Não é o fim do diploma

Dessa vez vou receber pedradas de duas entidades, a dos jornalistas e a dos informatas. Tivemos uma noticia na semana passada que, mesmo sendo no mundo do jornalismo teve repercussões para os profissionais de informática. Foi aprovado que para exercer a profissão de jornalismo não é mais exigido um curso superior na área. Embora o argumento seja outro (liberdade de expressão) a finalidade é a mesma: deixar o livre exercício do profissão para aqueles que sejam capacitados para tal.

 

Está bem claro que 99% dos jornalistas são contra a regulamentação da profissão, afinal de contas, dirão eles que “gastaram” quatro anos estudando para poder trabalhar como jornalista e como é que, de uma hora para outra, não precisa mais ser formado para poder atuar profissionalmente. Faz todo sentido senão fosse por um detalhe: o conhecimento adquirido e a capacidade de produzir conteúdo com qualidade é que deve permitir o exercício da profissão, ou seja, aqueles jornalistas bons continuarão tendo seu espaço.

 

Existe o argumento de que muitos donos de meios de comunicação irão contratar qualquer profissional que possam manipular para seguir uma certa linha editorial. E não é isso que acontece hoje? Todos nós sabemos que existem muitos meios de comunicação que são parciais. O fato de ter jornalistas formados ou sem formação não vai mudar nada a sua forma de atuação. Esses meios de comunicação continuarão pressionando seus profissionais para que eles escrevam o que é conveniente. Se curvar ante esta atitude é uma característica pessoal e não profissional.

 

Ao contrário do que muita gente pensa, acho que continuaremos tendo procura nos cursos de jornalismo (poderemos comprovar isso no final do ano), os meios de comunicação continuarão contratando jornalistas formados (com exceção de alguns casos) e não teremos perda de qualidade no jornalismo sério. É esperar e comprovar.

 

 

TV Online

No começo do ano, ninguem menos que o canal Fox, colocou no ar o MundoFox com uma boa parte dos seus seriados (24 horas, Prision Break, os Simpsons, entre outros). É possível assistir os episódios no site sem ao menos ter que fazer cadastro, ou seja, simplicidade. Além disso, a qualidade dos vídeos é muito boa para os padrões atuais da internet. Tendo uma banda larga (de verdade) temos mais uma opção de programação da TV que dá para ver online.

 

 

Download de músicas e filmes 

E não é que a RIAA (Recording Industry Association of America) conseguiu aplicar uma multa de 1.9 milhões de dólares para uma internauta americana que fez o download ilegal de 24 músicas. Já falamos em outras situações sobre o fim do suporte de conteúdo digital (música e filmes). Ainda acho que esse mercado vai ter que mudar seu “negócio” ou dia após dia irá perder o controle da distribuição dessas mídias. Não acredito que os executivos da RIAA estão achando que essa multa vai fazer acabar com a pirataria. Seria muita ingenuidade.  

 

 

Pelas bandas de cá

Seguindo o exemplo da França, que esteve querendo aprovar punições para quem faz download ilegal de músicas, o deputado Geraldo Teneta Filho (DEM/SP) também apresentou um projeto com a mesma finalidade. Se fosse aprovado, os provedores deveriam passar a fazer o controle e identificar os infratores. Ainda pelo projeto, a conexão seria interrompida, mas o usuário teria que continuar pagando pela assinatura do serviço. Uma idéia fantástica! Que tal se para cada ato administrativo secreto o político tivesse que ficar sem receber seu salário? Isso sim é que seria interessante.

 

 

Fórum Internacional de Software Livre  (por Hugo Doria)
Desde a última sexta-feira estou em Porto Alegre para o Fórum Internacional de Software Livre e, por isso, não haverá coluna minha esta semana. Na próxima semana prometo escrever minhas opiniões sobre o evento e sua programação. 

 

 

Comentários dos 16 leitores 

Olá Andrés, costumo sempre comparar nossa “profissão” (ainda não temos uma) com a de médico. Concordo que “não se aprende a ser DBA Oracle dentro da faculdade, nem gerente de projetos”, mas também imagino q não se aprende a ser um neurologista, cardiologista, ortopedista na faculdade e sim com especializações. Eu particulamente n vejo nenhum ponto negativo para quem é formado. Mas algo deve ser feito p que nossa “profissão” seja valorizada, não só financeiramente, mas socialmente falando.
Fernando

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Andrés, parabéns por mais uma coluna de excelente qualidade. Estou com sua opinião em relação a regulamentação do curso de informática. O que nós, profissionais de TI temos é que nos valorizar e buscar sempre, conhecimento e aprendizado para cobrar do mercado de trabalho em relação ao nosso conhecimento, obtido na faculdade, pós-faculdade e estudos pessoais e profissionais. Parabéns! Ah… muda de time. Flamengo não presta! Abraços
Lucas Mendonça

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16? Quanta modéstia… tenho certeza que existe centenas de outros leitores assíduos, só que calados, como eu, ehehe….
Valdir


Em tempo: Por enquanto não dá para falar de futebol… Bom São João!!!

 

 

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
Comentários

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