R E S E N H A 1 Cantora: GLÁUCIA NASSER CD: “BEM DEMAIS” Gravadora: INDEPENDENTE Gláucia Nasser é uma bela cantora mineira que está lançando, de maneira independente, o seu segundo CD intitulado “Bem Demais”. Depois de ver o seu disco de estréia (no qual revisitava canções do bom e esquecido compositor Anísio Dias) muito bem recebido pela crítica especializada, Gláucia volta apresentando novidades. Uma delas é a assinatura do competente Sérgio de Carvalho na produção do recém-lançado álbum, o que terminou por garantir a presença de músicos de primeira qualidade, tais como: Marcelo Mariano (contrabaixo), Luiz Avelar (piano), Armando Marçal (percussão) e Jurim Moreira (bateria). Outra é a inserção, no repertório, de duas canções inéditas de Ivan Lins, ele que se tornou um admirador do canto de Gláucia: a rebuscada e bonita faixa-título (em parceria com Celso Viáfora) e a mais popular “Voa” (sobre um poema de Leda Selma). Gláucia também demonstra ter amadurecido musicalmente desde que se lançou na carreira, há seis anos atrás. Sua voz não possui grande extensão e seu timbre não pode ser encaixado no rótulo dos exóticos. Mesmo assim, a cantora cumpre a sua missão com louvor, mostrando-se segura em canções de maior envergadura como “Pretensão” (sazonal parceira de Paulinho da Viola e Carlinhos Vergueiro) e “Balanço Zona Sul” (deliciosa criação de Tito Madi), dois dos melhores momentos do CD. Há, decerto, algumas escolhas equivocadas, a exemplo da derramada “Canção Para Um Grande Amor” (de Isabela Taviani) e da bobinha “Escândalos de Luz” (do conterrâneo Affonsinho), mas nada que venha a macular incisivamente um trabalho que (dá para notar) foi feito com muito carinho e bom gosto. R E S E N H A 2 Cantor: MAX DE CASTRO CD: “BALANÇO DAS HORAS” Gravadora: TRAMA O novo CD de Max de Castro (intitulado “Balanço das Horas”) chegou recentemente ao mercado através da gravadora Trama e, embora venha recebendo críticas pesadas da imprensa especializada do eixo Rio-São Paulo (que, querendo ou não, é quem influencia o restante do Brasil), não é ruim como querem fazer parecer. Decerto que Max (que é um dos filhos do falecido cantor Wilson Simonal) foi excessivamente elogiado em seu CD de estréia e que, por isso mesmo, esperava-se que, dentro de pouco tempo, ele se tornasse uma das grandes revelações da música brasileira, o que terminou não acontecendo. Os motivos são vários, dentre eles a de que a música feita por Max não é, em geral, facilmente assimilável. Mas daí a quererem jogar no lixo o álbum recém-lançado vai um exagero inaceitável. Max mostra certa evolução como compositor popular e, trabalhando com uma banda coesa, consegue bons resultados nos arranjos apresentados. E sua voz é pequena, mas agradável. De fato, algumas canções soam mal resolvidas, porém há momentos bem interessantes. A própria faixa-título é um deles, mas convém destacar também as canções “É o Caso de Perguntar”, “Candura” e “Samba Jóia”. Bola pra frente deve ser o lema adotado por Max porque de altos e baixos se constrói a vida de todo mundo, porém talento verdadeiro (e isso ele sabe que tem) é coisa para poucos! N O V I D A D E S · Na próxima semana, estará disponível nas melhores lojas o novo CD da cantora e compositora Marina Lima. Intitulado “Lá nos Primórdios”, o disco chegará ao mercado através da multinacional EMI e trará, no repertório, algumas músicas inéditas, além das releituras de canções de autoria da própria artista já registradas em trabalhos anteriores (“Difícil” e “$ Cara”) e de um novo registro para “Dura na Queda” (de Chico Buarque). · A edição em DVD do documentário do suíço Georges Gachot sobre a carreira da cantora Maria Bethânia intitulado “Música em Perfume” já está nas lojas e vem acrescido, nos extras, de oito músicas, além de depoimentos inéditos de Chico Buarque e Miúcha. · Ano passado, o cultuado cantor Seu Jorge participou do Festival de Montreux e o registro ao vivo da apresentação deu origem ao seu segundo DVD, o qual acaba de chegar às lojas. Dentre sucessos do artista, os destaques ficam por conta das regravações do samba-rock “Coqueiro Verde” (de Roberto e Erasmo Carlos) e do samba-reggae “Depois que o Ilê Passar” (de Miltão), canção originalmente gravada por Caetano Veloso em 1987. · E para quem ficou grudado nos mistérios da recém-terminada “Belíssima”, uma ótima pedida é adquirir o CD que contém a trilha instrumental da novela global e que acaba de chegar às lojas. Um trabalho realmente muito legal composto por Sérgio Saraceni e executado pelo próprio e por Eduardo Trentin e Alex Fonseca. Todos os belos temas que pontuavam diversas cenas, conferindo-lhes a emoção adequada, estão lá. Uma excelente oportunidade para comprovar o quão se faz imprescindível uma boa sonoplastia: no momento das cenas, as músicas passam até despercebidas ao telespectador menos atento, mas ouvindo-as em separado dá para constatar como se fazem necessárias para passar o sentimento que o autor deseja. Imperdível! · A trilha sonora nacional da nova novela global das nove, a estrelada “Páginas da Vida”, vai em breve estar disponível nas melhores lojas do ramo. Dentre os artistas escolhidos para integrar o disco, estão: Ivan Lins, Adriana Calcanhotto, Luíza Possi, Maysa, Zeca Pagodinho, Francis Hime, Elba Ramalho, Nana Caymmi, Leila Pinheiro e Marisa Monte. A canção “Wave”, de Tom Jobim, que na abertura é apresentada em versão instrumental também aparece cantada por Daniel e Luíza Jobim (neto e filha do Maestro Soberano). · A cantora Jussara Silveira teve a faixa “Lá Vem a Baiana”, integrante do seu CD “Canções de Caymmi” (que foi lançado, aqui no Brasil, em 1998), escolhida para fazer parte da trilha sonora do filme “Separados pelo Casamento”, uma produção hollywoodiana estrelada por Jennifer Aniston e Vince Vaughn. Muito merecido! · Em seu segundo CD intitulado “Alfândega”, lançado de maneira independente, a cantora e compositora Denise Reis demonstra considerável amadurecimento musical. Denise é uma boa melodista, o que fica claro na maioria das faixas do disco em que divide parcerias com Renata Thurler. As melhores canções da dupla são “Luciana”, “Perseguição” e “Um Certo Azul”, bossa composta em homenagem a Tom Jobim. Já a extraordinária capacidade da artista em imitar vocalmente o som do trompete pode ser constatada nas duas ótimas regravações do álbum: as faixas “Negro Gato” (de Getúlio Cortes) e “Miss Celie’s Blues” (de Quincy Jones, Rod Temperton e Lionel Richie). · Nos bastidores musicais, comenta-se à boca miúda que Roberto Carlos planeja lançar um CD no qual fará duetos com alguns nomes já falecidos da nossa MPB, tais como Sílvio Caldas, Nélson Gonçalves e Vinícius de Moraes. Em se tratando do Rei, tudo é possível, mas enquanto a sua gravadora não confirmar o projeto, é melhor levar a coisa como simples especulação… RUBENS LISBOA é compositor e cantor
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