Severiano Maurício Cardoso era filho do professor baiano Joaquim Maurício Cardoso I (1806-1869) e da sergipana Joana Batista de Azevedo, nascida em Estância, irmão de Brício Cardoso, também professor (1844-1924), Sinfrônio Cardoso (1850-), Melchisedeck Matusalém Cardoso (1860-1938), Manoel Maurício Cardoso (1864-1936), Inez de Azevedo Cardoso, Amélia Cardoso e Valeriana Cardoso, tio de Maurício Graccho Cardoso (1874-1950), Mariana Brasil Cardoso (1876-1957) Eleyson Jesthe Esaú Cardoso (1892-), Hunald Santaflor Cardoso (1894-1973), e pai de José de Alencar Cardoso, conhecido como professor Zezinho Cardoso, fundador e diretor do Colégio Tobias Barreto, em Estância, em 1909, depois transferido para Aracaju, onde prestou, durante décadas, enormes serviços à instrução pública. Outros membros da família de Severiano Cardoso conquistaram a glória acadêmica, como Abelardo Cardoso, filho de Manuel Maurício Cardoso, e o reconhecimento literário nacional, como José Barreto Filho, o Barretinho, filho de sua sobrinha Otília Cardoso, neto de sua irmã Amélia Cardoso. Patrono da Cadeira 12 da Academia Sergipana de Letras, Severiano Cardoso publicou um trabalho sobre Francisco Camerino, cognominado de O Voluntário Paisano, e que era seu primo, sobrinho de sua mãe Joana Batista de Azevedo, filho de Antonio Luiz de Azevedo II e de Jacinta do Amor Divino, recolheu versos e escreveu sobre o culto e a dança de São Gonçalo do Amarante em Lagarto, publicou Rimas Sertanejas, alem de outros trabalhos que adornam a sua biografia de intelectual. No Teatro Infantil Severiano Cardoso enfoca o problema do celibato das professoras, defendido por uma grupo expressivo de autoridades, reportando-se à discussão que houve na Assembléia Legislativa em torno de uma lei que ficou conhecida, à época, como Lei Estrompa. O assunto sobreviveu a Severiano Cardoso e mereceu considerações e tomada de atitude por parte do Presidente do Estado Rodrigues Dória, que francamente defendia o celibato das professoras, negando licença para tratamento de saúde a uma professora de Itabaiana, que faltava a escola alegando que estava grávida. Médico, solteirão, Rodrigues Dória assinou um despacho dizendo que gravidez não era doença, nem aparecia sem o consentimento da mulher, provocando uma discussão que chegou até a década de 1930, quando o celibato ainda era defendido por dirigentes da instrução pública, como o médico Helvécio de Andrade. O Centenário do professor Severiano Cardoso enseja uma ótima oportunidade de uma releitura na sua biografia e na sua contribuição cultural a Sergipe.
Severiano Cardoso, nascido na Estância em 14 de março de 1840, e que faleceu em Aracaju em 2 de outubro de 1907, foi um grande jornalista, professor e autor de textos literários, muitos dos quais utilizados didaticamente nas escolas, como Teatro Infantil (Aracaju: s/editora, 1893). Maçon influente, foi um dos fundadores da Loja Capitular Cotinguiba, e seu orador, educador conceituado, Severiano Cardoso completa 100 anos de morto e esta efeméride sugere um levantamento e uma análise da sua contribuição à educação sergipana. Severiano Cardoso
Severiano Cardoso é expoente de uma família de professores. Gúdula de Lourdes Cardoso de Campos (1900-1943), filha de sua sobrinha Mariana Brasil Cardoso e de Prisciliano Araújo de Campos, foi uma professora afamada, escandalizando algumas pessoas com seus três casamentos: com Pisciliano Araújo de Campos, com Joaquim Ayres e com Manoel Marques do Nascimento. As duas outras filhas de Mariana Brasil Cardoso também tiveram projeção, Ana Joelina Cardoso de Campos ( – 1932) casou-se com o jornalista e intelectual João Esteves da Silveira, e Eunice Dulce Cardoso de Campos (1896-1972) casou-se com o engenheiro gaúcho Alcides Raupp, que dirigiu o Instituto Profissional Coelho e Campos, no Governo de Graccho Cardoso.
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