L A N Ç A M E N T O Cantora: NÁ OZZETTI CD: “PIANO E VOZ” Gravadora: MCD Ná Ozzetti, infelizmente, ainda não é uma intérprete conhecida pelo grande público. Porém, os mais aficcionados pela música popular brasileira já sabem que se trata de uma das cinco melhores cantoras da atualidade, de forma que um novo trabalho dela é sempre aguardado com bastante expectativa. Ná nasceu Maria Cristina Ozzetti em São Paulo e, desde cedo, conviveu com a música, posto que, na infância, estudou piano e todos os seus irmãos tocavam instrumentos. Sua carreira profissional iniciou-se com o Grupo Rumo, vindo a lançar o seu primeiro disco solo em 1988. De lá para cá, gravou mais outros quatro CD’s (“Ná”, em 1994, “Love Lee Rita” – composto só de canções de autoria de Rita Lee – em 1996, “Estopim”, em 1999, e “Show”, em 2001), tendo recebido ainda o prêmio de melhor intérprete do Festival da Música Brasileira, realizado em 2000 pela Rede Globo. Pois bem, Ná está lançando o seu mais novo trabalho, desta feita em parceria com o músico André Mehmari: o excelente disco “Piano e Voz”, o qual já se consolida como um dos melhores do ano. O CD é de uma delicadeza que beira a perfeição. A voz sublime de Ná se amolda como que por encanto aos acordes muitas vezes estranhos do excepcional piano de Mehmari e as canções terminam fluindo como se estivessem a nascer de novo naquele momento em que ambos as resgatam. Embora a maioria das músicas constantes do repertório sejam conhecidas, são nestas regravações que residem os melhores momentos do disco. É o caso da atemporal “O Ciúme”, de Caetano Veloso, na qual se ouvem acordes que a remetem a “Asa Branca” (de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) e a “Assum Branco” (de Zé Miguel Wisnik). Ou da obra-prima “Rosa”, de Pixinguinha e Otávio de Souza que, despida de qualquer disparate estilístico, se mostra inusitadamente insinuante. Ou ainda de “A Ostra e o Vento”, mais uma preciosidade da lavra do grande poeta Chico Buarque, que surge emoldurada ao tema de “Amarcord”, de Nino Rota. São sacadas assim geniais que povoam o CD, como também ocorre quando Mehmari toca os primeiros compassos de “Oferenda Musical”, de Bach, enquanto Ná canta “Pérola aos Poucos”, outra de autoria de Wisnik, as duas melodias sobrepostas. Ou quando “Sonata ao Luar”, de Beethoven, se transforma em “Berceuse”, dos Beatles. Mehmari, desta forma, não simplesmente acompanha Ná, mas cria contrapontos para as melodias que ela canta e o faz de maneira originalíssima. Trata-se, pois, de um CD indispensável posto que se traduz em uma verdadeira aula de criatividade, precisão e talento! N O V I D A D E S · A dupla sergipana Chiko Queiroga e Antônio Rogério gravou, na quarta-feira passada, participação no Programa “Viola, Minha Viola”, da TV Cultura de São Paulo. E falando nos dois cantores, eles estarão se apresentando, nos dias 03 e 04 de setembro (sábado e domingo próximos, às 21 e 20 horas, respectivamente), no Teatro Tobias Barreto, juntamente com a Orquestra Sinfônica de Sergipe e a harpista americana Patrice Fisher. Na oportunidade, será gravado mais um CD ao vivo que dará seguimento à vitoriosa carreira dos dois talentosos artistas. · E o Festival da TV Cultura já selecionou suas 24 finalistas. São elas: “Choro Alegre” (João Cristal), “Maracatu, Samba e Baião” (Ito Moreno), “Guri de Acampamento” (Luiz Carlos Borges), “Que Bom Seria” (Márcio Proença), “Barco Negreiro” (Val Milhomem), “Um Sonhador” (Toninho Horta), “Girando na Renda” (Pedro Luís), “Contabilidade” (Danilo Moraes), “Achou!” (Dante Ozzetti), “Haicai Baião” (Renato Motha), “Cassorotiba” (Marília Medalha), “Pra Onde Vamos Nós?” (Thomas Roth), “Classe Média” (Max Gonzaga), “Um Samba a Dois” (Eduardo Neves), “Toada” (Mário Sève), “A Chaga” (Fausto Prado), “Hotel Maravilhoso” (Flávio Henrique), “Sai da Cruz” (Élio Camalle), “Mãe Canô” (Leandro Medina), “A Moça na Janela” (Zé Renato), “Seresteiro a Perigo” (Edu Franco), “Lama” (Douglas Germano), “Amanhã Depois de Amanhã” (Celso Viáfora) e “Startreack de Tacape” (Chico Saraiva). E que vençam realmente as melhores! · Simone contou com as participações especiais de Zélia Duncan, Milton Nascimento e Ivan Lins no show que realizou, há quinze dias, no Rio de Janeiro. O