Os líderes são submetidos, hoje em dia, a desafios muito complexos no mundo das organizações e instituições. E, mais complexas são também as palavras que os mesmos usam para descrever esses desafios: voláteis, multidimensionais, sem similares etc. Para muitos desses líderes esses desafios são considerados suportáveis e a maioria consegue se sair muito bem ao enfrentá-los. Todavia, esse resultado não é muito promissor para aqueles profissionais que resolvem atuar utilizando as técnicas tradicionais do gerenciamento. O gerenciamento tradicional, por si mesmo, não está preparado, ou estruturado para que se enfrente vários desafios ou objetivos ao mesmo tempo. E isso acontece porque os fatores críticos que orientam os desafios de uma maneira geral não são quantificáveis ou medidos pelos métodos tradicionais. Assim sendo quando os líderes enfrentam algumas situações denominadas como complexas precisam de muito mais informações e idéias do que quando estão envolvidos com situações tradicionais. Justamente porque as situações complexas não são previsíveis e nem podem, muitas vezes, serem simuladas. Além disto tudo, de uma maneira geral, organizações, times e indivíduos, na maioria das vezes não sabem como proceder quando estão diante de casos complexos. Por esse motivo, ao invés de agirem e caírem em campo imediatamente, o mais freqüente que se tem como resposta é a observação, ou seja, deixa o problema de lado para não enfrenta-lo ou até mesmo esperar que por um passe de mágica o mesmo se resolva sozinho. Quando os verdadeiros líderes utilizam todas as suas potencialidades, as suas organizações não só sobrevivem, mas também ultrapassam a crise. Palus e Horth[1] definiram as seis competências necessárias para atuar em desafios complexos: 1 – Prestar atenção: utilizar modos múltiplos de percepção para poder compreender as situações complexas. 2 – Personalizar: mergulhar nas suas próprias experiências para perceber como criar a energia para enfrentar os desafios complexos. 3 – Imaginar muitas soluções: utilizar efusivamente a imaginação, construindo modelos, e trabalhando com informações complexas de maneira u utilizar os mais diferentes estilos de imagens, desenhos, metáforas e estórias. 4 – Teatro: gerar conhecimento através da exploração livre, improvisação, e experimentação. 5 – Questionamento colaborativo: dialogar internamente ou externamente aos grupos com finalidade de ultrapassar os limites da cultura, linguagem, etc. 6 – Síntese: sintetizar experiências, objetivos, eventos e ações em um todo integrado e com significado. O que constatamos é que historicamente tantos líderes como as organizações vêem negligenciando essas competências ou até mesmo, muitas vezes desestimulam o seu desenvolvimento. Portanto, mais do que uma saída lógica, muitas vezes os problemas encontrados pelos líderes estão contidos em situações que poderiam ser facilmente mapeadas se os mesmos utilizassem as competências da liderança, ao invés de sempre buscarem soluções matemáticas para os casos complexos. fbc@fbcriativo.org.br Fernando Viana é presidente da Fundação Brasil Criativo
O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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