filósofos, já prepara sua volta à axé music em trabalho no qual fará uma retrospectiva de seus vinte anos de carreira. Parceiro do sergipano Lula Ribeiro em trabalhos anteriores, o compositor Pierre Aderne acaba de lançar um novo CD intitulado “Casa de Praia”. Trata-se de um trabalho simples, com arranjos concisos e acústicos, porém muito bem resolvidos e com uma sonoridade muito legal. A maioria das canções do repertório do disco são parcerias com o baixista Dadi e com o produtor Rodrigo Maranhão. As letras, em sua maioria, são diretas mas não deixam de conter sacadas inteligentes. Os maiores destaques do trabalho ficam por conta da melódica faixa-título, da bonita “Retrovisor” e da inspirada “Crush”. Um trabalho que merece ser conhecido! RUBENS LISBOA é compositor e cantorUma das artistas brasileiras que mais têm produzido ultimamente (ela é campeã de participações especiais em discos de outros intérpretes, o que comprova não só como é admirada pelos colegas, mas também o quanto é querida por eles, além de ter sido a responsável pela produção recente de ótimos CD’s), Zélia Duncan acaba de pôr nas lojas mais um disco, depois do elogiado álbum “Eu Me Transformo Em Outras”, lançado no ano passado.
C D R E C O M E N D A D O
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