espetáculo foi devidamente registrado pela gravadora EMI e virará CD e DVD. Ambos deverão chegar ao mercado em outubro próximo. · Afastando, há alguns anos, do meio fonográfico, o cantor e compositor Eduardo Dussek prepara, atualmente, um CD duplo que levará o título de “Amor e Humor”. Nele, o artista regravará alguns de seus maiores sucessos (como “Nostradamus” e “Rock da Cachorra”), mas mostrará também várias canções inéditas. · Enquanto conclui a mixagem de seu novo e aguardado CD que deverá chegar às lojas em 9 de setembro, dia do seu aniversário, Maria Rita registrou participação especial no “Acústico MTV” da banda O Rappa. A filha de Elis pôs voz nas músicas “O que Sobrou do Céu” e “Rodo Cotidiano”. · Impulsionado pelas mais de 600 mil cópias vendidas, em 2004, do CD “Leonardo Canta Grandes Sucessos”, o astro sertanejo resolveu lançar um segundo volume do projeto. A novidade é que, em meio a canções de cunho eminentemente popularesco (“Tudo Passará”, de Nelson Ned, “Serenata”, de Amado Batista, e “Me Esqueci de Viver” de Julio Iglesias), desta vez Leonardo incorporou ao repertório compositores renomados da MPB como Beto Guedes (em “Sol de Primavera”) e Zé Ramalho (em “Garoto de Aluguel”). · Érika Martins, a vocalista da extinta banda Penélope, terminou de gravar o seu primeiro CD solo que irá sair pela Toca Discos. A primeira faixa de trabalho será “Sacarina” e o disco conta com a última música produzida por Tom Capone antes do acidente que o vitimou: trata-se de “Me Provocar”. Enquanto isso, o forrozeiro Maciel Melo faz chegar às lojas seu novo disco, o qual conta com as participações especiais de Elba Ramalho e de Fágner na faixa “Dê Cá um Cheiro”. Por sua vez, Max Viana prepara o seu segundo CD que contará com 12 canções inéditas, entre parcerias com o pai Djavan, com Daniel Gonzaga e com Jair Oliveira. · Oswaldo Montenegro terminou de gravar CD com novas versões para as canções da trilha do musical “Léo e Bia”. Enquanto Ney Matogrosso pôs voz no tema que batiza o espetáculo, Jorge Vercilo regravou “Janelas de Brasília”. Outros que aderiram ao projeto foram Zé Ramalho, Moska, Sandra de Sá e a atriz Glória Pires. · O cantor mineiro Kadu Vianna está divulgando, através de shows pelo Brasil, o seu primeiro CD, um trabalho independente muito bem produzido pelo violonista Luiz Brasil e que mostra um jovem de incontestável talento e com um futuro promissor. Kadu canta muito bem, passa sentimento e pulsação na medida certa e tem a voz limpa, sem quaisquer influências ou ranços. Entre boas inéditas, como “Só Me Dão Solidão” (de Moska) e “Sonhei Que Estava Todo Mundo Nu” (de Magno Mello), e releituras bastante interessantes, como “Flor de Minas” (de Lô Borges e Fernando Brant) e “Cambaio” (de Edu Lobo e Chico Buarque), o rapaz mostra que tem tudo para se transformar em um dos maiores destaques de sua geração. · É bastante esperado o trabalho de parceria realizado por Caetano Veloso e Milton Nascimento para a trilha sonora do filme “O Coronel e o Lobisomem”, com lançamento agendado para o próximo mês. Os artistas vão realizar, juntos, alguns shows para marcar o lançamento do disco. · Uma das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos, a mineira Clara Nunes merecia estar, até hoje, sendo executada maciçamente pelas nossas rádios. Um tanto quanto desconhecida, infelizmente, pelas gerações mais jovens, Clara firmou o seu nome como intérprete de sambas, mas a sua desenvoltura vocal permitia-lhe passear por todos os gêneros musicais. Vários desses exemplos foram compilados no CD “Clara Nunes Canta Tom & Chico”, lançamento da gravadora EMI que, como o próprio título já entrega, é composto somente de canções criadas por Tom Jobim e Chico Buarque. É difícil explicitar destaques, mas convém ressaltar a presença de duas pérolas desses fantásticos compositores que terminaram sendo esquecidas ao longo dos anos: “Sucedeu Assim” (parceria de Tom com Marino Pinto) e “Umas e Outras” (de Chico). Fonogramas mais antigos (como “Desencontro”) mostram a nítida influência que Elizeth Cardoso exerceu sobre o canto de Clara no início de sua carreira. Um CD realmente imperdível! RUBENS LISBOA é compositor e cantor
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