“Em 1998, assisti Algumas pessoas entram em nossas vidas silenciosamente, começam a fazer parte dela quase em surdina e um dia quando por algum motivo nos deixam é como se um vazio imenso se instalasse. Não poderia deixar de dedicar a uma grande e querida amiga um artigo só para ela, já que ela sempre me dizia que lia sistemáticamente todos os artigos que escrevo.Eliana Melo Santos[1], Aracaju/SE
Conheci a Eliana num momento muito especial da minha vida poucos dias depois da suntuosa cerimônia de entrega do prêmio Ser Humano Oswaldo Checchia-98; e antes de fazer a minha apresentação em um auditório lotado de pessoas de todo o Brasil em uma das salas onde acontecia o CONARH[1]-1998. Eliana chegou junto a mim e talvez percebendo o meu extremo nervosismo me disse: “Fernando, sou
A partir desse momento Eliana entrou na minha vida. Nunca havíamos nos encontrato antes, mas aquelas palavras me deixaram profundamente tranquilo. A apresentação foi um sucesso! E, pouco depois encontrei a Eliana novamente na fila dos cumprimentos.
Algum tempo depois nós encontrarimos novamente para discutirmos a parceria da ABRH/SE na realização do I FNPC[2] que foi realizado em 1998. Os anos passaram e sempre nos encontrávamos em todos os eventos relativos à gestão de pessoas ou nos eventos da FBC.
Em 2004, lançamos em parceria com a Faculdade São
O programa começou e eu me surpreendia, cada vez mais, com o atitudinal de liderança, simplicidade e firmeza da Eliana. Tinha a capacidade de apaziguar os ânimos e incentivar os desanimados. Sabia ajudar e orientar com tanta imparcialidade e simpliciadade que quem estava ajudando nem mesmo percebia. Às vezes por ocasião dos módulos lhe pedia feedback sobre o programa e depois eu lhe dizia que observava a sua maneira sutil de atuar e ajudar os colegas da pós graduação. Ela ria cúmplice, mas não dizia nada. Nunca falou de linguém, nunca criticou, nunca comentou.
Um dia, lançamos um desafio, os alunos da pós deveriam preparar a cerimônia de encerramento do VII FIPC (maio/2005), o engraçado foi que enquanto a maioria topou entusiasmada, Eliana se mostrou muito reticente; parecia pouco entusiasmada mas, depois inteiramente envolvida tomou conta do compromisso e, foi depois desse evento, que ficou muito claro para mim o seu vigorosso papel de líder. A sessão de encerramento foi bela e um grande sucesso!
Um dia fui avisado que ela havia agendado uma reunião comigo e que gostaria que fosse ao final do expediente. Nessa reunião, com a tranquilidade e força que eu nunca imaginei conhecer ela me disse que estava muito doente, que era uma doença muito grave, mas que ela estava preocupada porque iria perder um dos módulos do curso, pois iria para São Paulo se submeter a um tratamento. Informei que a mesma não perderia porque o professor que viria dar o módulo nos pediu para adiarmos a data. Ela me contou da doença como se estivesse falando da coisa mais natural do mundo, falou das suas preocupações em não concluir o curso e não poder terminar o seu projeto.
Foi um momento difícil para mim. Parecer natural, quando uma pessoa me falava de coisas tão sérias que a estavam atingindo e que poderiam até mesmo, ceifar a sua vida. E, mais uma vez, percebendo o meu desconforto tratou de me tranquilizar, em dizer que iria lutar até o fim e que iria vencer aquela doença. No fim era a Eliana que estava me dando forças!
Depois, se levantou, me abraçou e foi embora. Eu sai da minha sala e pela janela da FBC, impressionado a vi se afastando. Pequenina e gigante ao mesmo tempo e, pela primeira vez na minha vida, tive a certeza que estava à frente de uma figura de transição[3].
O tempo foi passando. As notícias não eram boas. Até que o dia recebi da sua equipe o relatório final do seu trabalho da pós graduação. Como sabia da sua preocupação e do seu estado grave lhe enviei um bilhete dizendo que havia recebido o trabalho e que estava muito bom. Intimamente, por mais estranho que possa ser sabia que para ela aquele compromisso estava se cumprindo e que, talvez, por conta disso, o seu fim estivesse próximo.
Alguns dias depois, recebemos a notícia.
Uma estrela que certamente irá servir de exemplo, iluminar e ser referência para todos aqueles que a conheceram.
Obrigado, obrigado, obrigado a você minha amiga, por ter permitido que eu a conhece e pudesse trazer o seu exemplo para a minha vida.
Afinal, tive a sorte de conhecer mais uma estrela…..Você!
[1] Congresso Nacional de Administração e Recursos Humanos, Parque do Anhembi, São Paulo.
[2] I Fórum Nacional de Processo Criativo – “Brasil, mostra a tua cara!”
[3] Pessoas muito especiais que pela sua força e carisma pessoal conseguem transformar as vidas daqueles que as rodeiam.