Os dicionários definem como nepotismo a autoridade que os sobrinhos e outros parentes do Papa exerciam na administração eclesiástica. Por extensão, dizemos que nepotismo é uma autoridade prevalecer-se do cargo que ocupa e nomear parentes seus para exercerem funções públicas remuneradas. Em nosso país, a prática do nepotismo muito tem a ver com os períodos em que vivemos sob o regime ditatorial, onde tudo era feito sem conhecimento algum da sociedade. Assim, empregar parentes em cargos públicos era mais seguro para aqueles que estavam no poder. Hoje, muitos daqueles que são governadores, senadores e deputados federais são remanescentes da ditadura. Por isto, sem qualquer constrangimento, nomeiam parentes seus para exerceram cargos públicos remunerados. Para a sociedade, esses vícios estavam atrelados àqueles que, durante todo esse tempo foram poder e não para aqueles que sempre foram oposição e passaram toda vida criticando e condenando a prática daqueles que estavam no poder. Isto, porém, não é o que está ocorrendo. A decepção para a sociedade fica maior quando o presidente da Câmara, deputado Severino Cavalcanti, vem a público defender seu direito de nomear parentes seus para exercerem cargos públicos remunerados. Há pouco tempo atrás, o Deputado Michel Temer, Presidente do PMDB, quando foi Presidente da Câmara, afirmava que contratar para cargos de confiança, até dois parentes, não é nepotismo. Você concorda? Em Sergipe ainda campeia o nepotismo? O CINFORM, Edição nº 989, publicou, “NEPOTISMO CAMPEIA EM SERGIPE – Tem Prefeituras Pequenas com 23 Parentes e numa delas Quatro Secretários são Irmãos do Prefeito”. Todos alegam que contratam parentes porque são pessoas competentes e de confiança. Em conseqüência da reação da sociedade foi apresentado, na Câmara Federal, um projeto de lei que proíbe o nepotismo no executivo, no legislativo e no judiciário. Este projeto de lei será transformado em lei? Edmir Pelli é aposentado da Eletrosul e articulista desde 2000
Na época, a repercussão foi tanta, que o Jornal do Brasil questionou seus leitores sobre a afirmação do deputado Michel Temer. A maioria dos “internautas”, que opinaram, não concordou com a posição do presidente da Câmara, criticando-o por esse posicionamento.
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